Pular para o conteúdo principal

Especial dia dos Professores: Jonilda Ferreira ajudou alunos de cidade paraibana a ganhar 130 medalhas

Os alunos da professora Jonilda Alves Ferreira se destacaram com várias medalhas em olimpíadas de matemática  (Foto: Diogo Almeida/G1)Os alunos de Jonilda se destacam com medalhas em olimpíadas de matemática (Fotos: Diogo Almeida/G1)

Cozinha da escola, mercadinho, posto de combustíveis e até farmácia. Não parece, mas todos esses lugares tem a ver com o ensino de matemática. Para a professora Jonilda Alves Ferreira, de 45 anos, o espaço para aprender não se limita à sala de aula. Ela promove aulas práticas por toda a cidade de Paulista e, assim, conquista os jovens do Sertão paraibano. Mais motivados e com desempenho acima da média, eles já ganharam 130 prêmios em olimpíadas de matemática nos últimos oito anos.
"As aulas práticas de matemática fora da sala são as que eles mais gostam, porque sai da rotina. Tem no horário normal e no extracurricular. Faço aula prática com pizza, bolo, chocolate...", diz. A professora conta que vence a batalha diária do ensino público com amor à profissão. “Eu não quero chegar à sala de aula e o aluno me detestar. Espero que o aluno queira estar presente e goste da minha aula.” Para ela, é preciso lutar pelos estudantes, porque eles precisam de apoio. Leia a seguir a história de Jonilda, uma das entrevistadas para o especial do G1 sobre o Dia dos Professores.
G1 - Qual a sua formação?
Jonilda Alves Ferreira - Sou formada em ciências econômicas pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP) e em matemática pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
G1 - Por que decidiu lecionar?
Jonilda Alves Ferreira - Foi meu pai quem me ensinou a ler e escrever, dentro de casa. Já fui para a escola alfabetizada. Sempre fui a melhor aluna em todas as séries e gostava de ajudar os colegas. Ainda adolescente, trabalhava numa indústria de doce. Perdi meu pai quando tinha 11 anos, e minha mãe ficou com oito filhos para cuidar. Fui por livre e espontânea vontade trabalhar embalando doce. Continuei durante sete anos e, enquanto isso, fiz faculdade e me casei. Depois que tive o primeiro filho, não voltei ao emprego. Quando tive o segundo filho, precisavam de professora de matemática na escola estadual, e a diretora me perguntou se eu queria o desafio. Daí aceitei. Quando fui ensinar, parecia que eu já sabia o que fazer. Estou aqui até hoje e não quero sair de sala de aula.
G1 - Leciona há quanto tempo, em quais disciplinas?
Jonilda Alves Ferreira - Sou professora há 12 anos, desde 2002. Também dei aula de física por seis meses, mas todo esse tempo me dediquei à matemática. Já lecionei para o ensino médio, mas hoje apenas para a segunda etapa do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano.G1 - Trabalha na rede pública?
Jonilda Alves Ferreira - Sou professora na Escola Municipal Cândido de Assis Queiroga, em Paulista, e agora vou dar aula em uma escola particular de Campina Grande. Também já atuei na rede estadual. Neste ano, graças às medalhas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, conquistamos para Paulista um polo do programa de iniciação científica em matemática que só existia em Campina Grande e João Pessoa. O polo, onde também atuo, tem bolsas de estudo pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com aulas presenciais e virtuais, para alunos de 6º ano do fundamental até o ensino médio.
G1 - Já teve de conciliar mais de um emprego?
Jonilda Alves Ferreira - Já precisei fazer alguns "bicos". Precisar, a gente precisa sempre. Por um período, até o ano passado, montei um estúdio fotográfico, por gostar muito de fotografia. Neste ano não tive mais tempo e encerrei.
G1 - Como surgiu a ideia de ensinar a matéria de forma prática?
Jonilda Alves Ferreira - As aulas práticas de matemática fora da sala são as que eles mais gostam, porque sai da rotina. Tem no horário normal e no extracurricular. Faço aula prática com pizza, bolo, chocolate... A ideia da pizza foi um show de bola, porque o conteúdo é fração. O aluno precisa saber primeiro o que está estudando. Levo a turma para posto de combustível, onde trabalho números reais conferindo os preços das bombas. No mercadinho, fazemos uma pesquisa de preço e temos um projeto sobre economia familiar. Nas aulas de geometria, medimos a escola, a altura de prédios. Vamos à farmácia também olhar medicamentos. Onde tem ideia, estou pegando. Tem dia que pego a cozinha da escola para mim. A gente traz batedeira, faz bolo para eles aprenderem a proporção calculando a receita, depois todo mundo saboreia.
Jonilda (Foto: G1)
G1 - Sabemos que os professores da rede pública têm salário baixo, infraestrutura deficitária etc. Mesmo assim, o que te motiva?
Jonilda Alves Ferreira - O mais complicado é fazer o aluno gostar da disciplina. Foi difícil ver o desinteresse dos alunos. Sempre fui criativa e gosto de inovar. Eu não quero chegar à sala de aula e o aluno me detestar. Fui procurando maneiras de tornar minhas aulas melhores. Espero que o aluno queira estar presente e goste da minha aula. A gente não consegue despertar todos, mas tenta ao máximo. Nunca esperei reconhecimento para mim, faço isso pelos alunos. Ver o brilho nos olhos desses meninos que nunca nem saíram daqui e depois vão conhecer o Rio de Janeiro, Brasília, Recife... O aprendizado que eles conseguem adquirir é muito grande. É bom ver a melhoria deles em sala de aula e saber que seus alunos são capazes.
G1 - Nesses 12 anos de sala de aula, já enfrentou alguma crise?
Jonilda Alves Ferreira - Quando comecei, não foi muito bom. Eu estava trabalhando com adolescentes e foi meu desafio maior. Tivemos alguns problemas, mas graças a Deus tive sabedoria para superar. Ouvi pessoas dizendo "não vá", mas não desisti. Fui e deu certo.
G1 - Já foi vítima de agressão, de violência na sala de aula?
Jonilda Alves Ferreira - Sou uma professora sortuda, porque quase não tenho problemas em sala de aula.
G1 - Já foi vítima de ofensas na sala de aula?
Jonilda Alves Ferreira - Graças a Deus, os alunos me respeitam e eu tenho respeito por eles. Trabalhamos muito como parceiros. Tem que manter o aluno ocupado. Se ele está ocupado, não tem como dar trabalho em sala de aula. Até mesmo em tarefas individuais, quem terminou vai ser monitor da atividade do outro e se mantém ocupado.
G1 - Você sente que os alunos chegam no fundamental 2 [6º ao 9º ano] com dificuldade de aprendizado?
Jonilda Alves Ferreira - Demoram para acompanhar o ritmo, porque estavam vindo em fase de mudança, de uma fase em que eles tinham um "tio" e "tia" para ter aula com nove professores, com mais matérias. Tem uns que acompanham, mas tem outros que precisam de um trabalho mais delicado. A gente vê a dificuldade, faz uma revisão para trabalhar mais em cima daquilo e dá suporte.
G1 - No total, são quantas medalhas conquistadas pelo município?
Jonilda Alves Ferreira - Em Paulista, 130 prêmios de 2005 para cá em matemática, fora o resultado da Olimpíada Brasileira deste ano, que vai sair em dezembro. Temos [medalhas] da Olimpíada Campinense, Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obmep) e da Olimpíada Brasileira de Matemática. O que aconteceu conosco, todo o sucesso nas olimpíadas, foi um pouco de surpresa. Era um trabalho que a gente já vinha fazendo de 2005 a 2008. Em 2009, saiu a primeira medalha de bronze. Em 2010, a primeira medalha de ouro, que foi do meu filho. Em 2012, tivemos cinco ouros no nosso município. Fizemos a preparação com eles e foi um ano muito bom. Não pensei que o resultado seria tão bom. Tivemos em 2013 mais 21 medalhas no município, 10 só aqui da escola.
G1 - Qual é a mensagem que você gostaria de deixar neste Dia dos Professores?
Jonilda Alves Ferreira - A mensagem que deixo é que continuem sendo bons professores, lutem por seus alunos, porque eles precisam de apoio. Tudo que você puder fazer por ele, faça. Se vier reconhecimento, ótimo. Se não, você está em paz consigo mesmo. A gente tenta passar o máximo de conhecimento possível, preparar para tudo, para a vida e para o trabalho. Quem trabalha em escola pública tem que ser um pouco de pai e mãe também. Acredito que a gente não precisava lutar tanto por remuneração, porque todos os governantes precisavam ver que o trabalho da gente é muito importante, que precisam dar melhores condições de trabalho. Temos professores que dão tudo de si e ninguém faz pelo financeiro, faz mesmo pelo amor à profissão.

Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

GM, dia do voluntário, funcionário anônimo que faz a diferença em ajudar quem precisa

A General Motors em São José dos Campos, SP promove este mês o dia do voluntário, uma iniciativa de extrema importância, onde o individualismo impera na maioria das pessoas. Mas existem excessões, dentro de seu quadro de funcionários tem pessoas anônimas que fazem a diferença,  procuram ajudar quem precisa e compartilhr seus conhecimentos com o próximo. Vamos conhecer Danilo augusto, um desses colaboradores anônimo. Danilo Augusto trabalha na General Motors há 12 anos em São José dos Campos (SP), depois de uma jornada de  trabalho divide seu tempo de descanso com trabalho voluntário numa associação Beneficente em Caçapava (SP) Em um bate papo, Danilo conta um pouquinho de sua história "O dia do voluntário GM só vem nos incentivar a participar cada vez mais e ajudar aqueles que precisam, seja em hospitais, orfanatos, escolas etc. Acho a atitude da empresa um incentivo e motivação para seus funcionários. Sou Voluntário desde Julho de 2013, ajudo no Projet...

Descubra a cidade de interior que foi eleita a melhor do Brasil para viver

Localizada em São Paulo, Gavião Peixoto tem chamado a atenção por seu desempenho notável em   qualidade de vida . Embora seja um dos municípios mais jovens do Brasil, criado há menos de 30 anos, já conquistou uma posição de destaque no cenário nacional. Isso se reflete em sua classificação pelo   Índice de Progresso Social (IPS)   Brasil, onde é reconhecida como a cidade com a melhor qualidade de vida. Esta designação é resultado de um cuidadoso equilíbrio entre diversos fatores sociais e econômicos. Anuncios Com apenas 4.702 habitantes, conforme registrado pelo último levantamento do IBGE, a cidade tem se destacado por criar um ambiente seguro e acolhedor, respaldado por políticas públicas eficazes. Desde que se emancipou de Araraquara em 1995, Gavião Peixoto adotou um modelo de desenvolvimento que prioriza o bem-estar dos seus moradores. Como Gavião Peixoto se Destaca? Gavião Peixoto/Foto: Governo do Estado de São Paulo/Wikimedia Commons O  Índice de Progresso Soci...

Projeto de lei da TV Globo quer taxar usuários de rede social

https://x.com/JoseDinisPFons1/status/1861852570823565461  

Fisiculturista de 23 anos morre por suspeita de excesso de anabolizante em Taubaté, SP

A Polícia Civil informou na manhã desta quarta (28) que investiga se  a morte de um fisiculturista de 23 anos foi provocada pelo uso excessivo de anabolizantes  em Taubaté (SP). O corpo do jovem Mateus Ferraz está sendo velado e será cremado nesta quarta-feira. A Polícia Civil informou que a morte foi registrada como suspeita e está sendo investigada. Segundo o Instituto Médico Legal, o hospital atestou apenas que a morte foi causada por insuficiência respiratória. “Pedimos exames toxicológicos para saber quais substâncias e qual a quantidade no sangue. Queremos entender se ele usou alguma droga ilegal para aumento do rendimento físico e se isso aconteceu, saber quem recomentou a dosagem e quem fazia a venda do produto”, disse José Antonio Paiva, delegado seccional de Taubaté. Segundo a polícia, o laudo dos exames toxicológicos deve ficar pronto em até 30 dias e só depois disso será possível atestar a causa da morte do jovem. Mateus Ferraz deu entrada no hospital às ...

Jair Bolsonaro, homem de pulso firme

Entrei no carro e, como habitual, o taxista começou a reclamar do Brasil até soltar a máxima: “o que o Brasil precisa é importar um ditador japonês para colocar a casa em ordem”. Ele não foi o primeiro, nem o segundo, taxista a me falar que o Brasil precisa é de um  homem  de pulso firme  no poder. O propósito da minha coluna não é, do alto de minha suprema sabedoria e soberba, chamar taxista de coxinha, autoritário ou ignorante. O que eu gostaria de problematizar aqui é que a visão do taxista, talvez justamente por pertencer a um dos segmentos mais vulneráveis da classe trabalhadora, é apenas uma versão extrema de algo naturalizado em sociedade – a crença que a solução dos problemas virá da mão de um líder. Esse tipo de pensamento se manifesta, com diferentes nuanças, em diversos setores da sociedade, que vão do senso comum às mais sofisticadas análises políticas.De um lado, há aqueles que depositam suas esperanças numa  volta triunfante de Lula para consert...

Aos 75 anos, Betty Faria admite fumar maconha, diz que adora a erva

Apenas dois dias depois de assumir que foi usuária de maconha e defender a liberação da erva no país, a atriz Betty Faria se disse admirada com o comportamento das pessoas. A declaração foi dada durante entrevista a Pedro Bial e repercutiu. Betty, que tem 75 anos, diz que embora tenha recebido elogios, ela não entende o reboliço em cima do assunto, segundo informações do Extra. "Mas gente, os EUA comercializando a maconha de uma maneira fantástica, e as pessoas aqui se assustando com o que eu falei... Isso é muito antigo! Por isso é que continua a hipocrisia neste país", rebate. A atriz se orgulha ainda de ter sido verdadeira no bate-papo e se diz satisfeita com a participação no "Programa do Bial", do GNT. "Não foi coragem, a verdade precisa ser dita. Alguém tem que quebrar o estado de vida fingidinho das pessoas. Não cabe mais esse fingimento, estamos vivendo muitas coisas sérias. Temos uma falta nos hospitais públicos, nas escolas, na segurança.....

Por meio de Medida Provisória, Temer muda tudo no ensino médio

O  ensino médio  vai mudar. Radical e rapidamente. O presidente Michel Temer  sancionou a  Medida Provisória  que mexe no currículo, na organização e na carga horária dos últimos anos da educação básica.  Flexibilização de grade curricular ,  aumento do número de horas de aula  e  ensino integral  em metade da rede estão entre as principais mudanças que começam a ser postas em prática já a partir de 2017/2018 – dependendo somente de quando a Base Nacional Curricular Comum entrar em vigor.  A mudança mais sentida será na grade de disciplinas dos alunos. Hoje, o estudante encara 13 matérias fixas  (língua portuguesa, matemática, biologia, física, química, filosofia, inglês, geografia, história, sociologia, educação física, educação artística, literatura)  em 25 horas de aula semanal.  A partir do próximo ano, as escolas se organizarão para o aluno escolher entre  itinerários formativos  – o nome dado pe...

Enterrada a estudante morta por PM em festa S. José dos Campos, SP

O caso foi registrado como homicídio, suicídio consumado e lesão corporal. Foi realizada perícia no local e exames necroscópicos e toxicológico no policial envolvido. A pistola utilizada na ação foi apreendida. A Polícia Civil ainda está investigando as causas do crime. O advogado Jamil José Saab da empresa Atlas Imagem & Cia, uma das organizadoras da festa, disse que os seguranças pediram para o policial, que seria convidado da estudante, não entrar armado no local. O homem, porém, teria se recusado a deixar o revólver no carro, alegando que por ser policial, poderia permanecer armado no evento. Amigos O crime aconteceu durante uma festa pré-formatura com universitários de várias instituições. Eles contam que a cena chocou o grupo. A jornalista Jéssica Magalhães, de 24 anos, presenciou a cena do crime. "Não parecia real, não teve grito, nem nada. Todos ficaram congelados, foi um momento de muito choque e só depois que a ficha caiu", contou. Segundo ela, após a...

Trump Inauguration LIVE Coverage | Donald Trump Delivers Stunning Speech In Washington DC LIVE

  Informações: https://www.youtube.com/watch?v=IP6SSaJGo-c

Tiago Iorc em clipe "Amei Te Ver" com Bruna Marquezine seminua, assista

Bruna Marquezine vai tirar alguns dias de folga depois do fim de  I Love Paraisópolis , novela que deixou a faixa das sete da Globo na última semana. Mas a sua imagem não vai descansar completamente. O cantor e compositor Tiago Iorc está divulgando nesta segunda-feira o clipe de  Amei te Ver , em que canta, ao longo de quatro minutos e vinte e dois segundos, abraçado a uma Bruna seminua. Um detalhe: Iorc é namorado de outra global, a atriz Isabelle Drummond. No clipe, Bruna aparece apenas de calça, sem qualquer peça acima da cintura. Mas não mostra nada demais: como está o tempo todo abraçada a Iorc, só se veem as suas costas. fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/entretenimento/seminua-bruna-marquezine-abraca-e-nao-larga-tiago-iorc-em-clipe