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Especial dia dos Professores: 'Meu negócio agora é tutu e torresmo' até abrir restaurante mineiro

Antônio José Rossi e Graças Oliveira Rossi dizem que não teriam io mesmo respeito dos alunos (Foto: Victor Moriyama/G1)
Antonio e Graça Rossi dizem que não teriam o mesmo respeito dos alunos (Fotos: Victor Moriyama/G1)

Foram 21 anos lecionando e lá se vão 25 como dono de restaurante de comida mineira em São Paulo. Do tempo na sala de aula, Antonio José Rossi, de 64 anos, fala com carinho. “Tenho ótimas lembranças, fui um professor muito feliz.” Deixou a carreira aos 46, quando se aposentou, e estava insatisfeito com as mudanças no método de ensino da escola católica da rede particular em que lecionava em São Paulo. Foi quando se juntou à esposa, Maria das Graças Oliveira Rossi, de 61 anos, que também foi professora, para tocar o restaurante de comida mineira. Ambos moram em São Paulo e só atuaram na rede particular de ensino.Mineira, Graça é boa cozinheira, sempre quis ter um comércio na área de gastronomia, e aproveitou a deixa, quando uma das escolas que trabalhava fechou, para abrir o primeiro restaurante. Três anos depois, o marido se juntou ao negócio. Hoje são 38 anos de casamento e uma parceria de sucesso. Apesar de se lembrarem com saudade dos tempos de docência, não voltariam a dar aula. Acham que hoje não teriam o mesmo respeito dos alunos e acompanham os percalços da profissão através das histórias de dezenas de amigos que seguem na carreira. Leia a seguir mais uma entrevista do especial do G1 do Dia dos Professores.
G1 - Por que decidiram lecionar?
Antonio José Rossi - Estudei letras por acaso. Nasci no interior do Espírito Santo, fui seminarista até os 18 anos, meus pais eram muito pobres, não podia estudar medicina ou engenharia. Letras era o curso mais em conta. Me mudei para São Paulo e fui convidado para dar aulas em colégio marista, por causa do seminário tinha muitos conhecidos. Comecei dando aulas de ensino religioso, depois de português e também fui coordenador do ensino fundamental e médio. Foram 21 anos.
Maria das Graças Oliveira Rossi - Me formei em psicologia, mas fui dar aulas como professora primária porque já havia me casado com o Rossi e podíamos tirar férias juntos.
G1 - Gostavam da profissão?
Antonio José Rossi - Eu vibrava como professor e era muito bom. Fui coordenador muito novo, de professores muito mais velhos que eu. Fazia dinâmicas, brincadeiras, teatro. Tinha a batalha dos verbos, dividia a classe em duas turmas e os alunos tinham de falar as conjugações. Os que respondiam errado ou não sabiam iam sentando. Levava música para aula de redação, estimulava as crianças. Adorava. Muitos ex-alunos agora frequentam meu restaurante.
Maria das Graças Oliveira Rossi - Sim, era muito bom, gostava dos meus pequenos. Me emociono ao me lembrar de alguns. 
Rossi (Foto: Victor Moriyama/G1)
G1 - Já foram vítima de ofensa ou violência? Têm alguma lembrança ruim?
Antonio José Rossi - Não. Os alunos tinham disciplina e o ensino da escola era rígido. Hoje é diferente. Meu maior problema era controlar o boné e o brinco na orelha [dos meninos] na sala de aula. Hoje tem celular, iPad. Outro dia uma criança muito pequena chegou no meu restaurante pedindo a senha do wi-fi para usar o iPad, aquilo me deu um frio na espinha de imaginar como é a sala de aula de hoje. Ainda bem que meu negócio hoje é tutu e torresmo.
Maria das Graças Oliveira Rossi - Tinha mais autoridade e boa convivência com os alunos. Era muito bom, mas hoje o professor não tem mais valor.
G1 - Qual foi o momento em que vocês disseram: "Não dá mais"?
Antonio José Rossi - A escola que eu trabalhava começou a mudar um pouco o método de ensino e comecei a sentir que teria problemas, fiquei um pouco desestimulado. Passaram a implantar o construtivismo e os professores começaram a ser mais exigidos no sentido de fazer o aluno criar mais. No ensino fundamental seria mais viável, mas no ensino médio não. Teria de ser uma mudança mais devagar, menos brusca. Nós, que levávamos a educação a sério, seguíamos uma linha mais tradicional, voltada ao vestibular, nos sentimos meio obsoletos. Os "modernosos" foram mais valorizados. Eu até poderia questionar, mas já estava com um pé no restaurante. Também estava me aposentando e, em escola, quanto mais velho, menos valor você tem. A Graça havia aberto o restaurante, estava indo bem, estava ligado a ele também. Saí da escola em 1995, deixei um carta de despedida, tem aluno que guarda até hoje. A escola era minha segunda casa. Alguns professores ficaram com inveja da minha decisão, diziam que pulei fora na hora certa.
Maria das Graças Oliveira Rossi - Sempre pensei em ter um restaurante. Foram 15 anos como professora primária, a escola que trabalhava fechou. Abri o meu negócio e foi muito difícil no começo, sabia cozinhar bem, mas não tinha experiência com mais nada. Crescemos devagar.
G1 - Voltariam a dar aulas?
Antonio José Rossi - Não para depender do dinheiro, só se fosse algo como voluntário em um trabalho beneficente, para alfabetizar quem quer aprender mesmo. Aprendi a dar aulas por prazer, mas antigamente a educação era papel do professor, da escola e da família. Hoje o pai paga a escola para o professor educar o seu filho e você é o culpado por tudo. Ninguém mais valoriza o professor. Aqui no meu restaurante é diferente, eu mando e trato meus funcionários muito bem.
Maria das Graças Oliveira Rossi - Não voltaria, não teria mais paciência. Não sinto alívio por ter deixado a carreira, mas também não sinto saudades. Eu tinha o controle da sala de aula, mas já naquela época ouvia colegas dizendo que tinha alunos que os tratavam como se fossem seus funcionários.

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