A Polícia Federal encontrou R$ 301 mil em dinheiro vivo e documentos no apartamento do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação), no bairro nobre do Jardim Paulistano, em São Paulo.
O dinheiro foi achado durante buscas realizadas com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (19). Kassab (PSD) é alvo da delação premiada de executivos do grupo J&F.
A partir de janeiro, Kassab, que já foi prefeito da capital paulista, será o secretário da Casa Civil do Governo João Doria (PSDB), em São Paulo.
Ao todo, a PF cumpre nesta quarta-feira oito mandados de busca e apreensão. Além de Kassab, são alvo de mandados endereços relacionados ao governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria. Os federais também fazem busca em endereços ligados a Renato Kassab, irmão do ministro.
Segundo a PF, o objetivo da ação é "investigar o recebimento de vantagens indevidas", entre os anos de 2010 a 2016, por parte de Kassab. Os repasses teriam sido feito pelo Grupo J&F, de Joesley e Wesley Batista.
Defesa
Kassab afirma, em nota, "que confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa" e diz saber "que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário".
O ministro reforça "que está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários e ressalta que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público".
Bônus eleitorais
A Polícia Federal apreendeu em agosto de 1994 mais de 11 milhões de reais em bônus eleitorais na sede da empresa Guararapes, ligada ao PL (hoje, PR), partido presidido por Gilberto Kassab à época
Nepotismo na Assembleia
Eleito para deputado estadual, Gilberto Kassab foi um dos parlamentares suspeitos de nepotismo na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Na ocasião, para justificar a contratação de sua irmã, Márcia, como secretária, o ministro afirmou. "Ela trabalha comigo direitinho há oito anos.”
Braço direito de Celso Pitta
No final de 1996, já no PFL (hoje, DEM), passou a ocupar a Secretaria do Planejamento na gestão Celso Pitta (1997 – 2000). Meses depois, com a credibilidade do prefeito de São Paulo afundada nas CPI dos Precatórios, Kassab foi protagonista na campanha “Reage, Pitta”, que tentava resgatar a imagem do político. Na ocasião, o ministro declarou. “Ele é um homem correto e merece toda a confiança.”
Esquemas nos cemitérios
Em 2000, foi acusado, ao lado de Toninho Paiva (PFL), de chefiar um esquema de corrupção em cemitérios municipais e em unidades da secretaria municipal dos Esportes. No cemitério da Quarta Parada, por exemplo, o grupo mandava fazer caixões maiores do que a cova. Desta maneira cobravam das famílias uma verba extra para adaptar o tamanho do caixão.
Esquemas nos cemitérios
Em 2000, foi acusado, ao lado de Toninho Paiva (PFL), de chefiar um esquema de corrupção em cemitérios municipais e em unidades da secretaria municipal dos Esportes. No cemitério da Quarta Parada, por exemplo, o grupo mandava fazer caixões maiores do que a cova. Desta maneira cobravam das famílias uma verba extra para adaptar o tamanho do caixão.
Aumento do patrimônio
Em 2004, foi candidato a vice-prefeito de José Serra. Na ocasião, veio a tona o salto de 316% de seu patrimônio entre 1994 e 1998, exatamente quando começou a ganhar destaque na política. Em 1994, Kassab tinha cerca de R$ 102 mil e, quatro anos depois, seus bens saltaram para R$ 985 mil
Assinaturas de pessoas mortas
A criação do PSD, partido fundado por Gilberto Kassab, contou com assinaturas de pessoas que já tinham morrido. Das 230 assinaturas coletadas em três cidades catarinenses, mais da metade não teriam sido confirmadas
Escândalo das merendas
Em junho de 2015, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo encontrou uma série de irregularidades na gestão da merenda escolar no município de São Paulo. Nas gestões Serra (2005 – 2006) e Kassab (2006 – 2012), a terceirização da verba destinada à comida nas escolas chegou a 90%. Segundo a investigação, o esquema de propina era feito através de notas frias e, só entre 2008 e 2010, período em que Kassab era prefeito de São Paulo, foram movimentados R$ 280 milhões.
Doações ilegais
No final de 2016, depois do vazamento de delações de executivos da Odebrecht, o ministro teria recebido R$ 14 milhões ilegalmente para recursos de sua campanha ao Senado e para outras campanhas de seu partido, o PSD.
Fraude na Controlar
Em 2011, Kassab teve os bens bloqueados por suspeita de fraude em licitação com a empresa Controlar S/A. Apesar de ter sido absolvido em 2014, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou no ano seguinte o prosseguimento de investigações para apurar se o ministro tem envolvimento no esquema fraudulento. Uma testemunha ouvida pelo Ministério Público afirmou que o ex-prefeito recebeu uma “fortuna” da empresa responsável pela inspeção veicular na capital paulista
Máfia do ISS
De acordo com a mesma testemunha, Gilberto Kassab está envolvido num esquema de desvios de dinheiro que podem ter retirado R$ 500 milhões dos cofres do município. O esquema batizado como “Máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços)”, fraudava taxas que construtoras deviam à Prefeitura.
Feira da madrugada
O Ministério Público Estadual entrou com uma ação de improbidade contra o ex-prefeito. Ele é acusado de omissão em esquema de pagamento de propina para comercialização de boxes na Feira da Madrugada, no Pari, região central de São Paulo. A irregularidade aconteceu entre 2010 e 2012
Lava jato
Alvo na maior investigação de corrupção do País, Gilberto Kassab é acusado de receber pelo menos R$ 20 milhões quando ocupou os cargos de prefeito de São Paulo e de ministro das Cidades. As afirmações foram feitas pelos ex-executivos da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Paulo Henyan Yue Cesena
fonte: R7
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