Dos políticos que tiveram seus nomes citados nas planilhas da delação premiada do grupo JBS, somente cinco deles negaram envolvimento.
Eles foram unânimes ao negar qualquer envolvimento com o grupo e enfáticos ao afirmar que nunca tiveram contato “com qualquer empresário da JBS”.
A lista foi entregue pelo diretor de relações institucionais do grupo, Ricardo Saud, à força-tarefa da operação Lava Jato.
Todas as doações citadas nas planilhas aconteceram em 2014, ano de eleições para deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente.
As delações da JBS foram homologadas na quinta-feira (18) pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal) –a medida dá validade jurídica ao acordo e permite, a partir de agora, que a Procuradoria Geral da República peça novas investigações com base nos relatos.
O deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV) informou que a doação, de R$ 36 mil, foi recebida indiretamente, via Diretório Municipal do PV de São Paulo, e que os valores foram declarados à Justiça Eleitoral.
O deputado federal Flavinho (PSB) que, segundo as anotações de Saud, recebeu R$ 2.099 do grupo na campanha de 2014, disse ter recebido a notícia “com muita surpresa e indignação”.
Já a vereadora Maria das Graças Oliveira, a Graça (PSD), que teria recebido R$ 15 mil do grupo na campanha de 2014, disse que os recursos que recebeu foram por intermédio do diretório do seu partido à época, o PSB.
O ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Isaac do Carmo, afirmou que a doação (de R$ 58 mil) que aponta a matéria foi realizada através de recursos legais repassados pelo comitê financeiro do Diretório Estadual do PT, conforme disponível para consulta no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
E, por fim, o vereador Valdir Alvarenga (SD), que recebeu doação de R$ 187.703,00, disse que os valores foram repassados pelo Diretório Estadual do Solidariedade, via conta bancária eleitoral específica da campanha.
Os demais políticos citados: Andreia Gonçalves (SD), de Taubaté, o ex-vereador de Cruzeiro Josias Diniz (SD), a professora Ana Lídia Aguiar (PT), de São José dos Campos, e o ex-deputado federal Marcelo Ortiz (PSL), também foram procurados, assim como os diretórios de seus partidos. Mas, até a manhã desta terça-feira (23), ainda não tinham se manifestado.
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