Em encontro com jornalistas nesta sexta-feira, 18, em Porto Alegre, RS, onde esteve para a posse da nova diretoria da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Luiz Moan, presidente da Anfavea, reafirmou seu otimismo em relação à recuperação da indústria automotiva no segundo semestre e de crescimento do PIB no ano acima das projeções que vêm sendo feitas pelo mercado. Para Moan, o Brasil crescerá mais próximo de 2% do que 1%, a mais recente estimativa do mercado.
“O País se deixa contaminar pelo mau humor do mercado. Temos indicações melhores daquelas que estão sendo divulgadas.”
Moan detalhou informações repassadas na apresentação dos resultados do semestre, em 7 de julho, na coletiva de imprensa em São Paulo, como a expectativa de fechamento do ano com queda de 10% na produção de autoveículos, mas com crescimento de 13% no segundo semestre ante o primeiro. A recuperação, segundo ele, se dará pelo maior número de dias úteis – oito –, pela manutenção do IPI reduzido até o final do ano, pelo ânimo que, acredita, foi injetado pela Copa do Mundo, independentemente do resultado desfavorável no campo para o Brasil, e pela recuperação das exportações para Argentina.
“O primeiro semestre representou o fundo do poço. Mas já em julho iniciamos a recuperação.”
A maior preocupação para o semestre ainda é com o crédito em função da seletividade dos bancos, que, para o presidente da Anfavea, está sendo demasiada. Mas reconheceu que as instituições financeirasestão sendo cautelosas por terem amargado alta inadimplência em exercícios anteriores. A proposta da Anfavea, que tem o apoio da Federação Brasileira dos Bancos, é seguir o que já ocorre no segmento imobiliário: a retomada do bem, no prazo máximo de até três meses, por meio de ação extrajudicial. No setor de veículos a retomada pelo credor é feita por ação judicial, que pode demandar até dezoito meses. Segundo Moan, o governo estuda esta alternativa. “É a saída para a questão do crédito.”
Sobre as exportações para a Argentina, principal mercado para os produtos brasileiros, Moan destacou que os números mensais médios do segundo semestre se manterão na casa de 35 mil unidades, repetindo o registrado em abril e maio a partir do novo acordo fechado com o país vizinho. Nos três primeiros meses, em função das restrições administrativas argentinas, o volume oscilou na faixa de 24 mil mensais. Junho repetiu este número em função da perda de dois embarques pela indústria nacional. O entrave em julho pode vir a ser greve dos trabalhadores do Porto de Zarate, para onde seguem os veículos brasileiros.
Moan acredita que a combinação destes fatores, resultando em maior produção, permitirá o retorno às atividades dos trabalhadores que estão no sistema de lay-off em várias empresas do setor. Observa, contudo, que a situação depende de cada organização.
No evento da Federação das Indústrias Moan prestigiou a posse de Daniela Kraemer, gerente de relações governamentais e públicas da General Motors Gravataí, como diretora da entidade, assumindo cargo por ele ocupado em gestões passadas.
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