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"O fracasso de Dilma uniu o PSDB e a oposição"

INSTITUIÇÕES O senador Aloysio Nunes Ferreira. “O Brasil precisa de democracia e mais democracia” (Foto: Celso Junior/ÉPOCA)
Candidato a vice na chapa do presidenciável Aécio Neves (PSDB), o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, de 69 anos, pegou em armas contra a ditadura militar. Hoje, ele diz que foi um erro, por achar que a oposição armada “não foi travada a partir de uma perspectiva democrática”. Antigo companheiro de lutas de Dilma Rousseff – ela também entrou na clandestinidade no combate ao regime, embora não tenha chegado a empunhar armas como Aloysio –, ele hoje critica Dilma e seu partido, que acusa de “subestimar as instituições democráticas”. “O PT quer recuperar seu programa aloprado, aquele que o partido renegou na Carta ao Povo Brasileiro.”
ÉPOCA – Mário Magalhães, autor do livro Marighella, biografia do guerrilheiro morto em 1969, diz que quem tenta diminuir a importância do senhor na luta armada contra a ditadura o chama de “motorista do Marighella”. O próprio autor discorda da alcunha. O senhor sente orgulho ou arrependimento em relação a esse período?
Aloysio Nunes Ferreira
 – Esse período tem sido superestimado, ele não foi decisivo para a derrota do regime militar. Longe disso, até forneceu o pretexto para o recrudescimento da repressão. Eu não diria que tenho orgulho, mas sempre agi conforme as coisas que considero corretas. Foi o que fiz naquela época. A experiência mostrou que eu estava errado, não só pelo fracasso daquela forma de luta, como também porque ela não foi travada a partir de uma perspectiva democrática. Era uma exacerbação do leninismo sob a forma do castrismo. Aqueles que aderiram a essa concepção fizeram tudo com muita coragem. A grande maioria teve como consequência a tortura e a morte.
ÉPOCA – A maior parte dos ex-integrantes do grupo guerrilheiro a que o senhor pertencia, a Aliança Libertadora Nacional, milita ou militou no PT. Onde o senhor mudou de rumo?
Nunes Ferreira
 – Permaneci ligado ao PCB (Partido Comunista Brasileiro), que tinha a visão da necessidade de formar uma frente democrática e de aproveitar todas as brechas legais de mobilização contra o regime. Essa concepção não estava no núcleo originário do PT. Depois, rompi com o leninismo e participei dos debates em torno da centralidade da democracia nas transformações sociais. O Brasil precisa de democracia e cada vez mais democracia. A saúde das instituições é tão importante quanto a saúde física das pessoas.
ÉPOCA – Desde 2010, a presidente Dilma Rousseff usa o passado dela na guerrilha como um ativo eleitoral. Por que o senhor nunca fez isso?
Nunes Ferreira
 – Lembro meus companheiros que morreram. Muita gente morreu, tanto do nosso lado quanto do outro. Não acho que isso deva ser exaltado. Até hoje se subestima o papel das instituições políticas para promover o progresso de um país. No PT, há um traço cultural que subestima o papel das instituições, do Congresso, da imprensa. Um dos aspectos mais negativos da gestão petista foi essa degradação progressiva das instituições, que culminou com o festival de fisiologia que a presidente promoveu recentemente para conseguir tempo no programa eleitoral da TV. Hoje, o PT quer recuperar seu programa aloprado, aquele que o partido renegou na Carta ao Povo Brasileiro, em 2002. Há em curso uma tentativa de setores radicais do PT e fora do PT para voltar ao radicalismo, para subestimar as instituições democráticas. O radicalismo é uma forma de burrice e cegueira política.
ÉPOCA – Como se deu a reedição do “Café com Leite” – o senhor, um paulista, no posto de vice do mineiro Aécio Neves?
Nunes Ferreira
 – Temos alguns aliados importantes que participaram da costura política da candidatura e nunca colocaram a questão da vice como condição para apoiar Aécio. Tenho condições de ajudar a mobilizar politicamente as forças de São Paulo. Fui secretário da Casa Civil do governo José Serra (2007-2010), fui agente da relação com prefeitos, deputados e vereadores. Tenho também grande conhecimento do interior de São Paulo.
"A sensação de ‘não aguento mais’ foi crescendo em relação ao governo Dilma"
ÉPOCA – As disputas internas do PSDB, que marcam as campanhas presidenciais do partido desde 2002, entre Serra e Aécio, entre Serra e Alckmin, e entre Alckmin e Aécio, estão sanadas?
Nunes Ferreira
 – Vejo o PSDB hoje com muita disposição para ganhar. Mais do que unido, o partido está motivado. Simplesmente por causa da compreensão de que não dá mais para termos quatro anos de Dilma. Estamos muito identificados com o sentimento de que o governo é ruim, e mais quatro anos podem ser muito piores.

ÉPOCA – Desde 2003, existem críticas quanto ao papel do PSDB na oposição...
Nunes Ferreira
 – Nada me deixa mais furioso que isso. Nossa oposição é congressual.

ÉPOCA – Uma parcela da sociedade descontente com os governos petistas gostaria de ver uma oposição mais combativa.
Nunes Ferreira 
– Temos uma presença forte em governos estaduais e municipais, que precisam ter uma boa relação com o governo federal. Além disso, não temos todo o instrumental do PT para fazer campanha: grau de organização, certa dose de fanatismo, aparelhamento dos movimentos sociais, um exército que atua nas sombras da internet... Essa sensação de “não aguento mais” foi crescendo em relação ao governo Dilma e, aliada a um cansaço em relação ao PT, serviu para unir e motivar o PSDB. O fracasso do governo Dilma uniu e motivou o PSDB e nossos aliados. Uniu e motivou a oposição como um todo. De outro lado, desagregou a sustentação política do governo, que se reflete na votação apertada da convenção do PMDB pela coligação com o PT.
ÉPOCA – O que o PSDB tem para apresentar ao eleitor? A gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)?
Nunes Ferreira
 – Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Fernando Henrique cumpriu uma etapa importante da vida brasileira, mas apresentaremos algo novo, para o futuro. Ninguém está contente com o país parado, com a inflação voltando, com a precariedade dos serviços públicos. Nos concentraremos no crescimento, no controle da inflação, na melhoria da saúde... Não vamos reinventar a roda. Teremos propostas concretas.
ÉPOCA – A presidente Dilma tentou surfar na onda da Seleção Brasileira enquanto o time ganhava. Após a derrota, o que fica como lição?
Nunes Ferreira
 – Ela perdeu uma boa oportunidade de ficar quieta ao usar as redes sociais da Presidência para tentar capitalizar até a dor do Neymar. Agora, a vida volta ao normal, com suas questões e suas angústias.

ÉPOCA – A campanha do PSDB em 2010 foi acusada de envolvimento com um esquema de caixa dois liderado pelo engenheiro Paulo Souza, conhecido como Paulo Preto. O senhor é amigo dele, não?
Nunes Ferreira
 – Paulo Souza é um excelente executivo. Ele foi massacrado e processa todos os que o acusaram. Ele dirigiu equipes em obras importantes, como o Rodoanel, a duplicação da Marginal Tietê. Todas elas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Nenhuma dessas acusações contra ele motivou processos ou sequer um inquérito. Aquela história de que ele desviou dinheiro da campanha é absurda. Ele provou na Justiça que isso nunca existiu. Foi injustiçado e é meu amigo.
ÉPOCA – A aliança do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) com o PSB do presidenciável  Eduardo Campos pode atrapalhar Aécio Neves?
Nunes Ferreira
 – Seria de estranhar se o PSB não estivesse com Alckmin. A proximidade entre os dois partidos não é de hoje. Eles integram a base do governo estadual e o secretariado. Somos aliados em muito municípios importantes, como São José do Rio Preto e Campinas. Não acho ruim desobstruir pontes com o PSB.

ÉPOCA – E o PSD de Gilberto Kassab, antigo aliado do senhor, de Alckmin e de Serra? Por que não deu certo o acordo com Kassab? Ele apoia Paulo Skaff (PMDB) para o governo e Dilma Rousseff para o Planalto.
Nunes Ferreira
 –  Fui secretário do governo Kassab na prefeitura de São Paulo, assim como outros nomes importantes do PSDB. Tenho com Kassab uma relação absolutamente fraterna. Mas ele escolheu o caminho dele, tem todo o direito. Agora, tenho certeza de que boa parte do eleitorado dele votará no Aécio.
ÉPOCA – Mas ele será candidato ao Senado contra o Serra. Não dividirão votos?
Nunes Ferreira
 – Serra está muito motivado para fazer uma campanha integrada com Alckmin e Aécio – mas, de fato, dividirá votos com Kassab. Uma pena.

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