Recentemente eu estava fazendo uma palestra sobre liderança em um evento em Maceió e coincidentemente encontrei Olga Curado, uma das mais requisitadas consultoras de comunicação no Brasil. Ela também era palestrante e tivemos a oportunidade de almoçarmos juntos. Falamos sobre vários assuntos, de política aeconomia, mas dedicamos boa parte do almoço para refletirmos sobre a dificuldade crescente que cada palestrante tem em transmitir verdadeiramente suas ideias em uma apresentação.
Fisgar a atenção da plateia é missão quase impossível. A enxurrada de informações que recebemos a cada minuto e a facilidade crescente para acessá-las faz com que a vida de palestrante esteja cada dia mais dura. Seja em uma palestra ou em uma reunião com o seu time, a chance de ter as pessoas focadas naquele momento é bem pequena. Afinal, hoje é normal ver gente compartilhando Whats Up e até mesmo trocando piadas no meio da apresentação do chefe.
Mas se um dia você é audiência, no outro pode ser o apresentador. Ter a consciência da dificuldade de transmitir suas ideias serve de estímulo para se preparar bem mais quando chegar a sua hora. Hoje,treinamento é fundamental. Até os grandes speakers fazem isso a exaustão. Elaboram suas apresentações como um roteiro de filme, com direito a herói, vilão, drama, começo, meio e fim bem estruturados. Diversos autores ganham muito dinheiro ensinando a arte de falar com estilo. TJ Walker e Carmine Gallo são dois deles.
No entanto, segundo Olga, o que potencializa o efeito das suas apresentações é a capacidade de conectar emoções a cada ideia transmitida. Falar de uma nova ideia com excitação traz muito mais força, assim como discutir redução de custos com foco e seriedade. Como criar as emoções corretas a cada etapa de sua apresentação e muito difícil, Olga me ensinou uma dica importante: pensar em um momento da sua vida que tenha a ver com a emoção que queria transmitir naquele momento.
Por exemplo, quando eu queria celebrar resultados excepcionais pensei em um aniversário bacana que tive com a minha família. Quando a hora era de cobrar mais performance procurei uma experiência positiva na minha trajetória e me conectei a ela enquanto conversava com o meu time. Além da dica que pratico até hoje, fazer sua apresentação pelo menos cinco vezes em frente ao espelho pode ser até chato e desconfortável, mas vale a pena. Quando teremos mais uma oportunidade de causar uma ótima impressão?
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