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"Este é o homem", a ameaça se renova




Além de ser o segundo maior atentado terrorista contra o Ocidente desde o 11 de Setembro, o massacre ocorrido em Paris na noite de 13 de novembro marca uma importante mudança na estratégia do autoproclamado Estado Islâmico.
Desde a fundação do califado, em novembro de 2014, o grupo jihadista concentrou seus esforços na construção de um Estado. Além de cometer genocídios, destruir monumentos históricos e divulgar execuções espetaculosas, o Estado Islâmico tenta demonstrar às populações que domina e aos potenciais recrutas sua capacidade de sustentar um governo funcional.  O grupo faz isso ao manter uma complexa rede de instituições cujo intuito é dar aos "residentes" nas cidades controladas uma sensação de normalidade. O exemplo máximo disso são os aparatos judiciais e policiais. Além de forçar a aplicação de uma draconiana versão da lei islâmica, eles servem para resolver conflitos entre indivíduos ou entre tribos e clãs, uma maneira de garantir a ordem.  
Da mesma forma, o Estado Islâmico emite documentos de identificação, cuida de ruas e estradas, estabelece diretrizes para motoristas de carros e regras para agricultores e pescadores. Em Raqqa, a "capital" do ISIS, como também é conhecida a organização jihadista, funciona até um escritório de proteção aos direitos do consumidor.
Em grande medida, a busca pela construção de um Estado deriva do messianismo apocalíptico do Estado Islâmico. Ao mesmo tempo, entretanto, essa necessidade vive em tensão com o fervor religioso.
A crença no fim do mundo acompanha o ISIS desde suas primeiras formas de existência, sob o comando do jordaniano Abu Musab al-Zarqawi. Seus sucessores levaram ao máximo a convicção de que o apocalipse estaria chegando. Em 2006, ao mudar o nome da organização de Al-Qaeda no Iraque para Estado Islâmico do Iraque, o egípcio Abu Ayyub al-Masri, substituto de Zarqawi, passou a pregar a tese de um iminente fim do mundo. O fato de o apocalipse não ter ocorrido no período estipulado por ele minou sua credibilidade até 2010, quando foi morto. 
Sob o comando de Abu Bakr al-Baghdadi, o atual "califa", os líderes do ISIS seguem acreditando no fim do mundo, mas se dedicam a construir um Estado pois o julgamento final seria anunciado pelo renascimento do califado – o império islâmico desaparecido, mas cujo retorno foi profetizado. Tomar território e estabelecer o "reino de Deus" na Terra é, assim, uma necessidade. 
Até recentemente, a construção estatal vinha sendo uma prioridade das lideranças dos ISIS, à frente até mesmo de sua marca registrada: a violência brutal. No início de outubro, um estudo da Quilliam, um think tank baseado em Londres e dedicado ao contraterrorismo, mostrou que mais da metade das propagandas do ISIS veiculadas no mês anterior se dedicavam a divulgar traços da vida civil e do funcionamento das instituições nos territórios dominados. O tempo ocupado pelas atrocidades não chegou a 5%.
Agora, a estratégia mudou. Em duas semanas, três grandes atentados foram reivindicados pelo Estado Islâmico – a derrubada do voo 9268 da Metrojet no Egito; os ataques suicidas em Beirute, capital do Líbano; e os massacres em Paris.
Todos os interesses atingidos eram de inimigos do ISIS. A Metrojet é russa, país que realiza uma intensa campanha militar na Síria; o distrito de Bourj al-Barajneh, alvo em Beirute, é dominado pelo Hezbollah, organização ligada ao Irã e aliada do regime de Bashar al-Assad; e a França é uma das nações ocidentais mais assertivas na coalizão anti-ISIS.
No caso do avião russo, o ISIS reivindicou o atentado e, nesta terça-feira 17, Moscou confirmou que o avião foi derrubado por um explosivo improvisado. No Líbano, os serviços de inteligência trabalham com a hipótese de os quatro homens-bomba serem parte de uma célula terrorista enviada ao país pelo comando central jihadista. No caso de Paris, está cada vez mais clara a conexão entre o ato terrorista e a atividade do ISIS. Como disse o presidente francês, François Hollande, os ataques "foram decididos e planejados na Síria".
Observados em conjunto, vários fatos apontam para isso. Pelo menos três dos terroristas que atacaram Paris (Omar Ismaïl Mostefai, Samy Amimour e Bilal Hadfi) estiveram na Síria em algum momento e o homem apontado como principal suspeito de ser o cérebro dos atentados, o belga Abdelhamid Abaaoud, que ainda está no país árabe, é um conhecido ativista do ISIS.
Antes do massacre, revelou a Associated Press, oficiais da inteligência do Iraque enviaram um despacho a outras agências informando que o próprio Abu Bakr al-Baghdadi teria ordenado ataques contra todos os países da coalizão liderada pelos Estados Unidos, além de Irã e Rússia. Na segunda-feira 16, integrantes do ISIS divulgaram um vídeo no qual celebraram as mortes em Paris e prometeram atentados em outras capitais, incluindo Washington.
Informações de pessoas com conhecimento da reservada forma de funcionamento do ISIS indicam que, de fato, os ataques no exterior fazem parte de uma nova estratégia. Na primeira parte de uma entrevista publicada pelo site Daily Beast, um ex-militante do Estado Islâmico atribui a nova tática às derrotas sofridas pelos jihadistas no campo de batalha.
Elas fizeram minguar a chegada de guerrilheiros estrangeiros, diz ele, e a liderança da organização decidiu usar seus simpatizantes de outra forma, fomentando a criação de células terroristas adormecidas. Os líderes do Estado Islâmico, disse a fonte ainda em outubro, antes dos ataques no Egito, no Líbano e na França, "pediram às pessoas para ficarem em seus países e lutar lá, matar cidadãos, explodir prédios, fazer o que for possível".
Reportagem da Reuters com membros do ISIS contatados pela internet segue na mesma linha. Segundo as fontes da agência, há um aparato de operações estrangeiras no comando do Estado Islâmico, chefiado por um jordaniano, que há dois meses teria ordenado uma onda de ataques no exterior. A partir da Síria, sairiam diretrizes de treinamento e ordens de ataque.
Novamente, a estratégia reflete parte do messianismo do Estado Islâmico. A organização é obcecada pelo fim do mundo, que viria em breve, em uma batalha épica entre os jihadistas e os "infiéis". Após a vitória islâmica, a ser comandada pelo mahdi, uma figura mítica apontada em profecias como o redentor dos muçulmanos, viria o apocalipse.
Ao que parece, o pêndulo entre a construção de um Estado e o messianismo apocalíptico está se inclinado para o segundo lado. A ofensiva no exterior tem como objetivo instigar os governos estrangeiros a reagir, e até aqui a única alternativa debatida tem sido aintensificação da ofensiva militar contra o Estado Islâmico. É uma resposta que fortalece a narrativa a respeito do fim do mundo e reafirma a tese dos jihadistas sobre a necessidade de os muçulmanos se unirem para combater os infiéis. O Estado Islâmico pode estar perdendo algumas batalhas militares, mas tem conseguido moldar o confronto a seu gosto. É preciso esperar para saber se seus inimigos vão cair na armadilha.

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