Pesquisa dos EUA diz que ganho de peso ainda na pré-escola aumenta chances de obesidade no futuro
O médico Venkat Narayan e sua equipe, da Escola de Saúde Pública Rollins da Universidade de Emory, em Atlanta (EUA), observaram mais de 7,7 mil crianças durante nove anos, da pré-escola ao nível equivalente à nona série no Brasil. A pesquisa revelou que o peso nos primeiros anos de vida é um forte indicador de problemas futuros. Crianças de 5 anos com sobrepeso têm quatro vezes mais chance de se tornar obesas até os 14 anos.
"Nós temos visto números altos de mulheres com obesidade quando elas chegam ao primário e à adolescência”, disse Narayan ao canal FoxNews. "Mas o que não estava claro era em que idade as crianças desenvolvem obesidade pela primeira vez, especialmente em idades mais jovens."
>> Pai gordo, filho obeso... e neto acima do pesoA obesidade infantil é um dos problemas de saúde mais graves dos nossos tempos. Nos últimos 30 anos, o número de crianças obesas nos Estados Unidos dobrou e o de adolescentes obesos triplicou, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Pensando em como controlar a doença, que já se comporta como epidemia, pesquisadores investigaram quando, exatamente, as crianças têm maior probabilidade de tornarem-se obesas.
O médico Venkat Narayan e sua equipe, da Escola de Saúde Pública Rollins da Universidade de Emory, em Atlanta (EUA), observaram mais de 7,7 mil crianças durante nove anos, da pré-escola ao nível equivalente à nona série no Brasil. A pesquisa revelou que o peso nos primeiros anos de vida é um forte indicador de problemas futuros. Crianças de 5 anos com sobrepeso têm quatro vezes mais chance de se tornar obesas até os 14 anos.
"Nós temos visto números altos de mulheres com obesidade quando elas chegam ao primário e à adolescência”, disse Narayan ao canal FoxNews. "Mas o que não estava claro era em que idade as crianças desenvolvem obesidade pela primeira vez, especialmente em idades mais jovens."
Entre as crianças avaliadas, 12% já eram obesas aos 5 anos e 14% tinham sobrepeso. Entre as que tinham peso adequado para a idade, apenas 8% se tornaram obesas aos 14 anos, enquanto 32% das acima do peso e das obesas se tornaram ou continuaram obesas no final do ensino primário. Os resultados, que foram publicados nesta quinta-feira (30) no New England Journal of Medicine, indicam ainda que crianças de níveis socioeconômicos altos têm maiores riscos de se tornarem obesas.
Os pesquisadores recomendam que os pais prestem atenção ao peso das crianças desde cedo – e não apenas isso. “Estamos falando sobre a necessidade de uma dieta saudável e atividades físicas saudáveis. Isso não vale apenas para crianças mais velhas, que estão no primário, mas também para as pré-escolares”, afirmou o médico Venkat Narayan.
O Brasil também enfrenta o problema. Quase metade da população (48%) pesa mais do que deveria. O histórico médico das crianças (33% têm sobrepeso e 14% são obesas) já é comparável ao dos avós: colesterol alto, diabetes, desgaste nas articulações.
Reportagem de ÉPOCA publicada no ano passado mostrou que a obesidade é construída, principalmente, em casa. Em menos de 10% dos casos, o ganho de peso pode ser creditado a causas orgânicas, como distúrbios hormonais ou tumores. Sozinha, a genética justifica cerca de outros 5%. Na parcela restante, 85%, a obesidade é explicada por uma combinação de fatores: vários genes aumentam a predisposição ao ganho de peso, mas isso só ocorre se o ambiente favorecer. Confira 30 passos para a família adquirir hábitos mais saudáveis.
fonte: Época
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