Sergio Marchionne, presidente da FCA (Foto: Piero Cruciatti/AFP)
Morreu nesta quarta (25) o empreário Sérgio Marchionne, o CEO que ajudou a salvar a Fiat e liderou o Grupo FCA por 14 anos. O anúncio oficial foi feito pela Exor, grupo empresarial da família Agnelli, que administra a Fiat Chrysler. O ex-CEO da Fiat, que tinha 66 anos, foi operado em junho no ombro direito e seguia internado em estado grave no hospital de Zurique, na Suíça. Oficialmente, a causa da morte ainda foi revelada.
Parte da mídia europeia aposta que a situação se complicou depois do procedimento cirúrgico, que pode ter originado uma embolia. Em nota, John Elkann, do grupo Exor, declarou: “Sergio Marchionne, um homem, um amigo, se foi. Minha família e eu seremos eternamente gratos pelo que ele fez por esta empresa”.
Marchionne, que havia deixado a direção da FCA por problemas de saúde, já tinha sofrido várias complicações pós-operatórias. Recentemente, seu estado de saúde se deteriorou bruscamente, levando a Fiat a fazer uma reunião de emergência com a cúpula da empresa para substituí-lo nos postos executivos que tinha no grupo. Para o seu foi nomeado o britânico Mike Manley, CEO da Jeep. Marchionne, o empresário ítalo-canadense que dirigiu a Fiat Chrysler (FCA) por 14 anos.
Presidente Dilma Roussef dentro do Renegade; à esq., o presidente-executivo mundial da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Criando um conglomerado
A história de Marchionne na Fiat começou em 2003, quando Umberto Agnelli, herdeiro da família fundadora da Fiat, o chamou para fazer parte do conselho de administração da companhia, mesmo sem ter qualquer experiência em automóveis e com um histórico no setor de seguros.
Em 14 anos, Marchionne conseguiu tirar a Fiat da crise e transformá-la em uma "sociedade sólida e com um futuro brilhante", como ele mesmo afirmou em junho deste ano ao anunciar seu plano industrial para 2022 e 45 bilhões de euros em investimentos.
Os números de sua era dizem tudo: o faturamento passou de 47 bilhões de euros em 2004 para 141 bilhões no ano passado, e o prejuízo de 1,5 bilhão de euros de 2004 passou para um lucro líquido de 4,4 bilhões em 2017.
O executivo também soube relançar as marcas do grupo americano como a Jeep, que ele considerava um dos "carros-chefes" da companhia, e transformou a Ferrari.
A marca de esportivos estava estagnada e a escuderia de Fórmula 1 em crise, mas ambas se tornaram novamente a "joia da coroa" da família Agnelli, após adquirir 90% das ações que estavam nas mãos de bancos e investidores e criar uma sociedade separada da Fiat com cotação na Bolsa.
Os resultados da Ferrari no primeiro trimestre de 2018 registraram um aumento do lucro de 19,4% em relação ao mesmo período do ano passado e um faturamento de 3,4 bilhões de euros.
Nos últimos anos, Marchionne buscou outras fusões com as gigantes General Motors e com a Volkswagen, mas não teve sucesso.
O executivo defendia que as montadoras só sobreviverão se dividirem os custos de motores com emissões mais baixas e do desenvolvimento de novas tecnologias, como veículos sem motorista e propulsão elétrica.
Troca no comando
O novo executivo-chefe da FCA é Mike Manley, de 54 anos, nascido em Edenbridge, no Reino Unido, responsável pela marca Jeep desde 2009 e chefe de operações do grupo na América do Norte desde 2015.
O novo executivo-chefe da Ferrari será Louis Camilleri e seu presidente, John Elkann.
Veja alguns feitos de Marchionne à frente da FCA:
- 2005 - Fiat negocia o fim da parceria o direito de compra da GM sobre a marca italiana. Em troca, empresa americana paga US$ 2 bilhões
- 2009 – A Fiat acerta a compra da Chrysler com o governo americano. Marchionne é nomeado CEO
- 2011 – Dois anos depois, a Fiat assume finalmente o controle majoritário da Chrysler e suas marcas, Jeep, Dodge e Ram. Neste ano surge o primeiro veículo criado pelo grupo, o Fiat Freemont
- 2014 - É criado o Grupo FCA, com sede legal na Holanda
- 2015 - Marchionne vem ao Brasil para o lançamento do Jeep Renegade
- 2015 – A Ferrari se separa da FCA, mas Marchionne é escolhido presidente da fabricantes de carros esportivos
- 2015 – Marchionne tenta um acordo de fusão com a GM, que rejeita a proposta
- 2017 – Dois anos depois da negativa da GM, o grupo tenta, sem sucesso, uma fusão com a Volkswagen
- 2018 – Executivo rejeita vender a Jeep após especulações
- 2018 - Em março, Marchionne volta ao Brasil para inaugurar o 3º turno da fábrica em Goiana (PE)
Marchionne ajudou a desenvolver a Fábrica de Jeep e Fiat, em Goiania
fonte: Revista Autoesporte
G1 Autoesporte
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