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Por que não falta água em Jundiaí, Como eles conseguiram?

Represa no rio Jundiaí-mirim, em Jundiaí, está com 70% de sua capacidade e não enfrenta problemas por conta da seca em São Paulo (Foto: Rogério Cassemiro/ÉPOCA)

Muitos moradores da cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, trabalham na capital do Estado. Eles saem todo dia de manhã de casa e vão trabalhar na metrópole. Ele vivem duas realidades. No lugar onde passam o dia, sentem os efeitos da grave crise de água paulista. Notam uma piora na qualidade da água que bebem e escutam relatos de vários amigos que enfrentam cortes semanais de água em suas casas. Em Jundiaí, a situação é completamente oposta. Os 350 mil habitantes de Jundiaí estão em uma ilha de abastecimento, enquanto as cidades ao redor sofrem com a seca. A represa da cidade, por exemplo, está com 70% de sua capacidade de armazenamento, enquanto o sistema Cantareira, que abastece São Paulo, está com apenas com 10%. Cidades próximas, como Itu ou Campinas, estão em situação desesperadora, enquanto o abastecimento em Jundiaí é classificado como "satisfatório" pela Agência Nacional das Águas (ANA). Certamente não choveu mais em Jundiaí do que nas cidades vizinhas. Como explicar?
A tranquilidade que Jundiaí passa na crise não é fruto de um prefeito ou uma administração, mas de uma série de medidas que começaram no passado e continuaram em administrações seguintes. A primeira represa da cidade foi construída há mais de 60 anos. Segundo o diretor-presidente da DAE-Jundiaí, Jamil Yatim, a represa foi ampliada em vários momentos, como na década de 1970 e na de 1990, e mesmo agora, sem estar passando por racionamento, há a previsão de novas obras. "Nós não estamos com problemas, mas estamos planejando ampliar a represa. E se ocorrer outra seca grave como essa? Espero que não, mas se acontecer, temos que estar preparados", diz Yatim.
A principal responsável pela situação confortável da cidade hoje foi uma decisão tomada há 20 anos. Em 1994, prevendo o crescimento da população, Jundiaí fez um pedido ao Comitê de Bacias Hidrográficas para aumentar a quantidade de água que capta do rio Atibaia. Na época, a cidade tinha autorização para captar 700 litros por segundos, e pedia para aumentar esse valor para 1.200 litros por segundo. O Comitê concordou com o pedido, mas fez quatro exigências: construir uma represa no rio Jundiaí-Mirim, uma estação de tratamento de esgoto, instalar novos equipamentos hidrométricos e reduzir as perdas de água no abastecimento. Diferentemente do que costuma acontecer no Brasil, essas medidas não ficaram apenas no papel ou perdidas na burocracia. Uma vez colocadas em prática, elas criaram a situação de segurança hídrica na cidade. 
A represa funciona como uma poupança. Quando o consumo da cidade é menor do total que ela pode captar do rio Atibaia, a água é direcionada para a represa, que "guarda" esses litros a mais para uma situação de estiagem, como a que enfrentamos agora. Um sistema semelhante foi proposto pela Sabesp para o sistema Cantareira, o Banco das Águas. No entanto, no caso paulistano, o sistema não conseguiu armazenar a água em anos chuvosos, como 2011, e abriu as comportas, desperdiçando essa água.
 
Represa no rio Jundiaí-mirim, em Jundiaí, está com 70% de sua capacidade e não enfrenta problemas por conta da seca em São Paulo (Foto: Rogério Cassemiro/ÉPOCA)
O exemplo de Jundiaí mostra que o planejamento e obras feitas ao longo do tempo, mesmo em anos chuvosos, acabam se tornando a melhor forma de se preparar para a estiagem. Hoje, a cidade é a quinta melhor do país no ranking de saneamento e abastecimento do Instituto Trata Brasil, com baixos níveis de perda de água nos encanamentos. Mas os recursos hídricos no Brasil nunca foram realmente pensados a longo prazo. O resultado é que Jundiaí é uma exceção. Segundo Francisco Lahóz, presidente do Consórcio PCJ - uma união de prefeituras e empresas que consomem água dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí -, das 76 cidades da região, apenas Jundiaí e mais cinco podem dizer que não estão passando por crise. Ele cita Nova Odessa, Piracicaba, Santa Bárbara d'Oeste, Cabreúva e Indaiatuba.
Mesmo as poucas cidades que estão em situação confortável de abastecimento não fizeram obras por visão de futuro, mas por necessidades do momento. É o caso de Piracicaba e Nova Odessa. Piracicaba fez obras de abastecimento na época da construção do Sistema Cantareira, por medo de que o Cantareira secasse os rios que abastecem a cidade. Essas obras, como a captação de água do rio Corumbataí, permitem que a cidade tenha relativa tranquilidade no abastecimento. Nova Odessa é outro caso. A cidade estava muito distante do rio Jaguari ou Atibaia para captar água, e por isso optou por fazer um reservatório em um ribeirão local. "Muitas vezes, não é que a cidade teve um planejamento exemplar. É a que própria necessidade obrigou as prefeituras a fazer alguma coisa", diz Lahóz. Santa Bárbara d'Oeste também tem sua própria represa, enquanto que Cabreúva e Indaiatuba se beneficiaram de uma mudança no status da qualidade da água de rios locais, aumentando a possibilidade de captação.
Ter um reservatório ou uma outorga para captar água de várias fontes acaba sendo o fator em comum das poucas cidades da região da Cantareira que conseguem manter o abastecimento normalizado mesmo durante a pior crise de água de São Paulo. Porém, se vamos pensar no futuro, essas medidas não são suficientes. Os gestores precisam planejar melhor a situação dos recursos hídricos no país, reflorestar regiões da Mata Atlântica para proteger mananciais e incentivar a população a utilizar a água de forma consciente. Desta forma, na próxima estiagem, mais cidades, ou quem sabe todas elas, possam conseguir driblar a seca como fez Jundiaí.


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