Passando por uma grave crise econômica que afeta brutalmente a vida diária da população, o peso médio dos venezuelanos caiu 11 quilos no ano passado. Atualmente, 87% da população vive na pobreza, segundo um novo estudo sobre as condições de vida dos venezuelanos e o impacto da escassez de alimentos no país.
Divulgado por três das principais universidades venezuelanas, o estudo Condições de Vida, publicado anualmente desde 2014, é um dos mais importantes indicadores sobre o bem estar da população. Foram entrevistados 6.168 venezuelanos entre 20 e 65 anos.
No relatório, 60% dos entrevistados disseram que haviam acordado com fome nos três meses anteriores porque não tinham dinheiro para comprar comida. Cerca de um quarto da população, além disso, só tinha disponível duas refeições ou menos ao dia. Em 2016, os venezuelanos haviam já perdido em média oito quilos ao longo do ano.
Com a hiperinflação reduzindo o poder de compra, as dietas da população se deteriorando, com deficiências de vitaminas e proteínas. Os preços em geral subiram em 4.068% nos 12 meses anteriores a janeiro, segundo estimativas da Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
Após sua vitória presidencial em 1999, o presidente Hugo Chávez ressaltava em seus discursos a melhora nos indicadores sociais venezuelanos, por conta das políticas sociais. Em 2013, a Venezuela tinha a maior igualdade na distribuição de renda em toda a região, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), da ONU. No entanto, as políticas sociais dependiam dos altos preços do petróleo, que vigoraram nos dez anos anteriores à morte de Chávez, em 2013.
A posse do seu sucessor, Nicolás Maduro, coincidiu com a queda no preço do petróleo, que passou de em média US$ 100 para US$ 30. Essa queda, aliada à má gestão econômica, resultou na deterioração atual.
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