Em boletim de ocorrência, guarda conta que foi obrigado a fazer sexo oral e secretário o chamava para ir ao motel
Guarda presta queixa de assédio sexual contra secretário de São José — Foto: Camilla Motta/G1
Queixa
No boletim de ocorrência, registrado na última sexta-feira (10), o guarda contou que os assédios do secretário Antero Alves Baraldo, que é PM da reserva, começaram em 2017 e duraram quase dois anos. Os abusos ocorriam, segundo ele, até na sala do secretário, durante o expediente.
“Eu percebia um olhar diferente dele para mim. Um dia me mudaram da portaria para trabalhar em um cargo administrativo. Nessa função, minha sala ficava perto da dele. Ele me mandava mensagem falando que precisava falar comigo e quando eu ia até a sala dele sempre me assediava. Me chamava para ir para o motel, tomar vinho, viajar", contou em entrevista ao G1.
Em outro episódio relatado à reportagem, durante uma viagem em dezembro de 2017, o guarda acusou o então chefe de assédio sexual. "Eu estava dirigindo para ele, que tirou minha mão do volante e colocou sobre ele", afirmou.
Segundo o guarda, o assédio começou com elogios e depois partiu para a abordagem sexual. "Uma vez me obrigou a fazer sexo oral. Eu estava nervoso e ele mandava eu me acalmar, que ninguém ficaria sabendo", disse.
Ele contou ainda que não fez a denúncia antes por ter medo de represália no trabalho ou contra ele e a família. O guarda é casado
“Eu também fiquei com medo de que as pessoas achassem que eu tinha culpa, eu nunca quis nada com ele. Os outros guardas começaram a perceber, isso me deixou ainda mais acuado", contou.
Neste ano, o guarda disse que começou a fazer tratamento psicológico, que o motivou a prestar queixa. “Eu comecei a ter pesadelos, achava que ia morrer, fiquei desmotivado", justificou o fato de ter denunciado após quase dois anos das primeiras abordagens.
fonte: G1/Vale e Região
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