O público que se aglomerou nas areias do Postinho, na Barra da Tijuca, para acompanhar as finais do Rio Pro, nem precisou esticar o pescoço para ver o espetáculo de Filipe Toledo. O novo xodó da torcida brasileira facilitou o trabalho de todos ao desfilar, mais uma vez, seu vasto repertório de altos e alucinantes aéreos para se sagrar campeão da 4ª etapa do Mundial de Surfe 2015. Foi um verdadeiro show. Uma bateria quase perfeita. Com direito a outra nota 10, sua segunda na competição, e um 9,87, Filipinho não deu chance para o australiano Bede Durbidge. Alcançou a somatória mais alta do torneio, 19,87, a 0,13 da pontuação máxima possível, e bateu o rival, que somou 14,70.- Estou quase chorando. Olha essa galera. Isso é louco. Nunca vi nada parecido antes. Preciso agradecer primeiro a Deus, porque foi uma semana muito abençoada. Sempre foi um sonho ganhar essa etapa no Rio, vencer para essa plateia. Sou grato a tudo que Deus colocou na minha vida - comemorou.
Filipe Toledo comemora título do Rio Pro com a torcida (Foto: André Durão)
Esta é a segunda vitória de Filipe Toledo na temporada. Ele já havia faturado a etapa de abertura em Gold Coast, na Austrália. Com o resultado, o paulista chegou à vice-liderança do ranking, com 25,700 pontos. Ele está atrás apenas do compatriota Adriano de Souza, o Mineirinho, líder com 26,250, formando uma dobradinha do "Brazilian Storm" na elite do suSHOW DE AÉREOS E NOTA 10
Em sua primeira tentativa, Filipinho realizou duas boas manobras, mas não conseguiu finalizar a onda, tirando apenas 4,50. Logo na sequência, o brasileiro encaixou seu primeiro aéreo, emendando com uma rasgada e uma série de manobras, chegando quase até a areia e por pouco não sendo assediado pelos fãs.
Ciente da força do rival, Durbidge resolveu usar a mesma arma do brasileiro, acertando um bom aéreo, tirando 5,07 e pulando na frente. Mas Filipinho deu início ao espetáculo. Com seu primeiro aéreo, anotou um 6,17 e retomou a ponta. Em seguida, com um um aéreo espetacular tirou um 10 perfeito (vídeo), para delírio dos torcedores. O impacto na água foi tão forte que ele precisou trocar a prancha para continuar na disputa.rfe. A próxima etapa do Mundial de Surfe é em Fiji, de 7 a 19 de junho. Ainda com 23 minutos para terminar, o brasileiro enfileirou uma série de rasgadas e cutbackspara tirar 8,33, chegar a 18,33 e colocar a mão na taça. Com 9,00 no total, Bede estava em combinação e precisava de duas excelentes notas para virar o duelo. Mas quem tirava notas altas era Filipinho. O brasileiro fazia as manobras parecerem até fáceis, com tanta naturalidade que girava no ar. Com um 8,53, subiu para 18,53 e praticamente assegurou o título.
Em busca da reação, Durbidge lançou mão de um estilo clássico, costurou bem uma onda e anotou 7,60. Mas a nota, apesar de boa, não era suficiente para tirá-lo da combinação. E era impossível bater Filipinho. O domingo era do paulista de Ubatuba. A sete minutos do fim, com outro aéreo de tirar o fôlego, o brasileiro emplacou um 9,87 (assista ao vídeo) e chegou a impressionantes 19,87. A torcida na areia já começava a gritar “É campeão”. Era só esperar o cronômetro zerar para sair da água e comemorar com a massa. Durbidge parecia estarrecido com o show de Filipinho e não conseguia esboçar nenhuma reação. Nos instantes finais, com manobras sólidas, o australiano ainda tirou um 6,10 e depois um 7,10, trocando sua segunda nota. O somatório de 14,70 seria bom o suficiente para bater um surfista normal. Mas esse, definitivamente, não é o caso de Filipe Toledo.
Filipe Toledo comemora título do Rio Pro (Foto: André Durão)
RESULTADOS
Semifinais
Filipe Toledo (BRA) 15,93 x 6,34 Italo Ferreira (BRA)
Bede Durbidge (AUS) 14,63 x 8,23 Matt Wilkinson (AUS)
Final
Filipe Toledo (BRA) 19,87 x 14,70 Bede Durbidge (AUS)
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