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"Soro pra todo lado": Em Estrela d´Oeste, dengue atingiu 12 pessoas da mesma família

Família Cavallari, em Estrela d'Oeste, 12 pessoas pegaram dengue  (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)
Os Cavallaris se orgulham de ser uma família numerosa. Pode perguntar para qualquer um deles: “Somos a maior família deEstrela d’Oeste”, diz Olinda Cavallari, sorridente, se referindo à cidade onde mora, no interior do Estado de São Paulo. Pelas suas contas, e pelo boato que circula, há mais de 100 Cavallaris morando em Estrela d’Oeste e região, um clã que se estende até Jales e se espalha pelo noroeste paulista. Ninguém apresenta provas dessa afirmação, mas eles garantem que é verdade.Os Cavallaris também se orgulham de ser uma família unida. Todo domingo, a cena se repete: os 11 filhos e respectivos netos se reúnem para almoçar com os patriarcas, Dona Maria e Sr. Devanir. Na casa térrea, com quintal comprido, mal sobra espaço. Nem todo mundo consegue se sentar à mesa ao mesmo tempo. O encontro, sempre animado, mudou em fevereiro deste ano. Naquele mês, um depois do outro, 12 dos Cavallaris pegaram dengue. A família começava a sofrer com um problema que já afligia o resto da cidade.
A doença começou pelo pai: “Foi ele quem puxou a fila”, diz Olinda. O Sr. Devanir Cavallari é um aposentado de 78 anos, falante e robusto. Anda pelas ruas de Estrela d’Oeste diariamente, sem demonstrar cansaço. Assustou a todos quando, numa manhã, não conseguiu sair da cama. A família logo achou que fosse reflexo do diabetes do pai. Na Santa Casa, receberam com surpresa a notícia: o que Devanir tinha era dengue. Depois dele, foi a vez de Dona Maria enfrentar omosquito. Acostumada a cuidar dos netos – que passam as tardes na casa dela – Maria passou três dias prostrada, sem sair da cama, e outros tantos com dores pelo corpo. A doença atingiu também 10 filhos do casal: “Primeiro foi meu pai, depois minha mãe, depois o Aleixa, Silvia e eu, Pepe, Marta, o Devanir , Clodoaldo, Lucimara...” diz Olinda, antes de perder a conta. “A Santa Casa lotou”, diz Devanir Cavallari filho. “Era saquinho de soro para todo lado”.

>>"Ter ebola na África Ocidental significa muito mais do que ter sintomas"

O drama dos Cavallari era um resumo do problema que sua cidade enfretava. Em abril, Estrela d’Oeste entrou para o noticiário nacional como a cidade mais afetada pela dengue em todo o Estado de São Paulo. Isso em um ano particularmente ruim para a região: até abril, houve 401.564 casos de dengue entre os paulistas, o que fez do Estado campeão na taxa de incidência da doença. Em Estrela, segundo números do Ministério da Saúde, 15% dos habitantes tiveram dengue em 2015.

A causa disso é difícil de determinar. O problema deriva de uma combinação de fatores: em São Paulo, os surtos anteriores de dengue foram mais amenos. Isso significa que uma parcela pequena da população foi imunizada. A seca que o Estado enfrentou foi também um agravante. Com medo de racionamento, é possível que alguns estrelenses tenham guardado água em casa – e montado criadouros para o mosquito no processo. Caminhando pelas ruas da cidade, Devanir Filho vai mostrando outra causa possível: “As pessoas, aqui, gostam de guardar sucata”, diz. Num terreno perto da casa dos pais, aponta uma pilha de lixo reservado para a reciclagem. Outros possíveis criadouros.  A resposta da administração pública também demorou a chegar: Estrela se organizou contra a dengue depois de os primeiros casos da doença surgirem. Já era tarde. ÉPOCA contou a história de Estrela d’Oeste em reportagem da edição 883.

Passado o susto, a família ri do ocorrido. “Um sarava, pegava no outro”, diz Olinda. “Aqui, soro, tinha toda hora”. Os mais velhos continuam céticos, e duvidam que todo esse problema seja culpa de um mosquito: “Eu desminto”, diz Devanir, o pai, revoltado. “Para mim, isso aí é que nem catapora, circula no ar”, diz Maria. Os filhos sabem que não é bem por aí, e franzem o cenho quando os pais falam assim. Por via das dúvidas, os netos andam sempre lambuzados de repelente.

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