Por falta de bancos para a montagem dos veículos, a produção da Volkswagen em São Bernardo permanece paralisada pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (18/05). Os problemas de fornecimento de peças geraram, de março de 2015 até o momento, 56 dias perdidos de produção, o que significa que 35 mil unidades de veículos deixaram de ser produzidas nesse período pela montadora, incluindo as fábricas instalas em Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR).
Os componentes faltantes são fornecidos pelo grupo multinacional Prevent, que engloba no
Brasil as empresas Keiper, Mardel e Cavelagni. A atual entrega em atraso de bancos é de responsabilidade da Keiper, situada em Mauá, que é alvo de liminar expedida na noite desta segunda-feira (16/05) pela montadora para que o fornecimento seja retomado em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
A Volkswagen reiterou, por meio de nota, que o descumprimento dos contratos das empresas do grupo Prevent não é mero desalinhamento comercial. “As recorrentes ameaças ou ações de fato que ocasionam novas paradas às linhas da VW do Brasil, pela paralisação injustificada do fornecimento de peças, são acompanhadas de solicitações sucessivas de aumento abusivo de preços e pagamento injustificado de valores sem respaldo contratual ou econômico para as empresas do Grupo Prevent”.
A reportagem tenta contato com o Grupo, bem como diretamente com a Keiper, mas não obteve nenhum retorno até esta publicação.
SETOR
De acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção do setor automotivo acumula queda de 25,8% no primeiro quadrimestre do ano, com 658,7 mil unidades produzidas neste ano, contra os 887,8 veículos montados no mesmo período do ano passado.
Os executivos da entidade apontam que a produção tem sido ajustada à demanda do mercado, que apresenta recuo de 27,9% nas vendas no quadrimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado.
Apenas a Volkswagen enfrenta queda na comparação quadrimestral no segmento de automóveis (38%), comerciais leves (38,4%), caminhões (37%) e ônibus (54,2%).
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