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Frio intenso no hemisfério Norte



Neste inverno, o longo período de frio intenso na região leste dos Estados Unidos levou alguns poderosos norte-americanos, encabeçados pelo presidente Trump (que evidentemente não conhece a diferença entre meteorologia e clima) a negar a realidade do aquecimento global. A realidade, porém, é ao contrário: a atual onda de frio é provocada pelo aumento global das temperaturas médias.

Dias e dias de temperaturas extremamente baixas acontecem nos Estados Unidos e na Europa norte-ocidental nestes primeiros dias de janeiro de 2018, e os termômetros ainda não mostram nenhum sinal de que irão subir. Este inverno particularmente rígido induziu algumas pessoas – a começar pelo presidente Donald Trump – ignorantes da dinâmica desses processos climáticos a fazer piada a respeito do aquecimento global, o verdadeiro responsável pelo fenômeno. Quais são as suas explicações? Por que, em um planeta que está cada vez mais quente, algumas zonas podem se tornar ainda mais frias? Isso desmente o aquecimento global?




Fenômeno raro: gelo formou-se na superfície do rio Hudson, em Nova York


Para começar, os climatologistas ressaltam que os erros contidos no famigerado comentário do presidente Trump são muitos e graves. Primeiro: um período de frio nos Estados Unidos (ou em qualquer outra região do mundo) é um fenômeno meteorológico, e a meteorologia só explica aquilo que acontece em um momento limitado no tempo (e no espaço).

Segundo: a mudança climática global é, diferentemente, uma teoria científica que explica o que está acontecendo e o que acontecerá ao inteiro planeta no arco de 150 anos ou mais. Portanto, quem se ocupa desses fatos é a climatologia, e não a meteorologia. Enquanto na costa leste dos estados Unidos as temperaturas chegaram nos últimos dias a quase 40 graus centígrados negativos, a costa oeste do país ainda está tentando se refazer dos efeitos provocados por espantosos incêndios recentes que atingiram sobretudo a Califórnia.
A verdade é que, ao mesmo tempo em que um frio de rachar congela Nova York e outras cidades do leste norte-americano, em muitas outras partes do mundo, no Alasca e na Sibéria inclusive, as temperaturas são certamente mais elevadas. Nas zonas árticas, em particular, estão-se registrando temperaturas de cerca 3,4 graus centígrados superiores à média. No geral, o ano de 2017 está sendo considerado o mais quente já verificado de todos os anos em que não ocorre o fenômeno El Niño, desde que as temperaturas médias mundiais começaram a ser medidas, em 1850.
Mas então, qual é o motivo?
A explicação de um fenômeno tão particular está no assim chamado vórtice polar: esse fenômeno é uma espécie de anel contínuo de ventos em alta quota que circundam o Polo Norte e “seguram” em altas latitudes o ar mais frio. Por causa do aquecimento global, e à crescente fusão dos gelos polares no Ártico, esse vórtice começou a diminuir sua intensidade e, como consequência, a desenhar ondas mais profundas e amplas, que podem inclusive se romper (como mostra a ilustração logo abaixo). Essas ondas mais profundas conduzem as massas de ar polar em direção a latitudes mais baixas e as massas de ar temperado (mais quentes) em direção ao norte.

O vórtice polar se torna mais fraco (o círculo azul) e permite que o ar ártico corra para o sul. Também as correntes de jato (as ondas azuis) se tornam menos intensas deixando que o ar mais quente (setas vermelhas) suba para as áreas mais ao norte. O ar polar, denso e frio, penetra ao sul e permanece bloqueado sobre os Estados Unidos. O ar mais quente sobe e fica bloqueado sobre a Europa.
O vórtice polar, por sua vez, influencia o andamento das assim chamadas correntes “de jato” (jet streams ou correntes de jato são como rios de vento no alto da atmosfera). Estas tiras finas de ventos fortes e velozes têm uma enorme influência sobre o clima, pois podem empurrar as massas de ar ao redor e afetar os padrões climáticos.
Também na Europa
O mesmo fenômeno acontece na Europa e no norte da Ásia, como explica um artigo da climatologista Marlene Kretschmer e sua equipe do Potsdam Institute of Climate Impact Research. O artigo demonstra como o enfraquecimento do vórtice polar é um fenômeno persistente, que tem se reforçado nas últimas décadas, e que muito provavelmente está ligado aos invernos mais frios na Europa e nos Estados Unidos.
É exatamente isso que está acontecendo neste momento no hemisfério norte. O frio polar que chegou ao país atingiu em algumas localidades 42 graus centígrados negativos. Ou seja, valores cerca de 15 graus mais baixos em relação às médias sazonais.
No estado de New Hampshire, um vídeo caseiro feito no observatório meteorológico do Monte Washington, mostra o momento em que a água fervente de uma chaleira congela e vira neve instantaneamente ao contato com o ar. No local a temperatura chegou aos 37 graus negativos, mas na localidade de Embarrass, no Minnesota, foi registrado no domingo o recorde negativo de -42 graus.
Clima quase marciano, tubarões congelados
Os jornais americanos lembram que, nestes dias, faz mais frio nos Estados Unidos do que em Marte. Mas um dos efeitos mais impressionantes do vórtice de gelo ártico aconteceu em Massachusetts, onde os biólogos do Atlantic White Shark Conservancy encontraram três tubarões-raposa (gênero Alopias) atirados à praia em Cape Cod, mortos por causa de um choque térmico devido ao frio, que pode provocar uma parada cardíaca nesses animais.
Um dos tubarões do Atlântico – um exemplar macho de mais de 4 metros de comprimento – que foram encontrados congelados por causa do choque térmico. Atlantic White Shark Conservancy
Nem mesmo as cataratas do Niagara escaparam aos efeitos do frio. Elas normalmente descarregam cerca de 682 mil litros de água por segundo. Desde o início da semana, com a temperatura oscilando ao redor dos 11 graus negativos, elas se encontram quase completamente congeladas e, segundo os especialistas, se as temperaturas se mantiverem assim tão baixas, se congelarão completamente dentro de um mês.
A beleza congelada das cataratas do Niagara.

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ELAS

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