Novos tratamentos conseguem impedir que os sonhos ruins aconteçam ou até mudar seu conteúdo Rachel Costa Por quase toda a vida, a promotora de Justiça Ana Marta Orlando, 66 anos, teve suas noites assombradas por um inimigo silencioso e assustador: os pesadelos. O mais recorrente a transportava, em um momento da noite, para um imenso deserto. Solitária, ela começava a caminhar sem rumo e, a cada passo, sentia os pés afundar na areia fofa. Não bastando o desespero de se sentir engolida pelo chão, em determinado momento, ao olhar para trás, percebia a presença de um beduíno montado sobre um imenso camelo a cortar o ar com espadas. Desesperada, tentava apressar a caminhada, mas as pernas se afundavam cada vez mais na areia até que o perseguidor a alcançava e ela acordava sobressaltada. “Suando frio e com o coração aos pulos”, relembra Ana Marta, que, assim como outros milhões de brasileiros, tinha pesadelos crônicos, problema que dificilmente rompe as paredes