A presidente afastada Dilma Rousseff subiu nesta segunda-feira (29) à tribuna do Senado, no mais importante discurso proferido no Congresso desde a Constituição de 1988, para fazer um ataque moral ao Congresso – e não uma defesa política perante o Congresso. É uma Dilma que, seja nos 25 minutos de seu discurso inicial, seja nas horas que se seguiram, mostrou por que caiu. Ela não hesitou em explorar politicamente, como nunca fizera até hoje, as violências que sofreu na ditadura. Enunciou orgulhosamente que não cedeu à máquina de quebrar ossos dos militares. “Resisti à tempestade de terror que começava a me engolir, na escuridão dos tempos amargos em que o país vivia”, disse. “Apesar de receber o peso da injustiça nos meus ombros, continuei lutando pela democracia.” Essa Dilma destemida, de firmeza física e moral inquebrantável, apresentou-se da tribuna do Senado, altiva, para uma nova e igualmente nobre luta: salvar a democracia brasileira de si mesma. “No passado, com as arma