No sábado amanheceu nublado na praia das Astúrias no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Por volta das dez da manhã não havia mais do que vinte pessoas na longa faixa de areia que se abre quando a maré está baixa. Alheios ao trânsito na rua de mão única que separa os prédios do mar, um grupo de adolescentes fumava narguilé, um pai fazia castelinho de areia com a filha e vendedores de coco, raspadinha, rede, cerveja e pastel aguardavam a chegada dos parcos turistas de outono. Em meio a edifícios pomposos, parcialmente escondidos por tapumes pretos e redes de proteção, avistava-se um dos novos pontos turísticos da cidade: o edifício Solaris, um prédio de classe média de arquitetura contemporânea inaugurado em 2014. Com duas torres e dezoito andares, 128 apartamentos e uma população flutuante, o lugar – cujo hall de entrada tem apenas um tapete amarelo escrito “Solaris – Astúrias Guarujá”, um quadro de avisos verde e uma sirene vermelha de alarme de incêndio – já dava sinais da precoce