Em artigo publicado ontem no jornal “O Globo”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender a tese de união de forças em torno de um candidato a presidente que possa enfrentar Lula e Jair Bolsonaro. Enquanto FHC queimava Geraldo Alckmin novamente, Luciano Huck se movimentava.
FHC subiu o tom em relação à entrevista publicada no jornal “O Estado de S. Paulo” na semana passada, na qual já tinha dito que o PSDB deveria dar apoio a um candidato que unisse mais forças, caso o governador Geraldo Alckmin fracassasse nesse sentido. No artigo de ontem, ele citou Alckmin, mas elencou também Marina Silva, Joaquim Barbosa e Henrique Meirelles como alternativas.
O ex-presidente voltou a enfraquecer a candidatura de Alckmin, porque aventou outros postulantes que poderiam unir forças de centro e centro-direita. Chegou a apelar até a “setores ponderados da esquerda”.
Quando um cacique tucano coloca a ex-senadora Marina Silva, o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao lado de Alckmin numa lista de presidenciáveis, ele enfraquece o nome mais forte do PSDB para ser candidato, que é o do governador de São Paulo. Ao expor tantas dúvidas em relação a Alckmin, FHC dá início prematuro a um processo de “cristianização” do tucano paulista.
Na reserva
Outro trecho do artigo de FHC chama atenção. Ele usa a expressão “quem mais seja” para sugerir que outros nomes, novidades, possam surgir na corrida presidencial. Esse “quem mais seja” tem nome e sobrenome: Luciano Huck.
Nos bastidores, FHC ainda não desistiu de Huck porque teme que Alckmin não decole. O ex-presidente é o maior incentivador da entrada na política do apresentador de TV. O PPS continua de portas abertas.
Ontem, ao participar do “Programa do Faustão”, na Rede Globo, Huck voltou a deixar no ar a possibilidade de ser candidato. No artigo escrito na “Folha de S.Paulo” no final do ano passado, ele já havia deixado essa porta aberta, ao usar a expressão “neste momento” para dizer que não seria candidato. Na época, foi um artigo de despedida, pero no mucho.
No “Programa do Faustão”, ele repetiu a expressão “neste momento”. Deu corda a especulações. Mas não será fácil viabilizar a candidatura de Luciano Huck.
As ideias apresentadas por ele até agora não passam de chavões de boa intenção e de bom cidadão. Ele também faz críticas aos políticos tradicionais, com os quais ele teria de lidar na realidade cotidiana caso conquiste a Presidência.
No entanto, não dá para brigar com a notícia. FHC e um segmento da sociedade fazem uma articulação para ter Luciano Huck como Plano B na disputa presidencial.
No ar
Como registrado em post da semana passada, foi feito no comentário de hoje na CBN uma correção. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, não é filiado ao PSDB. Ele não tem filiação partidária.
Parente participou do governo FHC. Foi ministro da Casa Civil e gerenciou a crise de apagão em 2001. Apesar de o ex-presidente ter pensado em lançar Parente para presidente da República, ele disse que não pretende ser “Plano B nem Plano Z” nessa disputa. Correção feita.
Ouça o comentário no “Jornal da CBN”, que também analisou a reação de Bolsonaro a uma reportagem da “Folha de S.Paulo” sobre a sua evolução patrimonial:
fonte: http://www.blogdokennedy.com.br/fhc-queima-alckmin-enquanto-huck-se-move/
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