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As mães de ontem, as mães de hoje

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Só se fala em Dia das Mães, claro, as lojas têm aquelas ofertas irresistíveis que se tornam verdadeiros pesadelos para os filhos na hora de pagar, porque o que importa nessa data fabricada é o quanto fatura o comércio – que aliás, graças à mamãe inflação, não anda lá essa Brastemp toda.
Mãe é mãe e não está nem aí pra presente material – o presente que toda mãe quer é o seu filho.  A presença dele neste dia, como em todos os outros. Feliz, realizado, de bem com a vida. Ou a caminho disso tudo, quando ainda são crianças.
Há 32 anos – a exata metade da minha vida – não tenho minha mãe ao meu lado neste dia. Sempre lamento, sempre lamentarei.  Faz uma falta danada.  Em compensação, tenho  meu filho e minha Bela Antonia, que ilumina os meus dias com a sua beleza, graça, senso de humor, inteligência afiada. Vó coruja? Claro que sim. Faço questão de ser. Enquanto posso, enquanto ela deixa, porque já, já chega a adolescência e já, já, ela vai entrar naquela fase que ninguém aguenta.  Nem vó coruja.
Penso na mãe que fui e nas mães de hoje.  No Brasil, claro. Neste país ainda tão injusto com as mulheres, apesar de ter uma como presidente da República. Não sei como se viram as mães de hoje. Quem não tem muito dinheiro definitivamente não se estabelece – mais ainda depois do PEC das domésticas, coisa justíssima, fosse o Brasil uma Suécia. Aqui  as  nossas domésticas, para dar conta de seus trabalhos, têm elas próprias que contratar as suas. O povo que hoje tem a “mãe maior” – generosíssima nessa  época pré-eleitoral – não tem escolas nem creches para seus filhos.  Ensino de qualidade, que é obrigação de país que se preze, não tem e não sei quando terá.  Gostaria de saber como dorme Dona Dilma, avó de Gabriel.  Dormirá o sono dos justos? Tenho cá minhas dúvidas. Eu não durmo. Não com este Brasil que está aí. Um Brasil para inglês ver. Literalmente.
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Quando meu filho era criança, não sei o que teria feito sem a Lourdes,  a babá mais que perfeita, que me deu retaguarda.  Morava na Barra, trabalhava no Centro, mas, comparando com minhas similares de hoje em dia, não posso me queixar. No Facebook, por exemplo, topo eventualmente com os problemas de minha colega Ana Claudia Guimarães, que ocupa a mesma função que eu ocupava quando o meu filho tinha a idade dos filhos dela: repórter de coluna e no mesmo jornal O Globo. Foi mais fácil pra mim, tenho certeza. Naquele tempo pré computadores, as colunas eram datilografadas, diagramadas e despachadas para a oficina do jornal em não mais do que cinco horas de trabalho, o que me permitia apanhar o filho na escola na maioria dos dias. Hoje, uma coluna que se preze, fica praticamente 24 horas no ar, o que sobrecarrega seus colaboradores, tira horas preciosas da família, exaure, e ainda paga pouco. Nisso não difere dos meus tempos. Jornalismo nunca deu dinheiro a ninguém. Dinheiro fácil é pra mensaleiro, pra esses patifes que pululam por aqui, enquanto o povo pena com altos impostos, preços estratosféricos,  baixas expectativas,   na mais completa injustiça social – ainda que Dona Dilma venha um dia sim, outro também, garantir que vivemos no melhor dos mundos .
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As mães de hoje. Minha nora trabalha de sete da matina até seis da tarde e ainda dá plantão de fim de semana. É veterinária. Minha sobrinha, advogada, botou a Alice na creche quando a pequena tinha três meses – caso contrário, não teria como trabalhar.  A vizinha, grávida do segundo filho, tinha babá dormindo em casa e teve que demitir por causa da PEC. Está enlouquecida e com justa razão. As avós de hoje trabalham ainda. Como viver com aposentadoria do INSS? Eu, depois de contribuir por toda uma vida, recebo um salário mínimo. Portanto, nem pensar em avó em tempo integral como eu tive para grande sorte da minha mãe, que, viúva, trabalhava o dia inteiro para sustentar a casa. Vovó foi nossa salvação, mas ajudada pela Babá, minha saudosa, querida Babá. Passou anos e anos conosco e depois foi trabalhar com mamãe no Hospital dos Servidores do Estado, onde se aposentou muitos anos depois. O PEC ainda não existia. Patrão justo e decente sempre existiu e sempre existirá. Não precisa de legislação para ser assim.
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Babá dos miúdos, hoje, é a televisão . Os tablets também quebram um galho. As mães não têm mais tempo para sentar e contar história ou jogar Banco Imobiliário. A pressão, o trânsito, a trabalheira doméstica depois que chegam do trabalho não permitem mais aquela disponibilidade de outros tempos. Mamãe a jato é o que sobrou – e cara alegre e muita reza pra dar tudo certo no final.  É barra pesada a vida das mães do século 21.
Pensando bem,  data comercial ou não, vai ver é necessário mesmo um Dia das Mães.  Uma pausa, um domingo de maio, pra gente ser feliz ao lado dos nossos amados rebentos.

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