Mateus Solano gosta de dizer que não escolheu ser ator à toa. Num breve intervalo entre as gravações de “Amor à vida”, ele justifica parte dessa vontade artística na crença de que “a beleza do ser humano é a complexidade e a pluralidade de sua condição”. A frase, bonita e sonora, é também um contraponto à realidade de Félix, corrosiva e silenciosa. Agora, após ter sua sexualidade escancarada por Edith (Bárbara Paz), a natureza conflitante do personagem fica ainda mais em evidência. — Não é uma revelação, porque todo mundo já sabia. O Félix dá pinta desde o primeiro capítulo (risos). Não é a máscara dele que cai. Cai a máscara da sociedade, daquela família, que preferiu ficar cega em relação a isso por tanto tempo, que não havia enxergado que a filha (Paloma) estava grávida de nove meses — avalia o ator, que completa: — Ele é totalmente mal resolvido, uma criança que não cresceu e faz questão de gritar aos quatros ventos sobre sua sexualidade. Todas as suas piadas são para denegrir a