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Violência X Universidades: Uma onda de crimes que pode levar à necessidade de se repensar o sistema de segurança do ambiente acadêmico

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A UFRJ registrou este ano 33 furtos de carros. No ano passado todo foram oito 
O último 11 de setembro foi o dia do terror para a professora M., de 43 anos, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela ficou em poder de sequestradores armados por quase duas horas e meia, enquanto os bandidos sacavam dinheiro e faziam compras no seu cartão. M. foi rendida no estacionamento da faculdade, de dia, e liberada quase à noite, na Baixada Fluminense. A professora é mais uma das muitas vítimas de crimes praticados em cidades universitárias – grandes áreas com autonomia administrativa e acadêmica assegurada pela Constituição Federal. Mas a autonomia que garante a não interferência na produção e ensino do conhecimento é a mesma que, hoje, não permite a entrada de polícia em território acadêmico. A aversão por homens armados e fardados vem do período da ditadura, quando faculdades eram invadidas, pessoas eram presas e desapareciam. Mas, na democracia, essa conquista de valor inquestionável tem levantado polêmica, uma vez que a escalada criminosa no ambiente universitário só cresce.

A UFRJ é uma das poucas que contabilizam e divulgam as estatísticas, porém muitos fatos não chegam a ser notificados, como o número de estupros. Mas os furtos de carros, sempre registrados (por causa do seguro), servem de termômetro: entre janeiro e agosto deste ano foram 33, contra oito no mesmo período do ano passado. “Os campi não podem mais ser tratados como lugares invioláveis ou santuários. É inevitável que haja segurança pública também nesses espaços. Isso não ocorre porque há um preconceito ideológico gerado na ditadura”, avalia o professor de administração pública da Universidade Mackenzie Rio, Newton Oliveira. Depois que o aluno de engenharia Denis Papa Casagrande, 21 anos, foi morto com uma facada na madrugada de 21 de setembro na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a reitoria pediu reforço à Polícia Militar, e as rondas, que eram esporádicas, foram intensificadas. O casal suspeito do crime está preso. “Não é intenção da universidade ter uma base da polícia dentro do campus, mas avaliamos falhas para saber que medidas tomar. De qualquer forma, precisaremos de fato do auxílio da PM e da Guarda Municipal”, explicou a pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Dib Atvars. Os estudantes não concordam com a medida. Na quinta-feira 3, eles invadiram a reitoria para protestar contra a presença de policiais no ambiente acadêmico.
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NA USP 
O estudante de biologia Pedro Vidal já foi assaltado. A PM está mais 
presente, mas ele critica as ruas mal iluminadas e a falta de ônibus à noite
 
A Unicamp já conta com 252 vigilantes e 262 câmeras. Por ano, há, em média, dez furtos de carros. No ano passado, foram furtadas 90 bicicletas. No entanto, muitos temem pela presença de policiais no campus. “Eles (PMs) passam com cachorros. É amedrontador. Estão usando o crime como pretexto para a militarização”, diz a estudante Mariana Toledo, coordenadora do Diretório Central Acadêmico da Unicamp. Para o sociólogo e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Glaucio Soares, a reação da estudante é previsível, pois universitários, historicamente, têm aversão à polícia. “O criminoso sabe perfeitamente das vulnerabilidades dos campi e sabe que nesses lugares há pessoas com alto poder aquisitivo. O potencial para a criminalidade é muito grande”, avalia.

A UFRJ contratou 20 profissionais de segurança que passaram a fazer, desde o mês passado, rondas em bicicletas, e um dos acessos foi fechado. A Polícia Militar circula pelas principais vias do Fundão – nome da ilha na qual está localizada a UFRJ, na zona norte carioca –, mas está impedida de adentrar nas faculdades e em algumas áreas, como o estacionamento, onde ocorrem muitos crimes. Sequestrado em 2011 pela manhã enquanto estacionava o carro, um estudante de engenharia de 25 anos, que pede anonimato, acredita que nada disso vai adiantar. “Na delegacia me disseram que não podiam fazer nada porque as imagens das câmeras não têm definição”, lamenta o jovem, que ficou quatro horas sob a mira de armas.
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A própria universidade registrou nove sequestros desse tipo no ano passado e sete este ano. Uma aluna do Centro de Tecnologia, que também não quis se identificar, contou que um bandido a espancou, em 2012, e que quase foi levada por eles. “Pulei do carro e saí correndo. Depois, na delegacia disseram que não tinham muito o que fazer e que os sequestros são frequentes no Fundão”, lamenta ela, até hoje traumatizada. O delegado José Otilio Bezerra, titular da 37ª DP, na Ilha do Governador, diz que muitas vítimas não registram os casos na delegacia, o que prejudica a investigação, a prisão dos criminosos e o conhecimento do tamanho do problema. No caso dos sequestros relâmpago, é comum que sejam notificados perto de onde a pessoa é solta. “Fiz um levantamento e só encontrei cinco roubos no Fundão este ano. Assim, fica mais difícil identificar as quadrilhas”, explica o delegado.
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NA UFRJ 
Aluna do Centro de Tecnologia apanhou de um
bandido no ano passado numa tentativa de sequestro. 
Ela conseguiu escapar e deu queixa na delegacia
 
Na Universidade de São Paulo (USP), a PM já atua há dois anos, apesar dos protestos de boa parte dos alunos. O estudante de biologia Pedro Vidal, 20 anos, acredita que a sensação de insegurança é a mesma e há ruas mal iluminadas e falta de ônibus à noite. “Estava no ponto com mais quatro pessoas e fomos todos assaltados. Depois, soube que no mesmo lugar voltaram a roubar outras vezes”, conta. A universidade começou a implantar nova iluminação no campus do Butantã, na zona oeste da capital, na quarta-feira 25. O primeiro local beneficiado foi a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), onde foi morto o estudante Felipe Ramos de Paiva em 2011. Ao todo, serão gastos R$ 40 milhões em toda a Cidade Universitária.
As instituições privadas também são vítimas. No início de setembro, um assaltante armado chegou a invadir uma sala de aula do curso de comunicação social da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de Porto Alegre, e levou tudo o que podia dos alunos. A instituição admitiu que o esquema de segurança está sendo reforçado, com mais câmeras e criação de um número de telefone específico para emergências. O desafio e saber como assegurar a autonomia sem que os campi se transformem em território sem lei. 
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fonte:http://www.istoe.com.br/reportagens/328075_AUTONOMIA+X+SEGURANCA?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage

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ELAS

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