
Jornal Nacional obteve com exclusividade imagens e detalhes da cela de 15 m² onde o empresário Eike Batista está desde segunda-feira (30) na Cadeia Pública Bandeira Stampa (Bangu 9), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.



Em outra imagem, aparecem as camas de outros dois presos que dividem cela de número 12 com ele: Álvaro José Galliez Novis, considerado peça-chave no esquema de lavagem de dinheiro da quadrilha que, segundo os investigadores, era liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral; e Wagner Jordão Garcia, acusado de ser um dos operadores financeiros da quadrilha.
Em outra foto, aparece o banheiro que fica na cela. Embaixo, à esquerda, está o ventilador. Na parede, dá pra ver uma televisão. O presídio tem 541 vagas e 424 detentos. O almoço servido nesta terça foi arroz, feijão, salsicha e farofa.
Depoimento
Por volta das 13h30, o empresário foi levado para prestar depoimento na sede da Polícia Federal. Com a cabeça raspada, Eike foi de calca jeans, camiseta branca e chinelo, ao lado dos policiais federais.
Por volta das 13h30, o empresário foi levado para prestar depoimento na sede da Polícia Federal. Com a cabeça raspada, Eike foi de calca jeans, camiseta branca e chinelo, ao lado dos policiais federais.
Foi o primeiro depoimento do empresário aos procuradores e delegados da força-tarefa da Lava Jato no Rio, depois de ser preso na segunda-feira.
Eike Batista é acusado de pagar propina no valor de R$ 52 milhões a Sérgio Cabral em 2010. Para os investigadores, em troca, o empresário poderia contar com a boa vontade do ex-governador nos negócios do grupo X, que pertence ao empresário.
Ele deixou a PF no início da noite e voltou para o presídio. Eike Batista ficou quatro horas sendo ouvido. A Polícia Federal não divulgou o teor do depoimento.
Advogado nega delação
A expectativa era que o empresário desse mais detalhes sobre o esquema de pagamento de propina na gestão de Sérgio Cabral. Ou que negociasse um acordo de delação premiada. Mas o advogado dele, por enquanto, descarta a delação.
A expectativa era que o empresário desse mais detalhes sobre o esquema de pagamento de propina na gestão de Sérgio Cabral. Ou que negociasse um acordo de delação premiada. Mas o advogado dele, por enquanto, descarta a delação.
“A princípio, não há possibilidade de delação”, declarou o advogado Fernando Martins.
No embarque, em Nova York, Eike Batista deu a entender, em entrevista ao repórter Felipe Santana, que tinha intenção de contar o que sabe.
"Olha, tô voltando porque, sinceramente, vou mostrar como é que são as coisas. Simples assim", disse Eike.
Questionado se estava tranquilo e qual seria o sentimento, o empresário respondeu. "Não. O sentimento é que temla que se mostrar o que é, né? Tá na hora de eu mostrar. Ajudar a passar as coisas a limpo."
A defesa de Eike Batista aguarda a decisão da Justiça sobre um pedido de habeas corpus feito nesta segunda-feira.
Comentários