100 DIAS, UMA PREFEITURA SUCATEADA: Rígido controle dos gastos, parcerias com os governos estadual e federal para alavancar promessas de campanha e muitas polêmicas
Rígido controle dos gastos, parcerias com os governos estadual e federal para alavancar promessas de campanha e muitas polêmicas.
Esse é o resumo dos primeiros 100 dias de governo de Ortiz Junior (PSDB), que serão completados na próxima quarta-feira.
A volta da família Ortiz ao poder --o pai de Junior, José Bernardo Ortiz, governou a cidade durante 14 anos, em três mandatos -- foi marcada por atritos com o ‘ex-aliado’ Roberto Peixoto (sem partido), que deixava a prefeitura após oito anos.Mesmo antes de assumir, após um processo de transição turbulento, o tucano cravou que seria necessário demitir cerca de 2.000 servidores para corrigir o problema do inchaço da folha, deixado por seu antecessor.
Já no cargo, Junior reviu as contas e, em um primeiro momento, dispensou ‘apenas’ 1.125 funcionários. Depois, após outros dois cortes em massa, se aproximou do número original.
Controle. As demissões não foram a única medida adotada pelo tucano para economizar. No campo do funcionalismo, Junior cortou benefícios e restringiu horas extras, ações que quase desencadearam uma crise entre governo e servidores (leia texto nesta página).O prefeito também determinou a revisão de todos os contratos firmados pela gestão anterior. A ordem passada aos secretários era de obter descontos de 30%, em média. Com a medida, o governo afirma ter economizado R$ 10 milhões em apenas dois meses.
Porém, a política de austeridade fiscal foi colocada em xeque na primeira grande polêmica da gestão. Ao mesmo tempo em que pregava um controle rígido dos gastos, Junior tentou aumentar em 31,63% os salários dos seus secretários. A proposta chegou a receber votos contrários até de vereadores governistas e, apesar de aprovada na Câmara, acabou barrada pela Justiça.
Esse é o resumo dos primeiros 100 dias de governo de Ortiz Junior (PSDB), que serão completados na próxima quarta-feira.
A volta da família Ortiz ao poder --o pai de Junior, José Bernardo Ortiz, governou a cidade durante 14 anos, em três mandatos -- foi marcada por atritos com o ‘ex-aliado’ Roberto Peixoto (sem partido), que deixava a prefeitura após oito anos.Mesmo antes de assumir, após um processo de transição turbulento, o tucano cravou que seria necessário demitir cerca de 2.000 servidores para corrigir o problema do inchaço da folha, deixado por seu antecessor.
Já no cargo, Junior reviu as contas e, em um primeiro momento, dispensou ‘apenas’ 1.125 funcionários. Depois, após outros dois cortes em massa, se aproximou do número original.
Controle. As demissões não foram a única medida adotada pelo tucano para economizar. No campo do funcionalismo, Junior cortou benefícios e restringiu horas extras, ações que quase desencadearam uma crise entre governo e servidores (leia texto nesta página).O prefeito também determinou a revisão de todos os contratos firmados pela gestão anterior. A ordem passada aos secretários era de obter descontos de 30%, em média. Com a medida, o governo afirma ter economizado R$ 10 milhões em apenas dois meses.
Porém, a política de austeridade fiscal foi colocada em xeque na primeira grande polêmica da gestão. Ao mesmo tempo em que pregava um controle rígido dos gastos, Junior tentou aumentar em 31,63% os salários dos seus secretários. A proposta chegou a receber votos contrários até de vereadores governistas e, apesar de aprovada na Câmara, acabou barrada pela Justiça.
Além disso, enquanto revia contratos, o tucano autorizou um gasto de R$ 10,29 milhões para adquirir merenda escolar de uma empresa acusada de envolvimento com um suposto cartel e que financiou campanhas do PSDB em São José.
Balanço. Entre as promessas de campanha, três receberam atenção especial no início desse governo: a construção de moradias populares, os mutirões de exames e consultas e a aprovação do novo projeto da Atividade Delegada, o chamado ‘bico oficial da PM’.
Por outro lado, Junior sofreu desgaste quando propôs a contratação de OSs (Organizações Sociais) para gerir áreas como Saúde e Ensino e ao admitir ‘falhas’ no sistema de concessão de bolsas de estudo.
Já na reta final dos 100 dias, o tucano viu surgir uma crise na aliança com o PV, com a queda de duas secretárias indicadas pelo partido.
Balanço. Entre as promessas de campanha, três receberam atenção especial no início desse governo: a construção de moradias populares, os mutirões de exames e consultas e a aprovação do novo projeto da Atividade Delegada, o chamado ‘bico oficial da PM’.
Por outro lado, Junior sofreu desgaste quando propôs a contratação de OSs (Organizações Sociais) para gerir áreas como Saúde e Ensino e ao admitir ‘falhas’ no sistema de concessão de bolsas de estudo.
Já na reta final dos 100 dias, o tucano viu surgir uma crise na aliança com o PV, com a queda de duas secretárias indicadas pelo partido.
Tucano teve atritos com funcionalismo
TAUBATÉ
Ao anunciar a demissão de 2.000 funcionários mesmo antes de assumir o cargo, Ortiz Junior já poderia prever que o início do governo seria marcado por desconfiança entre os servidores municipais.
Apesar de carregar a ‘herança’ do pai, que era acusado de perseguição pelos trabalhadores da prefeitura, o tucano não se preocupou em fazer a categoria mudar de impressão.
Pelo contrário, lançou mão de uma série de medidas que tiveram um impacto negativo no funcionalismo.
Além das demissões, Junior anunciou a revisão de benefícios como os adicionais de insalubridade e periculosidade, escalou servidores de sua confiança para ‘espionar’ a escala
Além das demissões, Junior anunciou a revisão de benefícios como os adicionais de insalubridade e periculosidade, escalou servidores de sua confiança para ‘espionar’ a escala
de trabalho dos outros funcionários e assistiu, sem se posicionar, à elaboração de um memorando, feito pela então secretária de Saúde, que ameaçava dispensar todos os trabalhadores do setor.
O ‘pacote’ de ações quase gerou uma crise entre o tucano e o funcionalismo. “A retirada de direitos adquiridos não foi boa, isso cria instabilidade na categoria”, disse o presidente do
Sindicato dos Servidores, Augusto César Nogueira.
Futuro. Outro ponto de atrito entre os servidores e o prefeito é o projeto que prevê a restrição das seis faltas abonadas anuais a que os funcionários têm direito. A proposta ainda não foi votada na Câmara.
“Pelo discurso feito na campanha, a categoria acreditava que o prefeito pudesse começar de outra forma, sem tantas medidas corretivas”, declarou o presidente do sindicato.
No entanto, Nogueira afirma que o subsídio oferecido pelo tucano para custear o novo plano
“Pelo discurso feito na campanha, a categoria acreditava que o prefeito pudesse começar de outra forma, sem tantas medidas corretivas”, declarou o presidente do sindicato.
No entanto, Nogueira afirma que o subsídio oferecido pelo tucano para custear o novo plano
de saúde do funcionalismo é um sinal de que o governo está aberto ao diálogo.
“Com essa abertura, os problemas dos funcionários estão sendo resolvidos”, disse.
Série continua com ‘Carta’ e entrevista
A série de reportagens de O VALE sobre os 100 dias do governo Ortiz Junior prossegue na terça-feira, com um balanço dos compromissos assumidos pelo tucano ano passado na campanha ‘Ética na Política’, lançada pelo jornal. Na quarta-feira, será publicada entrevista com Junior, em que o prefeito analisa o início de sua administração.
A série de reportagens de O VALE sobre os 100 dias do governo Ortiz Junior prossegue na terça-feira, com um balanço dos compromissos assumidos pelo tucano ano passado na campanha ‘Ética na Política’, lançada pelo jornal. Na quarta-feira, será publicada entrevista com Junior, em que o prefeito analisa o início de sua administração.
Mídia
Capa faz referência a jornal americano
As capas de O VALE de hoje para Taubaté e São José dos Campos, sobre os 100 dias dos governos Ortiz Junior e Carlinhos Almeida, foram inspiradas na edição do jornal ‘San José Mercury News’, da Califórnia, sobre os 100 dias do primeiro governo Barack Obama. A capa foi considerada por institutos de design gráfico internacionais uma das melhores do ano de 2009 nos EUA.
Capa faz referência a jornal americano
As capas de O VALE de hoje para Taubaté e São José dos Campos, sobre os 100 dias dos governos Ortiz Junior e Carlinhos Almeida, foram inspiradas na edição do jornal ‘San José Mercury News’, da Califórnia, sobre os 100 dias do primeiro governo Barack Obama. A capa foi considerada por institutos de design gráfico internacionais uma das melhores do ano de 2009 nos EUA.
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