Pular para o conteúdo principal

MEMÓRIAS DO CARANDIRU TÊM CALCINHA DA RITA E PILHA DE CORPOS: "Shows garantiam calmaria por 15, 20 dias no presídio." O sintoma de que os presos se esqueceriam ao menos um tempo do ambiente insalubre e do Carandiru –à época do massacre de 111 detentos

A dançarina e ex-chacrete Rita Cadillac é assediada por presos durante.festa de fim de ano dos detentos e seus familiares, na Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru, em dezembro de 1999

"Oi, madrinha. Como vai, madrinha?". Os "afilhados" são ex-detentos do complexo
 penitenciário do Carandiru. A "madrinha" é a dançarina e cantora Rita Cadillac, 59, que, talvez para muitos da extinta casa de detenção, a figura de musa coubesse melhor no imaginário que o de figura maternal. Passados quase 11 anos do fim da unidade prisional, o ambiente para essa interação são as ruas de São Paulo, cidade que a carioca Rita escolheu para viver, após uma "adaptação" no litoral sul paulista. Há três anos, deixou Praia Grande, na Baixada Santista, pelo bairro de Santa Cecília, área central da capital.
"Até hoje, quando algum ex-detento, livre ou não, me vê na rua, diz: "oi, madrinha". Sempre os tratei com respeito, com alegria, e ainda trato, quando há esse reencontro", conta Rita, que fez amizades que extrapolaram os pavilhões do Carandiru. "Fui madrinha nas formaturas de vários internos lá dentro e sou madrinha de filhos de quatro ou cinco deles, aqui fora. As lembranças que tenho do presídio são alegres: eu tinha respeito, as pessoas gostavam de mim, e, em troca da minha atenção, me davam carinho". Rita recebeu o UOL no apartamento em que vive com Angel Maria, uma poodle preta de 11 anos que trata como "filha'. Diabética, a cachorra recebe insulina duas vezes por dia. "Ela que me acorda todo dia às 6h30 para que eu aleve para passear. E como estou de regime e ela é diabética, acaba entrando [no regime] também", conta.
Alçada à fama no Programa do Chacrinha, nos anos 1980, a dançarina hoje faz shows onde a convidarem. "Esses dias a mulher de um juiz me contratou para ser a surpresa para o marido na festa de aniversário dele. Aqui em São Paulo!", lembra. "De inauguração de cemitério a festa, show, balada, eu faço", brinca.

18 anos de relação com o Carandiru

A história no Carandiru começou em 1984, quando foi convidada pela direção do presídio para uma festa de Natal aos presos. Não queria ir, de início, mas era obrigada por força de contrato com a gravadora à qual era vinculada. Foi, gostou e voltou outras vezes --até a implosão do presídio, em 2002, 18 anos depois.
Nas apresentações --que renderam menção no filme "Carandiru", de Hector Babenco, e no documentário "Rita Cadillac - A Lady do Povo", de Toni Venturi --, brincava com os detentos e depois passava longos minutos, diz, "conversando amenidades" com eles.
"Claro que 99,9% dizia para mim que não tinha motivo para estar ali; eu dizia: "Tá, então você é trouxa de estar aqui, né?". Mas no geral tinham saudades da família, que abandonava muitos ali, e eu era muito perguntada sobre o Chacrinha. Mas eram seres humanos, e acho que de alguma maneira eu os ajudava a esquecer, por algum momento, que estavam naquele lugar".

"Shows garantiam calmaria por 15, 20 dias no presídio"

O sintoma de que os presos se esqueceriam ao menos um tempo do ambiente insalubre e do Carandiru –à época do massacre de 111 detentos, em outubro de 1992, eram mais de 7.000 internos, o dobro da capacidade --, por sinal, teriam sido relatados pelos próprios diretores do presídio à dançarina. No período de 15 a 20 dias seguintes a cada apresentação, diz, era calmaria na unidade.
Indagada se sente segurança para fazer, hoje, as apresentações em presídios que fazia na época do Carandiru –mesmo com a realidade das facções criminosas --, Rita garante que sim.
"Faço, sem medo. Mas hoje a secretaria não deixa mais shows desse tipo".

Depois do massacre, presos tinham "medo, revolta"

No dia da rebelião que antecedeu o massacre, ela não foi ao Carandiru. "Eu morava ali perto, nessa época, em Santana (zona norte). Vi pela TV. Doeu. Não sei o que levou os policiais a usarem aquela força toda, mas não precisava entrar matando. Teve preso morto já dentro da cela. Conheço alguns que morreram", diz.
A dançarina voltou à casa de detenção cerca de três meses após o massacre. Sentiu os presos ressabiados; alguns ainda estavam machucados, doentes, e celas seguiam quebradas. "Era uma sensação muito estranha, uma carga muito pesada. Era como se os presos sentissem medo, revolta... a partir dali, notei que muita coisa com eles ficou diferente", resume.
No dia da implosão, 17 de julho de 2002, a dançarina esteve lá a convite das autoridades. Qual foi a impressão? "Aquilo era uma bomba que estava para explodir a qualquer momento (...). Mas o fim foi horrível – foram anos meus e memórias muito boas também que foram ali junto na implosão".
Que escala de valor ela atribui às carreiras de chacrete e de "musa dos internos" do Carandiru na vida artística, hoje? "O mesmo. Foram caminhos diferentes, mas que levaram, ambos, à Rita Cadillac". 

Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

A grande farsa

  “Amigos, há um momento, na vida dos povos, em que o país tem de ser anunciado, promovido e profetizado”. (Nelson Rodrigues). A Globo e o Consorcio de Imprensa que ela comanda, inventaram uma grande farsa: a crise na Seleção Brasileira. Dela participaram Tite, Casemiro, Renan como bonequinhos de ventríloquo, que vocalizaram as “dores” que os pobres atletas-europeus estavam sentindo. Por tabela, entra Rogério Caboclo, um “homem mau”, namorador, que precisava ser eliminado urgentemente da CBF, segundo deixa entender a Globo. No núcleo central da trama a Copa América e o vírus que provoca a epidemia.Acompanhe o desenrolar da trama, digna de uma novela mexicana: Casemiro, a quem o técnico Tite entregou a braçadeira de capitão da Seleção, perguntado pelo repórter Eric Faria, da TV Globo, “se a posição que ele pretende externar após o jogo de terça é compartilhada pelos companheiros, ele garantiu que fala pelo grupo”, disse: – “Nós iremos falar, o Tite explicou a situação, eu como capitão,

SHOW: Kiss passa pelo Brasil

Foram anunciadas as datas oficiais da turnê do   Kiss   que passa pelo Brasil. Na capital paulista, o show acontece no dia 17 de novembro, na Arena Anhembi . A banda se apresenta também em   Porto Alegre   e no Rio de Janeiro . >>  Confira os shows que acontecem durante a semana >>  Veja os shows internacionais que acontecem no Brasil em 2012 >>  Saiba mais sobre a turnê da Madonna no Brasil Em 2011, dois anos depois da última visita de Genne Simmons, Paul Stanley, Ace Frehley e Peter Criss a terras brasileiras, o baixista anunciou o novo álbum do grupo, chamado  Monster , previsto para lançar em outubro de 2012. O novo trabalho conta com dez músicas inéditas, gravadas em Los Angeles.  Ingressos Os ingressos para o show do Kiss podem ser adquiridos no site da Livepass   ou pelas bilheterias oficiais. Os valores são R$ 300 (pista inteira) e R$ 150 (pista meia). FONTE: http://www.guiadasemana.com.br/evento/shows/kiss-em-sao-paulo-arena-anhembi-17-11-2012

MUSICAL: A família Addams parte 2

A montagem musical de   A Família Addams   chega ao Brasil em 2 de março de 2012, pouco tempo após sua estreia na   Broadway . O palco das apresentações é o   Teatro Abril   e reúne no elenco  Marisa Orth   e Daniel Boaventura , que dão vida aos personagens clássicos de Mortícia e Gomez. O elenco conta ainda com Sara Sarres, que alterna as sessões com Marisa no papel principal da matriarca. Confira outros musicais em cartaz em São Paulo Saiba quais as estreias da semana nos teatros de SP Veja quais atores já interpretaram os personagens da Família Addams O  musical  é inspirado na bizarra família criada pelo lendário cartunista Charles Addams  e uma das mais bem sucedidas produções da Broadway, desde quando estreou em abril de 2010, em Nova York, onde arrecadou 85 milhões de dólares. A versão brasileira é assinada por Claudio Botelho, com direção de Jerry Zaks, que já produziu mais de 30 produções em Nova York. O  Brasil  é o primeiro país fora dos Estados Unidos a fazer uma m

Invasões do MST chegam a 24 áreas em 10 Estados e no DF

24 propriedades já foram invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 11 estados do país durante o chamado Abril Vermelho, segundo dados divulgados na manhã desta terça (16) pelo grupo. As ocupações começaram ainda no fim de semana e, de acordo com o movimento, devem se estender até sexta (19) na Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. Além das invasões, o grupo promoveu outras seis ações diversas como montagem de acampamentos em alguns estados, assembleias e manifestações. As ações ocorrem mesmo após o  anúncio de um programa do governo federal para a reforma agrária que vai destinar R$ 520 milhões  para a compra de propriedades ainda neste ano para assentar cerca de 70 mil famílias do movimento. Entre os estados que tiveram invasões a propriedades estão Pernambuco – com a terceira ocupação de uma área da Embrapa –, Sergipe, Paraná, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, entre outros. “Até o momento, a Jornada contabiliza a realização de 30 aç

Aparição de Extraterrestre?

  fonte;   The History Channel Brasil

DORIA NÃO MENTE

Jornalista investigativo desbarata “laranjal” e desmascara Guilherme Boulos

Esse cidadão Guilheme Boulos é efetivamente uma figura de alta periculosidade. Sua mente é muito mais doentia que a de Lula. É um sujeito que faz da ‘politicagem’ um meio para obtenção de vantagens. Para tanto, é capaz de qualquer coisa. Não mede as consequências e é extremamente ardiloso. Felizmente, Boulos tem pouca intimidade com a inteligência. Assim, não resiste a uma boa investigação. Nesse sentido, o destemido jornalista Oswaldo Eustáquio resolveu olhar com mais atenção a campanha política que Boulos realiza em São Paulo. Já detectou um verdadeiro “laranjal” que o “gigolô de sem-teto” - nas palavras do jornalista Augusto Nunes - está formando em São Paulo. O esquema foi montado para fraudar a campanha em 2020. Uma empresa foi aberta apenas para receber R$ 500 mil e desviar o dinheiro público. O jornalista foi até o local que deveria funcionar a empresa e explodiu o esquema. O dono da casa admitiu que trata-se de um local de fachada e que a empresa, que faturou meio milhão, tem a

Volkswagen anuncia que pretende adotar férias coletivas para trabalhadores de três fábricas no Brasil

  A montadora alemã  Volkswagen  confirmou, na tarde desta segunda-feira (13), que pode adotar  um período de férias coletivas ainda neste mês   por possível impacto da produção pela tragédia que atinge o Rio Grande do Sul.  Temporais causaram grandes enchentes no estado e  mais de 140 pessoas morreram até o momento. Em nota enviada para a imprensa nesta segunda, a Volks afirmou que "protocolou férias coletivas de forma preventiva para as fábricas Anchieta de  São Bernardo do Campo (SP) ,  Taubaté (SP)  e  São Carlos (SP) , as três unidades no estado de São Paulo, que poderão entrar em férias coletivas a partir de 20 de maio, com o atual cenário". A empresa afirma que "em função das fortes chuvas que acometem o estado do Rio Grande do Sul e o povo gaúcho, alguns fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir nesse momento". Ainda segundo a Volks, as fábricas Anchieta e Taubaté devem ter 10 dias de

Eduardo Leite é criticado por dizer que ‘grande volume de doações’ vai prejudicar o comércio do RS

  O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), está enfrentando críticas nas redes sociais após afirmar que o “reerguimento do comércio” do estado pode ser prejudicado pelas doações feitas pelos brasileiros para ajudar a população gaúcha afetada pelas enchentes, que já resultaram em 149 mortes. Em entrevista à Rádio Band News FM, Leite mencionou a necessidade de estruturar ferramentas e canais para que as pessoas interessadas em fazer doações também possam apoiar o comércio local, que foi impactado. Ele expressou preocupação com o grande volume de doações físicas chegando ao estado e como isso pode afetar a recuperação do setor comercial, considerando que muitos desses itens vêm de outras regiões do país. A declaração do governador gerou debates sobre prioridades e a importância de equilibrar o apoio às vítimas com o impacto econômico local. Informações: Terra Brasil Notícias/ https://terrabrasilnoticias.com/2024/05/eduardo-leite-e-criticado-por-dizer-que-grande-volume-de-d