Greve: Metroviários de SP cruzam os braços nesta quinta (5), a uma semana do início da Copa do Mundo
Em assembleia na noite desta quarta-feira (4), metroviários de São Paulo decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 0h desta quinta-feira (5), a uma semana do início da Copa do Mundo.
A assembleia foi realizada na quadra da sede do Sindicato dos Metroviários, que fica no Tatuapé, zona leste da capital. A paralisação foi aprovada por unanimidade.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu uma liminar, em nome da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado e da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que determina que os metroviários mantenham 100% da frota em operação nos horários de pico, e ao menos 70% dos trens em circulação no restante do período. A liminar prevê multa diária de R$ 100 mil ao sindicato caso os termos sejam descumpridos.
Os metroviários, no entanto, dizem que não vão cumprir a decisão porque até o momento em que a greve foi aprovada eles não haviam sido informados da liminar. "Até a hora que assembleia aprovou a greve não tinha chegado nenhuma decisão para nós. Então amanhã vai ter greve", afirmou Altino Melo Prazeres, presidente do sindicato.
Com a greve, deixam de funcionar as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás. A Linha 4-Amarela, administrada por um grupo privado, irá funcionar normalmente.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas usam diariamente o Metrô, que é o principal meio de transporte para o Itaquerão, estádio que abrirá o Mundial no dia 12. O Metrô tem quase 10 mil funcionários, dois terços deles envolvidos diretamente na operação.
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), além de manter o funcionamento normal de todas as linhas, anunciou que aumentará o número de trens em circulação em todas as linhas. A empresa informou que a estação Itaquera (linha 11-Coral), que funciona de maneira integrada à estação Corinthians-Itaquera da linha 3-Vermelha do Metrô, permanecerá fechada durante a paralisação dos metroviários.
A SPTrans informou que acionará o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência), medida que colocará ônibus para circular nos trajetos das linhas de metrô.
Em razão da greve, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo decidiu suspender o rodízio municipal de veículos na capital na quinta. Com a medida, veículos com placas final 7 e 8 podem circular livremente, sem risco de multa.Os agentes da CET também decidiram entrar em greve --por tempo indeterminado--, a partir desta quinta-feira (5).
Paralisação havia sido anunciada no dia 27; categoria quer reajuste de 16,5%
A greve havia sido anunciada pela categoria no último dia 27. Desde então, metroviários e a direção do Metrô-SP tentaram chegar a um entendimento. Na tarde de hoje, representantes do sindicato e do Metrô realizaram a terceira reunião de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), mas novamente não houve acordo.
Os trabalhadores pedem reajuste de 16,5% nos salários e demais benefícios, plano de carreira --em especial para funcionários da segurança e da manutenção--, além de outras reivindicações, como aumento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e auxílio-creche.
Inicialmente, o Metrô ofereceu reajuste de 5,2%. Na semana passada, a companhia subiu a proposta para 7,8%. Na reunião de hoje, o Metrô ofereceu reajuste de 8,7%, vale-refeição mensal de R$ 669,16 e vale-alimentação mensal de R$ 290. Juntos, os reajustes resultariam em um aumento de 10,6% a 13,3% nos rendimentos da categoria.
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