Com resultados de vendas internas e de exportações bastante similares nos meses de abril e maio, a produção de veículos conseguiu tomar rumo de equilíbrio e sinalizar avanço mensal. O aumento foi sutil: 1,9%, passando de pouco mais de 277 mil unidades fabricadas em abril para 282,4 mil em maio. Mas suficiente para a Anfavea, associação que reúne os fabricantes, acreditar na interrupção do ciclo de queda constante. “Temos um bom indicador”, avaliou Luiz Moan, presidente da associação.
- Veja aqui as estatísticas da Anfavea.
Moan lembrou que a queda das exportações para a Argentina, por causa de restrições comerciais do país, impactou fortemente o desempenho da indústria nacional este ano. De acordo com o executivo, um recuo de 30% das exportações (o anotado de janeiro a maio) impacta de 6% a 7% na produção de veículos. Assim, como a Argentina responde por 80% das exportações brasileiras de veículos, a queda em torno de 5% na produção foi inevitável.
Segundo os números da Anfavea, de janeiro a maio foram fabricados mais de 1,3 milhão de veículos no País, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume é 13,3% menor do que o anotado em igual intervalo do ano passado, quando não havia restrições pelos parceiros argentinos. Na comparação entre maio deste ano com o de 2013, a queda na produção foi de 18%. Moan destaca que a retração de 5,5% em vendas internas dos cinco meses também influenciou a indústria.
O nível de emprego das montadoras no País caiu 2,8%, passando de 156,7 mil pessoas empregadas nas plantas das associadas à Anfavea em maio do ano passado para 152,3 mil este ano. “A queda de 1,2% de abril a maio aconteceu por causa dos PDVs (programas de demissão voluntária) anunciados pelas montadoras para aposentados. Mas o nível de empregos desde 2013 se mantém estável, na média de 150 mil postos de trabalho preenchidos. As montadoras vão conseguir manter este patamar”, comentou.
Com os ajustes no quadro de funcionários e nos turnos de trabalho, o estoque de veículos nas fábricas chegou a 116 mil unidades; enquanto que o das concessionárias foi de 283 mil unidades em maio. No total, são 399 mil carros parados, volume equivalente a 41 dias de vendas. Em abril, os estoques guardavam volume suficiente para 40 dias de vendas.
Dentre os segmentos, o que teve maior retração produtiva no acumulado de janeiro a maio foi o de veículos leves, o mais dependente das exportações para Argentina. Neste segmento a produção anotou queda de 13,5%, com 1,2 milhão de unidades montadas. No de caminhões, a retração foi de 12,5%, para 67,8 mil unidades. O de ônibus foi o único a ter avanço no acumulado, de 1,5%, para 17,7 mil chassis fabricados.
Como as negociações entre Brasil e Argentina ainda não foram concluídas e o mercado interno passa por período de alta volatilidade, em decorrência da Copa do Mundo, a Anfavea ainda não revisou as suas projeções. Mantém a expectativa de que a produção de veículos avance 1,4%, para o equivalente a 3,7 milhões de unidades montadas em 2014. Em julho, Moan pretende rever esse número para baixo. “O viés é de queda tanto para vendas quanto para produção”, admitiu.
fonte:http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/19783/producao-de-veiculos-avanca-19-em-maio
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