Cerca de 3.000 metalúrgicos do turno da manhã da General Motors de São José dos Campos decretaram greve nesta sexta-feira (20) na unidade do Vale do Paraíba (SP). A decisão foi tomada em assembleia nesta manhã.
Está prevista uma segunda assembleia com o segundo turno, hoje às 14h30, para votação da greve geral no local. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a GM propôs a abertura de lay-off (suspensão do contrato de trabalho), por dois meses devido à crise que o setor automobilístico enfrenta.
A linha de produção da GM de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, não opera nesta semana de carnaval, para ajustar a produção à atual demanda do mercado, de acordo com informações da GM. Já as linhas de produção em Gravataí e em São José dos Campos não funcionaram na segunda-feira (16), na terça-feira (17) e na quarta-feira (18); ontem (19) e hoje (20) operam normalmente.
O Sindicato informou que pedirá ao governo de Dilma Rousseff que edite uma Medida Provisória garantindo estabilidade no emprego para todos os trabalhadores.
Setor automotivo vive tempos difíceis e devem desempregar
O setor automotivo viveu um dos anos mais difíceis em 2014, apesar dos incentivos do governo federal nos últimos anos. As desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), por exemplo, tinham como objetivo incentivar o consumo e, assim manter o nível do emprego, por meio de acordos com as montadoras de não demissão. Há ainda um acordo setorial com o governo federal de lay off (suspensão do contrato de trabalho) para evitar demissões.
O cenário tem feito uma série de montadoras ajustar a produção por meio de concessão de férias, suspensão de contratos de trabalho e redução de jornadas em fábricas. Em janeiro, a Volks chegou a anunciar a demissão de 800 funcionários de São Bernardo do Campo, mas voltou atrás após 9 dias de greve geral na montadora. A Mercedes-Benz também demitiu 120 funcionários em janeiros, em São Bernardo. Ford, MAN, GM e Volkswagen planejam férias coletivas agora em fevereiro.
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