Os cerca de 1.140 trabalhadores afastados por meio de lay off na unidade da GM (General Motors) em São Caetano terão mais 30 dias de prorrogação do período. Esta é a segunda renovação realizada enquanto um novo acordo não é firmado junto ao sindicato da categoria.
A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (06/04), após reunião entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. Diante do impasse nas negociações iniciadas na segunda semana de março, o vice-presidente da entidade, Francisco Nunes, aponta que foi a melhor alternativa diante do prazo da primeira renovação se encerrar nesta quinta-feira (07/04).
"Não era exatamente o que queríamos. Desejamos uma solução para que os trabalhadores tenham garantias diante das dificuldades econômicas nacionais que afetam a empresa. Pelo menos, a decisão freou qualquer possibilidade de demissão neste momento e nos deu fôlego para continuar negociando", disse.
ESTABILIDADE
O impasse nas negociações aconteceu no item 42 do acordo coletivo, que se refere a garantia de estabilidade de emprego em casos de doenças profissionais e acidentes de trabalho. De acordo com Nunes, o sindicato permanece não discutindo essas cláusulas. "Não aceitamos essa discussão de perda de direitos e, se a empresa insistir nesse item, vamos decretar greve por tempo indeterminado", afirmou.
Com a prorrogação por 30 dias no lay off, as condições em negociação para criar um novo período de suspensão dos contratos para o mesmo grupo de trabalhadores permanecem em andamento. A intenção é um novo lay off por cinco meses, prorrogáveis por mais quatro meses.
Em nota, a GM informou que novamente estendeu o layoff dos empregados do Complexo Industrial de São Caetano por mais um mês. "A empresa continua empenhada em negociar uma solução com o Sindicato dos Trabalhadores que leve em conta a situação desafiadora por que passa a indústria automotiva brasileira. Esta solução passa pelo entendimento de que o mercado esperado para este ano é quase 50% menor do que aquele verificado ao final de 2013. O que exige, portanto, uma readequação da produção e da estrutura da empresa no país”, diz a nota.
CONDIÇÕES DA EMPRESA PARA NOVO LAY OFF
A intenção apresentada pela empresa para criação de período de lay off de cinco meses é que seja prorrogável por mais quatro meses. Para isso, entre os andamentos já encaminhados estão os itens sobre o reajuste da inflação nos salários.
Neste ano o valor integral correspondente à inflação do período de acordo com a data-base da categoria (1° de setembro) será pago em forma de abono – metade no dia 20/04 e a outra metade no dia 12/08. No próximo ano, 70% da inflação serão reajustados nos salários e os 30% restantes serão pagos em forma de abono no dia 20 de abril de 2017. Os reajustes salariais voltam ao normal em 2018 com o aquecimento do mercado.
O banco de horas deve ser compensado aos sábados, duas vezes por mês, com pagamento de 50% de hora extra. A empresa também indicou a intenção de diminuir o adicional noturno dos atuais 30% para 20%, o que foi revertido pelo sindicato e não haverá mudanças.
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