O balanço financeiro anual da GM divulgado na quarta-feira, 6, aponta lucro líquido de US$ 8,1 bilhões em 2018, resultado 2,3% acima do apurado em 2017 – quase estável, portanto. O faturamento global somou US$ 147 bilhões, também estável (+1%) em relação ao ano anterior. O Ebit (sigla em inglês para ganhos antes de impostos e despesas financeiras) foi de US$ 11,8 bilhões, 8,3% e US$ 1 bilhão menor do que um ano antes, mas manteve a margem operacional sobre as vendas em torno de 8%.
As maiores perdas vieram das operações internacionais da companhia, fora da América do Norte, agregadas pela divisão General Motors International (GMI). Enquanto a participação societária com a Saic na China rendeu ganhos de US$ 2 bilhões e salvou o ano da GMI, a contínua desvalorização do peso argentino e real brasileiro causaram perdas de US$ 900 milhões, segundo relatório da empresa.
Com isso, a divisão internacional da GM apurou lucro antes de impostos e juros de US$ 400 milhões em 2018, em queda expressiva de 69% sobre o Ebit de 2017, que totalizou US$ 1,3 bilhão. Como a General Motors fechou ou reduziu operações na maior parte do mundo – incluindo a saída da Europa com a venda da Opel para o Grupo PSA em 2017 –, os resultados da companhia fora da América do Norte são influenciados basicamente pelo desempenho na China e América do Sul, onde Brasil e Argentina são responsáveis por mais de 70% das vendas. Por isso, em 2018 a redução do lucro da GMI pode ser creditada em boa medida à performance financeira negativa da GM Mercosul.
Quase todo o ganho veio dos negócios na América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), onde a companhia apurou Ebit de US$ 10,8 bilhões com a venda de veículos, resultado 9,2% menor ou US$ 1,1 bilhão abaixo do verificado em 2017, o que foi compensado pelo lucro 58% maior da GM Financial, a financeira do grupo, que apurou Ebit de US$ 1,9 bilhão em 2018. Segundo a GM, a desaceleração do faturamento nos Estados Unidos foi causada principalmente pela mudança no mix de produtos, com renovação da nova linha de picapes de grande porte e lançamentos de SUVs, que devem causar efeito positivo a partir deste ano.
Outra fonte de perdas da GM é a Cruise, empresa criada há menos de dois anos para concentrar as atividades de desenvolvimento de carros autônomos, que não precisam de um motorista. Os investimentos milionários no negócio fizeram o prejuízo de US$ 600 milhões em 2017 aumentar para US$ 700 milhões em 2018.
Ao todo, a GM vendeu 8,4 milhões de veículos no mundo em 2018, número 12,7% menor que o de 2017, quando a companhia entregou 9,6 milhões de unidades, ou 1,2 milhão a mais. Boa parte da queda veio do fim das operações na Europa e da venda de quase 400 mil carros a menos na China, seu maior mercado global, onde foram vendidos 3,6 milhões de veículos (-9,8% sobre 2017) de pelo menos cinco marcas na sociedade com a Saic (Chevrolet, Buick, Cadillac, Wuling e Baojun). O grupo fez no mercado chinês 85% de suas vendas na Ásia no ano passado, mas não são tão lucrativas quando na América do Norte.
Os Estados Unidos são o segundo maior mercado da GM no mundo. Com 2,9 milhões de veículos vendidos em 2018 (83% dos 3,5 milhões entregues na América do Norte), o país sede é responsável pela maior parte do lucro da companhia atualmente.
Na América do Sul a GM vendeu 691 mil veículos em 2018, sendo que o Brasil foi o maior mercado da região com 434,4 mil emplacamentos, resultado 10% acima do registrado em 2017.
fonte: Automotive Bussines
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