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GM enfrenta resistência de trabalhadores e fornecedores

GM enfrenta resistência de trabalhadores e fornecedores
Linha de montagem da GM em São Caetano: custos não compensam, diz amontadora a governo e fornecedores
Após ameaçar deixar o país por meio de e-mail aos funcionários para provocar duras negociações por cortes de custos com trabalhadores e fornecedores, a GM Brasil enfrenta resistências para fazer valer a imposição sacrifícios aos seus principais parceiros, em um plano de reestruturação desenhado para estancar prejuízos que a empresa diz ter. 

Sindicatos das fábricas paulistas de São José dos Campos e São Caetano do Sul e da gaúcha Gravataí já recusaram todas as propostas da GM de romper acordos atuais para aceitar achatamentos salariais e eliminação de benefícios. Por seu lado, fabricantes de autopeças estão sofrendo pressões por redução impositiva de preços, além de congelamento de contratos antigos e suspensão de novos. 

Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul e remetente do e-mail bomba de 18 de janeiro, vem afirmando aos muitos interlocutores com quem esteve ao longo dos últimos 10 dias que essa é a única maneira de garantir investimentos futuros de R$ 10 bilhões na operação brasileira. É uma cifra que ninguém sabe de onde foi tirada ou se é real, pois a empresa passou anos fazendo os mesmos produtos sem sinais de grandes investimentos. 

Não há nenhuma explicação se esses recursos agora citados são do passado, do futuro ou ambos, já que não há nenhuma contabilidade para o programa anterior de R$ 13 bilhões lançado em 2015 para o período 2015-2019, que só agora começa a se materializar em aportes anunciados desde 2017 nas fábricas brasileiras da montadora que, somados, mal atingem um terço desse valor. Há um ano a GM anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão para ampliar a capacidade de produção em São Caetano de 250 mil para 330 mil veículos/ano, a companhia confirmou R$ 1,9 bilhão para quadruplicar a capacidade da fábrica de motores de Joinville (SC) e outros R$ 1,4 bilhão para modernizar a planta de Gravataí (RS). 

O executivo jactava-se no ano passado da operação que dirige no Mercosul, com folgada liderança de vendas no Brasil e anúncios de investimentos bilionários em fábricas e novos produtos (mesmo que requentados) a governadores e presidentes. Dizia à imprensa que a região estava entre as mais importantes globalmente para a companhia. Mas em janeiro tudo mudou após uma ida à matriz nos Estados Unidos, onde deve ter sido lembrado que prejuízo é palavra proibida para uma empresa que quase foi à falência em 2009 e agora precisa apresentar lucros aos acionistas, ou se livrar de operações deficitárias. Assim Zarlenga voltou do Norte com seu pacote de “sacrifícios” aos fornecedores e trabalhadores – e calou-se para a imprensa, que até agora foi barrada em ouvir sua versão dos fatos. 
FORNECEDORES CONTRA A PAREDE

Na segunda-feira, 28, a GM convocou 65 de seus maiores fornecedores para uma reunião na sede em São Caetano. Segundo informações obtidas por Automotive Business, quase todos já tinham recebido ligações do departamento de compras uma semana antes, para informar imposições que iam desde descontos extras nos preços dos componentes fornecidos, congelamento de reajustes por no mínimo um ano, além suspensão de contratos de fornecimento (que haviam sido assinados um mês antes) para novos carros que começam a ser produzidos no segundo semestre. 

Em julho devem entrar em produção em Gravataí a nova geração de Onix e Prisma, com novos motores tricilíndricos 1.0 e 1.2, aspirados e turboalimentados, feitos em Joinville (SC); em dezembro estava previsto o início da produção de novo SUV compacto (provavelmente o novo Tracker) em São Caetano, que no ano seguinte deveria ganhar a companhia de um irmão compacto; e para 2020 a GM previa introduzir em São José a nova geração da picape S10. O problema, dizem os fornecedores, é que todo o planejamento e investimentos foram feitos para começar a fornecer os novos componentes, reduzindo a capacidade para os velhos, mas a GM está revendo essa proporção, pois deve continuar a fazer a atual versão do Onix como opção de carro de entrada. 

Na reunião da segunda-feira, não houve nenhum pedido formal, mas apenas discursos com repetições de ameaças. Zarlenga disse que sem novos sacrifícios dos fornecedores os tais investimentos de R$ 10 bilhões não iriam adiante. Acrescentou que as fábricas paulistas da companhia são inviáveis com os atuais custos. Ninguém aplaudiu o executivo, que também trouxe ao encontro o secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, com quem negocia a antecipação de créditos tributários de ICMS devidos pelo Estado em operações de exportação da montadora. 

Segundo um participante do evento, a impressão é que Zarlenga quis mostrar o tamanho de sua agora prejudicada cadeia de empresas fornecedoras para justificar os benefícios que pede a Meirelles e ao governo estadual. O secretário, que até o ano passado como ainda ministro da Fazenda do moribundo governo Temer, sempre foi contra a concessão de incentivos fiscais. Ele também falou aos presentes, “um discurso político sem assumir nenhuma responsabilidade”, resumiu um deles. Resultado: o grau de mau humor dos fornecedores da GM no Brasil deverá seguir nas alturas por muito tempo adiante. 
TRABALHADORES E GOVERNOS

Também está em alta o clima de conflito e incerteza entre os trabalhadores de todas as unidades da empresa no País. A GM já promoveu diversas reuniões, inclusive com a presença do próprio Zarlenga, e apresentou suas propostas aos sindicatos de São José, São Caetano e Gravataí. Todos, sem exceção, são contra os sacrifícios e nas primeiras assembleias realizadas ao longo desta semana já rejeitaram as propostas, que em linhas gerais congelam reajustes de salários, rebaixam pisos para novos contratados, zeram a participação em lucros e resultados (PLR) deste ano, eliminam benefícios como transporte em ônibus fretados e até cancelam a estabilidade de afastados por acidente ou doença laboral. 

Na quarta-feira Zarlenga recebeu em São Caetano o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), preocupado em entender por que a fábrica de Gravataí também está sendo submetida à reestruturação, já que é a mais produtiva do grupo na América do Sul e onde são produzidos os veículos mais vendidos da montadora. Em entrevista à Rádio Gaúcha reproduzida por diversos jornais após o encontro, Leite disse não ter o temor que a planta no Sul possa ser fechada, mas afirmou que será afetada se a GM não conseguir fechar os acordos de redução de custos em São Paulo. 

O governador gaúcho explicou que caso as fábricas paulistas não reduzam seus custos, Gravataí sofrerá consequências porque sozinha, com capacidade de 350 mil veículos/ano e 6 mil empregados (4 mil deles trabalhando nos fornecedores integrados ao condomínio industrial), não conseguirá produzir tudo que a GM precisa para continuar sendo relevante no mercado brasileiro, onde lidera o ranking de vendas há três anos e antes disso sempre esteve entre as três maiores montadoras do País.

fonte: Automotive Bussines

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