TAÇA LIBERTADORES: Portões fechados,com quatro torcedores na arquibancada, Corinthians vence Millonarios por 2x0
No Pacaembu vazio, o alto falante anuncia a escalação corintiana para o duelo contra o Millonarios. Da numerada, quatro pessoas, em pé, repetem e incentivam os jogadores. Começava às 21h51 a saga dos torcedores que, na justiça, conseguiram uma liminar para acompanhar a vitória por 2 a 0.
Durante os primeiros minutos, muita empolgação, aplausos e gritos. Especialmente quando Paolo Guerrero aproveitou bola na área e abriu o placar. "Guerrero, Guerrero", gritavam os corintianos. Aliás, só três deles. Um se distraiu falando ao celular e não desligou a tempo de comemorar. Mas a cada lance de perigo, o tradicional 'uuuh' ecoava no desértico Pacaembu.O quarteto, aliás, nunca esteve tão seguro quanto nesta quarta-feira. Com 22 policiais militares dentro do estádio, cada um dos corintianos tinha mais de cinco 'seguranças particulares'. Nem era preciso, já que a maior ameaça que eles sofreram foi uma bola chutada por um colombiano que bateu na grade que cerca o gramado.
Sobrou até para o juiz, que ao marcar uma falta em cima do atacante colombiano Renteria, ouviu um xingamento acompanhado de um grito: "Juiz c..., estamos de olho, hein!", reclamou um dos três rapazes, que estavam acompanhados de uma moça.
Corinthians | 2 | x | 0 | Millonarios | ||
Técnico: | Técnico: |
Com tanta tranquilidade, os policiais puderam colocar o papo em dia. Os militares que estavam nos arredores do gramado, sempre em trios, não tiveram nenhum trabalho e puderem até mesmo ficar encostados no alambrado em alguns momentos e até a conversarem ao pé do ouvido com um dos fanáticos corintianos.
Já no segundo tempo, não demorou para o grito de gol ecoar no Pacaembu. Quando Alexandre Pato fez o segundo e correu para comemorar em direção ao fisioterapeuta Bruno Maziotti, os quatro gritaram e chamaram a atenção do camisa 7. Como prêmio, ganharam um aceno de punhos cerrados do atacante.
Quando o Corinthians recuou em campo e sofreu com duas chegadas perigosas do Millonarios, os corintianos ficaram mais recatados nas cadeiras. Entre fotos tiradas e mexidas no celular, alternavam conversas sentados com gritos em pé. Levantaram apenas para incentivar Romarinho, Douglas e Emerson Sheik, quando estes foram chamados por Tite para entrar em campo.
O juiz, alvo no primeiro tempo, voltou a ser xingado quando Martinez deu dura entrada em Renato Augusto e recebeu primeiro o cartão amarelo. "Tá maluco, juizão?", exclamou um deles. Quando o vermelho foi mostrado na sequência, Nestor Pestana enfim foi aplaudido. Assim como o time, pela vitória e pela boa partida, apesar de um atípico público de meros quatro torcedores, que deram uma renda de R$ 870,00 para o Corinthians.
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