TRAGÉDIA NO RIO GRANDE DO SUL: Um mês de saudades! "Um minuto" de barulho em homenagem à alegria de quem morreu
No dia em que a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 239 mortos, completou um mês, a praça Saldanha Marinho, no centro da cidade, foi palco de duas manifestações emocionantes.
Pela manhã, parentes e amigos das vítimas fizeram "um minuto" de barulho em homenagem à alegria de quem morreu. Na verdade, os aplausos e o buzinaço dos carros duraram mais de dez minutos.
Já de noite, a mesma praça, que fica em frente ao gabinete do prefeito Cezar Schirmer (PMDB), viu um ato muito mais politizado. Cerca de 1.500 pessoas, que se organizaram pelo Facebook, fizeram uma caminhada silenciosa até a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, onde uma missa foi rezada.
Apesar do silêncio, o discurso que antecedeu a caminhada e as faixas levadas pelos manifestantes cobravam providências mais enérgicas do poder público, principalmente por parte do governo municipal. Em seu discurso, a organizadora do ato, Marília Torres, 27, que perdeu a prima Flavia Torres na tragédia, pediu transparência na CPI aberta na Câmara Municipal, criticou o governo e apenas poupou o trabalho da Polícia Civil.
Depois, em entrevista, afirmou que a manifestação teve como objetivo acordar o povo de Santa Maria, que ainda está em choque com a tragédia.
"Estamos cansados de tanta hipocrisia e corrupção. A caminhada de hoje manda o recado de que estamos de olhos bem abertos. O povo tem mais força do que imagina", disse.
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