O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta terça-feira (9) que a presidente Dilma Rousseff deverá levar o caso de indícios de espionagem dos Estados Unidos no Brasil para a cúpula do Mercosul.
O encontro acontecerá na próxima sexta-feira (12), em Montevidéu, e deverá reunir os chefes de Estado dos países que compõem o grupo para debater, entre outros assuntos, medidas de retaliação contra a retenção na semana passada do avião do presidente boliviano, Evo Morales, por países europeus. A suspeita era que o técnico de informática Edward Snowden, que vazou documentos sigilosos dos EUA, estivesse a bordo.
De acordo com o ministro, a cúpula do Mercosul "será uma boa ocasião" para se tomar uma decisão em conjunto sobre o caso.
"Nós consideramos gravíssimo [o episódio de espionagem], da mesma forma que foi grave o evento com o presidente Evo Morales. Qualquer ferimento, qualquer ataque à soberania de um país tem que ser respondido com muita dureza. Porque, se a gente abaixar a cabeça, amanhã eles passam por cima da gente", afirmou Carvalho.
Segundo o jornal "O Globo", pelo menos até 2002, funcionou em Brasília uma das estações de espionagem nas quais funcionários da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) e agentes da CIA trabalharam em conjunto.
Documentos vazados por Snowden mostram que milhões de telefones e de dados de usuários de internet foram acessados por softwares do serviço secreto americano em todo o mundo. O Brasil fica atrás apenas dos EUA em dados monitorados.
O ministro disse considerar "altiva" a primeira resposta do governo brasileiro e afirmou que qualquer posterior reação deverá ser "muito dura e muito firme".
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