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Entrevista; Luana Piovani, "quando crescer quero ser Irene Ravache"

Foi no clima de comadresiG: Georgiana, como acontecem as trocas das suas oito personagens? tricotando sobre amor, vaidade, astros, hormônios e até Dilma Rousseff que o iG invadiu o camarim de Luana Piovani e Georgiana Góes, atrizes de  “Sonhos de um Sedutor”, peça de Woody Allen que também tem no elenco Heitor Martinez e George Sauma no papel inspirado no diretor nova-iorquino.
Em cartaz no Teatro Ipanema, no Rio, a montagem é veloz, engraçada e traz cada ator em seu devido lugar, orquestrados pelo diretor Ernesto Piccolo. Até as luzes em cena dançam com a insegurança do protagonista Allan Felix. E Luana e Georgiana, nessa grande brincadeira séria, podem se orgulhar de entrar para a lista das mulheres de Woody Allen, o diretor que tem o dom de explorar o inóspito terreno do coração e mente das donzelas. Em cena, Luana é Linda e usa uma única peruca para caprichar na loirice, enquanto Georgiana se desdobra em oito personagens. As trocas de roupa acontecem em tempo recorde. A mais rápida delas dura 10 segundos.
Imbuídas de paixão pelo texto e pela profissão, Luana e Georgiana chegaram de cara lavada e foram se transformando - e se revelando - conforme o papo ia ganhando volume. As atrizes, que começaram a carreira na TV no mesmo período (Luana em 1993, com a série “Sex Appeal”, e Georgiana em 1994, com “Confissões de Adolescente”), caminharam por estradas diferentes, mas hoje se unem e compartilham dilemas básicos da vida da mulher.
Descobri ser atriz com o teatro, porque eu fiz “Sex Appeal”, com 16 anos, e não gostei. Eu fiz, fui protagonista, quando acabou eles queriam me contratar para outra novela e eu agradeci e quis voltar para minha casa em São Paulo” (Luana)
Luana se dobra para o marido, o surfistaPedro Scooby, considera a mulher uma obra de arte e diz que deve sua autoconfiança a sua mãe, Francis. Georgiana defende que o amor é uma busca universal da humanidade, chama atenção para a vaidade em excesso de jovens meninas e revela ter Drica Moraescomo inspiração de atriz e mulher guerreira. Confira o tricô abaixo:
NO PALCO E NO CAMARIM 
iG: A escalação do elenco foi certeira. Em cena, cada ator está redondo no papel. A química também é boa nos bastidores?
Luana: Eu não sei o que é melhor. Se os bastidores ou a peça em si.
Georgiana: Verdade, porque a gente está se amando tanto…
Luana: A gente se ama muito. Realmente foi certeiro o casting do Ernesto (Picollo), e em todos os sentidos.
em seu ritual. A Georgiana, por exemplo, vai para o palco, aquece o corpo, faz uma coreografia todos os dias. Eu faço inalação para melhorar a voz. O George (Sauma) aquece a voz, e o Heitor (Martinez) não faz porra nenhuma (risos).
Georgiana: (risos) Não, ele faz sim, escondido. Quando eu estou lá em cima ele faz o ritual dele também.
Luana: Ah, isso eu não sabia! A gente se ajuda também na hora da maquiagem, quando a Georgiana troca as mil perucas… Arrumamos a peruca para não ficar torta, para o fio não ficar ouriçado…
Georgiana: Para mim é um lugar especial, mas depende muito da peça. Quando eu fiz a Ofélia do “Hamlet” eu tinha várias referências de coisas, imagens, recortes, objetos que eu criei para me aproximar da personagem. Aqui é o lugar que eu preciso ser mais atriz e, como são oito personagens, elas ficam lá em cima (Georgiana troca de roupa e peruca na parte lateral do palco). Mas eu tenho meus objetos, como algumas maquiagens, medalhinhas, patuás. Cada peça pede um jeito. Para essa, eu tenho uma roupa de ensaio e um chinelo que moram aqui, um biquíni e uma canga, porque o teatro é perto da praia...
Luana: Vira uma segunda casa. Toda vez que a gente chega em um teatro ou vai embora dele, é mala. Eu trago até o perfume da minha personagem.

“Para mim, ser atriz no Brasil é ter um comprometimento com a minha arte, que é das coisas que mais gosto de fazer na vida. Meu compromisso é com o trabalho. Nunca fui muito para esse lado do glamour, da celebridade, porque foi assim que meu caminho aconteceu” (Georgiana)
iG: Georgiana, como acontecem as trocas das suas oito personagens?
Georgiana: Eu tenho o João (Damata), nosso diretor de palco, que me ajuda. É quase uma coreografia. Se eu colocar o braço no buraco errado, eu perco o tempo de troca e não entro em cena na hora. A minha neurose maior é entrar com a peruca torta, porque você perde a credibilidade total. O público, de cara, cria um pacto e entende que as mulheres são feitas pela mesma atriz. O que pode destruir é entrar toda desmontada, torta.

iG: Luana, o que mais te encanta na história de Linda, sua personagem?
Luana: O lance do Woody Allen é com que maestria ele faz a mulher do melhor amigo se apaixonar pelo melhor amigo de forma humana, normal e aceitável. Você não sai da peça com raiva de ninguém, porque mostra as vulnerabilidades e todos os questionamentos que o ser humano passa. Não existe esse mau-caratismo, essa coisa da novela que você fica com raiva de quem trai. Não tem isso.

iG: Você se reconhece em alguma das oito personagens, Georgiana?
Georgiana: Todas elas são muito diferentes, mas todas querem a mesma coisa: o amor. Que é o que eu acho que todo mundo quer.

iG: Essa é a grande busca feminina?
Luana: Acho que é a busca de todo mundo. Mas homem se diverte mais enquanto busca. Mulher sofre um pouco mais, se entrega um pouco mais e, por isso, sofre com mais intensidade. Mas o que todo mundo quer mesmo é alguém para dividir a lágrima e a risada.

SER MULHER

“Minha mãe mudou a vida dela. Ela era muito pobre. Na minha infância, a gente era pobre, daí viramos classe média baixa, eu comecei a trabalhar quando a gente estava virando classe média alta, e hoje, graças a Deus, a gente tem uma vida que eu digo que é de rei, a gente não faz conta” (Luana)
iG: Dá para definir a mulher em uma palavra?
Luana: Eu me identifico com essa frase e, é difícil generalizar, mas generalizando, “complicada e perfeitinha”. Não tem nada mais perfeito como uma mulher. É a maior obra de Deus depois do parto, de conseguir o dom de gerar uma vida. Eu acho mulher uma obra de arte. E depois tem a coisa da doçura, do afeto, da mãe, da amiga, da provedora, da que tem maior tolerância, da que sabe perdoar mais… Eu acho isso genial. Precisava ser assim para dar certo com os homens. É complicado, ao mesmo, porque tem essa coisa de humor, do super sensível… A sensibilidade te dá isso. Faz com que você rosne e chore. A gente gosta de falar para cacete, o que pode ser bom, porque acho que tudo se resolve na comunicação, mas é chato. Mulher gosta de ter DR (discussão de relação), né? E DR é chato.

iG: O que é ser feminina?
Georgiana: Eu caminho pelos dois lados. Eu faço unha toda semana, tenho preocupação com minha alimentação, estética, faço muito exercício, gosto de detalhes no visual (no dia da entrevista, a atriz estava com o anel e brincos combinando), mas, por outro lado, eu sou super aventureira. Gosto de andar no mato, acampar, me desafiar, fazer coisas diferentes...

iG: Qual seu signo?
Georgiana: Gêmeos. Eu tenho total esses dois lados. Tem dias que não tenho o mínimo saco para me arrumar.
Luana: Eu sou Virgem. Metódica, sistemática, obcecada por perfeição, crítica ao extremo. Meu ascendente é Sagitário, com a graça de Deus, que me dá uma maluquice. E lua em Escorpião.
Georgiana: Eu sou ascendente em Câncer, e lua em Áries.

“Quero fazer psicologia. Eu amo tanto que quero fazer. E essa coisa do Woody Allen caiu como uma luva, porque ele é totalmente analítico” (Luana)
iG: Aliás, horóscopo é uma coisa super mulherzinha, né?
Luana: Você sabe que eu parei de ler tem três anos? Eu lia todos os dias.
Georgiana: Eu acredito no mapa astral. Esse do dia a dia é só pra ser aquela coisinha básica. Nesse eu não acredito, não. Agora, calendário lunar, se tem algo fora de curso… Super acredito.
Luana: Eu até acredito, mas eu não tenho mapa astral, não faço nada…

iG: E terapia?
Luana: Faço. Fiz 10 anos de terapia e já estou há oito fazendo análise. Sou absolutamente viciada. Difícil em um país que não tem saúde e educação você pedir alguma coisa, mas acho que devia ser direito do cidadão poder fazer. É muito legal, ajuda demais. Mudando você, você muda tudo ao seu redor.
Georgiana: Tinha de ser pago pelo plano de saúde. Eu faço há muitos anos, há 10 anos só com essa terapeuta. A minha linha de terapia hoje é o healing e bioenergético, mas já fiz terapia freudiana, lacaniana...
Luana: Eu quero fazer psicologia. Eu amo tanto que quero fazer. E essa coisa do Woody Allen caiu como uma luva, porque ele é totalmente analítico.
Georgiana: Em uma época da vida, ele fazia análise duas vezes por dia, sabia disso (risos)?

Ricardo Ramos/iG
Mais um clique das meninas prontas no palco de 'Sonhos de um Sedutor'
VAIDADE

iG: A cobrança com o visual foi melhorando com o tempo? Hoje vocês são mais desencanadas?
Luana: Muito pelo contrário. Hoje eu sou muito mais preocupada. O que acontece é que quando a gente é jovem é uma vaidade pouca. Você não precisa fazer nada, porque está tudo bem. Nada dói, você bebe e não tem ressaca, você vira a noite… Gente, quantas noites eu já virei na vida? Não dormia e ia trabalhar! Hoje, se eu beber, acordo com febre no dia seguinte (risos).
Georgiana: É, mas hoje eu sei tudo o que eu tenho que fazer para ficar bem no dia seguinte...
Luana: O que acontece é que eu acho que passou de vaidade para saúde. Outro dia me perguntaram o que é beleza. Para mim, é o equilíbrio da saúde com a vaidade. Isso é ser bonita. Não adianta você ter saúde e não ter vaidade, e vice-versa.

iG: E sobre plástica, vocês são a favor?
Luana: Sou super a favor, porém com bom senso.
Georgiana: Eu sou a favor da pessoa se sentir bem, mas tendo a achar tudo muito estranho quando alguém perde a noção.
Luana: Mas tem muita gente que não perdeu a noção. Irene Ravache! Eu, quando crescer, quero ser Irene Ravache, eu só penso nela. É minha meta.
Georgiana: Tem uma coisa muito louca dentro do nosso meio, de televisão, que é o negócio do HD, né, gente? As pessoas estão ficando cada vez mais loucas com isso, porque revela muito e também revela os procedimentos. As pessoas estão começando a fazer as coisas mais cedo, mais cedo, mais cedo e estão ficando com cara de mais velha mais cedo também. Tem gente de 20 anos com cara de 50, que fica enlouquecendo no Botóx.

iG: Vocês se sentem vítimas de uma patrulha da beleza?
Luana: Ninguém me patrulha, só eu. Ninguém me patrulha mais do que eu. Esse tipo de patrulha eu nem sei se tem, mas se tiver, não me incomoda. Agora, eu me patrulho. E muito!

RELACIONAMENTO E FAMÍLIA

iG: Casamento é uma experiência necessária na vida da mulher?
Georgiana: Acho que o amor é a experiência. O formato depende de cada um. Se é juntado, se é em duas casas, se é namorando, se não é. Cada um acha o seu jeito. Eu já vivi formatos muito diferentes, já vivi muitos amores e ainda quero ter muitos. E quero ter filhos e tudo mais.

“Tem uma coisa muito louca dentro do nosso meio, de televisão, que é o negócio do HD. As pessoas estão começando a fazer as coisas mais cedo. E estão ficando com cara de mais velha mais cedo também. Tem gente de 20 anos com cara de 50” (Georgiana)
iG: Por que você decidiu oficializar sua relação com o Pedro Scooby, Luana?
Luana: Porque ele pediu. Ele falou: “por que a gente não faz alguma coisa, chamamos nossas mães, tomamos uma benção”. Só meu marido para me trazer essa ideia maravilhosa (risos). Eu queria, mas não estava pensando nesse momento. E ele queria fazer um jantar com as famílias. Ele é lindinho no último! Eu topei, me organizei com antecedência e acabou virando um casamento só com pessoas muito íntimas e com a benção de um pastor, porque a gente já tinha assinado papéis. A emoção é juntar todas aquelas pessoas e dizer que queremos que elas sejam testemunhas do nosso comprometimento.

iG: E a jornada dupla ainda é um dilema ou já dá para a mulher dividir a vida com seu companheiro de igual para igual, sem peso na consciência?
Luana: Quem mais se cobra somos nós. Eu falo isso por minhas amigas. A gente que quer trabalhar e ser muito foda. A gente que quer ser muito gata, ter uma saúde de ferro e a gente quer ser mulherzinha, mãe… A vida é feita de escolhas e a gente quer tudo isso.
Georgiana: E nós somos responsáveis por nossas escolhas.
Luana: É corrido? É corrido, mas estou conseguindo dar conta. Eu tenho sorte, porque meu filho (Dom, de 1 ano e 8 meses) me ajuda muito. Ele nunca teve cólica, sempre dormiu bem, não tenho nenhum histórico de noites em claro, com uma criança gritando, problemas… A minha gestação só me trouxe coisa boa. Quando eu comecei a fazer novela, eu me esquematizei. Eles me deram tudo que eu precisava para estar com meu filho e amamentar no Projac. Foi difícil, às vezes me senti culpada, mas e aí? Ser mãe é lidar com culpa.
Georgiana: Eu quero super passar por esse momento. Eu sou madrinha, tenho cinco afilhados. Eu babo muito e todos muito fofos e próximos. É necessário ter criança por perto, eu gosto da energia, acho uma renovação total e tenho muita vontade de ser mãe.

CARREIRA

iG: Para vocês, o que significa ser atriz no Brasil hoje?
Georgiana: Até muito pouco tempo - digo, três gerações -, a carteira de atriz e prostituta era a mesma. Quando as nossas avós queriam ser atrizes, elas eram expulsas de casa, tratadas como meretrizes. E hoje em dia qual é a menina, de qualquer classe social, que não pensa em ser atriz ou modelo? Acho uma mudança muito radical, mostra um comportamento muito rápido. É uma mudança da mulher muito rápida. Tem a coisa da televisão, o negócio da celebridade… Para mim, ser atriz no Brasil é ter um comprometimento com a minha arte, que é das coisas que mais gosto de fazer na vida. Meu compromisso é com o trabalho. Nunca fui muito para esse lado do glamour, da celebridade, porque foi assim que meu caminho aconteceu. Eu acredito que a arte é capaz de mudar as pessoas e o ator tem esse compromisso. Eu tenho esse romantismo. Eu tenho essa busca de ser, como dizia Shakespeare no “Hamlet”, uma crônica do meu tempo. Eu gosto de pensar dessa forma.
Luana: Eu confesso que não sei muito o que dizer. Eu concordo com tudo que ela disse. Na verdade, eu descobri ser atriz com o teatro, porque eu fiz “Sex Appeal” em 1993, com 16 anos, e não gostei. Eu fiz, fui protagonista, quando acabou eles queriam me contratar para outra novela e eu agradeci e quis voltar para minha casa em São Paulo. Eu não queria nada daquilo para mim. Daí, quando fiz minha primeira peça de teatro, eu descobri que queria ser atriz e que aquilo alimentava minha alma. Foi ali que eu descobri a minha missão.

“Acho sagrado alguém ter escolhido uma roupa, pagado um dinheiro para escutar uma história. E eu estar aqui dando meu tempo para ela para contar essa história" (Luana)
iG: O que é fazer teatro para você?
Luana: Teatro não é só entretenimento. É você dividir, levantar questionamentos e também entreter. Mas acho simplista achar que teatro é só entretenimento. Depois, foi me dada a graça de ter descoberto o teatro infantil, que é genial. As crianças são futuros eleitores. Eu faço questão de fazer teatro de conteúdo e qualidade, de receber todas as crianças depois de cada espetáculo, porque eu quero que elas acreditem naquilo, que elas entendam, troquem, que tenham vontade de voltar. A gente tem que ter educação e cultura, tem que dar essa oportunidade, tem que representar as coisas que estão acontecendo na nossa sociedade para que as pessoas se identifiquem. É quase análise. Você, às vezes, precisa se escutar falando para dar conta daquilo.
Georgiana: E nós, muitas vezes, temos o poder de falar para as pessoas o que às vezes elas não têm coragem de se dizer.
Luana: Eu amo muito o que eu faço em todas as artes. E eu gosto muito de gente. Eu gosto de conversar, me comunicar. Por isso que sou louca pelo teatro. É a pessoa ao vivo. Eu acho sagrado alguém ter escolhido uma roupa, pagado um dinheiro para escutar uma história. E eu estar aqui dando meu tempo para ela para contar essa história. Eu até acho que se não fosse atriz eu conseguiria fazer outra coisa, mas não iria me sentir tão realizada como ser humano.

GRANDES MULHERES

iG: Temos uma mulher no poder do País. O que vocês acham de Dilma Rousseff?
Luana: Ela é uma mulher corajosa, mas ser corajosa não é tudo. Não adianta você ter coragem e não ter o resto todo. No começo eu fiquei feliz com ela, mas confesso que estou bem decepcionada.
Georgiana: É… Mas, sem dúvida, é uma mulher muito forte. Passou por diversas coisas para chegar ali, inclusive doença e tudo mais. É um desafio muito grande.
Luana: Na minha opinião, está dando mole demais…

iG: O que deve mudar no Brasil?
Georgiana: O que tem que mudar é a educação. É a base de tudo. Enquanto os professores não forem respeitados, enquanto a escola não for prioridade, não vai mudar nada. Não adianta, isso é básico.
Luana: É perder tempo… Fazer estádio é perder tempo… Tudo é perder tempo. Precisa de educação para a pessoa se saber como indivíduo e saber que ele tem seus direitos e seus deveres.

iG: Para finalizar, gostaria que vocês escolhessem uma mulher forte que seja importante para suas vidas.
Luana: A minha mãe (Francis) é sinistra. Ela mudou a vida dela. Ela era muito pobre. Na minha infância, a gente era pobre, daí viramos classe média baixa, eu comecei a trabalhar quando a gente estava virando classe média alta, e hoje, graças a Deus, a gente tem uma vida que eu digo que é de rei, porque minha referência é essa. Hoje, digamos, a gente não faz conta. E ela não tinha faculdade. Ela me teve com 21 anos, começou trabalhando no almoxarifado do banco, virou caixa, subgerente, gerente, se aposentou, fez Direito, se formou e hoje é minha advogada e é sinistra. Ela é meu exemplo maior. Eu só sou quem eu sou porque a vida inteira ela olhou para mim e disse: “filha, para tudo que você quiser, você estuda, aprende e faz. Você pode tudo que você quiser”. Não tinha como eu não acreditar em mim, não tinha como eu achar que algo não daria certo. Hoje, cada vez que eu conquisto alguma coisa, eu já olho lá para frente, para o próximo alvo. Eu não acho que vai ser impossível, independentemente da distância para o que eu quero. Eu acho que sou capaz e isso é primordial em uma educação. Os pais precisam apostar nos filhos, sempre.
Georgiana: A minha mãe (Graça Coutinho) também é um exemplo. Ela perdeu a mãe dela aos 16 anos, então ela foi mãe sem referência de mãe. E é uma puta mãe. Eu e minha irmã (a atriz  e apresentadora Micaela Góes) temos certeza que podemos contar em qualquer situação. Ela não tem essa história de batalhar muito na vida, porque já veio de uma família bacana, meu avô era intelectual, membro da Academia Brasileira de Letras (Afrânio Coutinho), e tal. Mas essa coisa de ser mãe sem ter referência e criar as suas próprias é lindo. Eu sou muito grata ao amor, afeto e apoio que ela me dá até hoje. Outra pessoa que pensei também, que é uma das minhas grandes inspirações como atriz e exemplo de fortaleza, é a Drica Moraes. Ela é uma puta atriz, uma mulher incrível que foi e voltou, né, gente? A gente tem que fazer reverência sempre.

Serviço:
“Sonhos de um Sedutor”
Teatro Ipanema
R. Prudente Morais, 824B - Ipanema - Rio de Janeiro
Quintas, sextas e sábados às 21h, e domingos às 20h
Temporada até 8/12. Retoma em 17 de janeiro até 23 de fevereiroDo ponto de vista da missão de cada ator em fazer sua personagem, e da coxia, de nós juntos, de ajudar um ao outro, de dar sugestão, de esclarecer coisas. Nós agregamos muito um ao outro. Como todos já têm uma vida de teatro longa, a gente tem conhecimento das coisas que podem funcionar ou não.
iG: Vocês tratam o camarim como um local sagrado? Como se comportam antes de entrar em cena?
Luana: Cada um tem seu ritual. A Georgiana, por exemplo, vai para o palco, aquece o corpo, faz uma coreografia todos os dias. Eu faço inalação para melhorar a voz. O George (Sauma) aquece a voz, e o Heitor (Martinez) não faz porra nenhuma (risos).
Georgiana: (risos) Não, ele faz sim, escondido. Quando eu estou lá em cima ele faz o ritual dele também.
Luana: Ah, isso eu não sabia! A gente se ajuda também na hora da maquiagem, quando a Georgiana troca as mil perucas… Arrumamos a peruca para não ficar torta, para o fio não ficar ouriçado…
Georgiana: Para mim é um lugar especial, mas depende muito da peça. Quando eu fiz a Ofélia do “Hamlet” eu tinha várias referências de coisas, imagens, recortes, objetos que eu criei para me aproximar da personagem. Aqui é o lugar que eu preciso ser mais atriz e, como são oito personagens, elas ficam lá em cima (Georgiana troca de roupa e peruca na parte lateral do palco). Mas eu tenho meus objetos, como algumas maquiagens, medalhinhas, patuás. Cada peça pede um jeito. Para essa, eu tenho uma roupa de ensaio e um chinelo que moram aqui, um biquíni e uma canga, porque o teatro é perto da praia...
Luana: Vira uma segunda casa. Toda vez que a gente chega em um teatro ou vai embora dele, é mala. Eu trago até o perfume da minha personagem.
Para mim, ser atriz no Brasil é ter um comprometimento com a minha arte, que é das coisas que mais gosto de fazer na vida. Meu compromisso é com o trabalho. Nunca fui muito para esse lado do glamour, da celebridade, porque foi assim que meu caminho aconteceu” (Georgiana)
iG: Georgiana, como acontecem as trocas das suas oito personagens?
Georgiana:
 Eu tenho o João (Damata), nosso diretor de palco, que me ajuda. É quase uma coreografia. Se eu colocar o braço no buraco errado, eu perco o tempo de troca e não entro em cena na hora. A minha neurose maior é entrar com a peruca torta, porque você perde a credibilidade total. O público, de cara, cria um pacto e entende que as mulheres são feitas pela mesma atriz. O que pode destruir é entrar toda desmontada, torta.
iG: Luana, o que mais te encanta na história de Linda, sua personagem?
Luana: 
O lance do Woody Allen é com que maestria ele faz a mulher do melhor amigo se apaixonar pelo melhor amigo de forma humana, normal e aceitável. Você não sai da peça com raiva de ninguém, porque mostra as vulnerabilidades e todos os questionamentos que o ser humano passa. Não existe esse mau-caratismo, essa coisa da novela que você fica com raiva de quem trai. Não tem isso.
iG: Você se reconhece em alguma das oito personagens, Georgiana?
Georgiana: 
Todas elas são muito diferentes, mas todas querem a mesma coisa: o amor. Que é o que eu acho que todo mundo quer.
iG: Essa é a grande busca feminina?
Luana: Acho que é a busca de todo mundo. Mas homem se diverte mais enquanto busca. Mulher sofre um pouco mais, se entrega um pouco mais e, por isso, sofre com mais intensidade. Mas o que todo mundo quer mesmo é alguém para dividir a lágrima e a risada.
SER MULHER
Minha mãe mudou a vida dela. Ela era muito pobre. Na minha infância, a gente era pobre, daí viramos classe média baixa, eu comecei a trabalhar quando a gente estava virando classe média alta, e hoje, graças a Deus, a gente tem uma vida que eu digo que é de rei, a gente não faz conta” (Luana)
iG: Dá para definir a mulher em uma palavra?
Luana: Eu me identifico com essa frase e, é difícil generalizar, mas generalizando, “complicada e perfeitinha”. Não tem nada mais perfeito como uma mulher. É a maior obra de Deus depois do parto, de conseguir o dom de gerar uma vida. Eu acho mulher uma obra de arte. E depois tem a coisa da doçura, do afeto, da mãe, da amiga, da provedora, da que tem maior tolerância, da que sabe perdoar mais… Eu acho isso genial. Precisava ser assim para dar certo com os homens. É complicado, ao mesmo, porque tem essa coisa de humor, do super sensível… A sensibilidade te dá isso. Faz com que você rosne e chore. A gente gosta de falar para cacete, o que pode ser bom, porque acho que tudo se resolve na comunicação, mas é chato. Mulher gosta de ter DR (discussão de relação), né? E DR é chato.
iG: O que é ser feminina?
Georgiana: Eu caminho pelos dois lados. Eu faço unha toda semana, tenho preocupação com minha alimentação, estética, faço muito exercício, gosto de detalhes no visual (no dia da entrevista, a atriz estava com o anel e brincos combinando), mas, por outro lado, eu sou super aventureira. Gosto de andar no mato, acampar, me desafiar, fazer coisas diferentes...
iG: Qual seu signo?
Georgiana: Gêmeos. Eu tenho total esses dois lados. Tem dias que não tenho o mínimo saco para me arrumar.
Luana: Eu sou Virgem. Metódica, sistemática, obcecada por perfeição, crítica ao extremo. Meu ascendente é Sagitário, com a graça de Deus, que me dá uma maluquice. E lua em Escorpião.
Georgiana: Eu sou ascendente em Câncer, e lua em Áries.
Quero fazer psicologia. Eu amo tanto que quero fazer. E essa coisa do Woody Allen caiu como uma luva, porque ele é totalmente analítico” (Luana)
iG: Aliás, horóscopo é uma coisa super mulherzinha, né?
Luana: Você sabe que eu parei de ler tem três anos? Eu lia todos os dias.
Georgiana: Eu acredito no mapa astral. Esse do dia a dia é só pra ser aquela coisinha básica. Nesse eu não acredito, não. Agora, calendário lunar, se tem algo fora de curso… Super acredito.
Luana: Eu até acredito, mas eu não tenho mapa astral, não faço nada…
iG: E terapia?
Luana: Faço. Fiz 10 anos de terapia e já estou há oito fazendo análise. Sou absolutamente viciada. Difícil em um país que não tem saúde e educação você pedir alguma coisa, mas acho que devia ser direito do cidadão poder fazer. É muito legal, ajuda demais. Mudando você, você muda tudo ao seu redor.




Georgiana: Tinha de ser pago pelo plano de saúde. Eu faço há muitos anos, há 10 anos só com essa terapeuta. A minha linha de terapia hoje é o healing e bioenergético, mas já fiz terapia freudiana, lacaniana...
Luana: Eu quero fazer psicologia. Eu amo tanto que quero fazer. E essa coisa do Woody Allen caiu como uma luva, porque ele é totalmente analítico.
Georgiana: Em uma época da vida, ele fazia análise duas vezes por dia, sabia disso (risos)?


Ricardo Ramos/iG
Mais um clique das meninas prontas no palco de 'Sonhos de um Sedutor'

VAIDADE
iG: A cobrança com o visual foi melhorando com o tempo? Hoje vocês são mais desencanadas?Luana: Muito pelo contrário. Hoje eu sou muito mais preocupada. O que acontece é que quando a gente é jovem é uma vaidade pouca. Você não precisa fazer nada, porque está tudo bem. Nada dói, você bebe e não tem ressaca, você vira a noite… Gente, quantas noites eu já virei na vida? Não dormia e ia trabalhar! Hoje, se eu beber, acordo com febre no dia seguinte (risos).
Georgiana: É, mas hoje eu sei tudo o que eu tenho que fazer para ficar bem no dia seguinte...
Luana: O que acontece é que eu acho que passou de vaidade para saúde. Outro dia me perguntaram o que é beleza. Para mim, é o equilíbrio da saúde com a vaidade. Isso é ser bonita. Não adianta você ter saúde e não ter vaidade, e vice-versa.
iG: E sobre plástica, vocês são a favor?
Luana:
 Sou super a favor, porém com bom senso.
Georgiana: Eu sou a favor da pessoa se sentir bem, mas tendo a achar tudo muito estranho quando alguém perde a noção.
Luana: Mas tem muita gente que não perdeu a noção. Irene Ravache! Eu, quando crescer, quero ser Irene Ravache, eu só penso nela. É minha meta.




Georgiana: Tem uma coisa muito louca dentro do nosso meio, de televisão, que é o negócio do HD, né, gente? As pessoas estão ficando cada vez mais loucas com isso, porque revela muito e também revela os procedimentos. As pessoas estão começando a fazer as coisas mais cedo, mais cedo, mais cedo e estão ficando com cara de mais velha mais cedo também. Tem gente de 20 anos com cara de 50, que fica enlouquecendo no Botóx.
iG: Vocês se sentem vítimas de uma patrulha da beleza?
Luana: Ninguém me patrulha, só eu. Ninguém me patrulha mais do que eu. Esse tipo de patrulha eu nem sei se tem, mas se tiver, não me incomoda. Agora, eu me patrulho. E muito!
RELACIONAMENTO E FAMÍLIA
iG: Casamento é uma experiência necessária na vida da mulher?
Georgiana: Acho que o amor é a experiência. O formato depende de cada um. Se é juntado, se é em duas casas, se é namorando, se não é. Cada um acha o seu jeito. Eu já vivi formatos muito diferentes, já vivi muitos amores e ainda quero ter muitos. E quero ter filhos e tudo mais.
Tem uma coisa muito louca dentro do nosso meio, de televisão, que é o negócio do HD. As pessoas estão começando a fazer as coisas mais cedo. E estão ficando com cara de mais velha mais cedo também. Tem gente de 20 anos com cara de 50” (Georgiana)
iG: Por que você decidiu oficializar sua relação com o Pedro Scooby, Luana?
Luana: Porque ele pediu. Ele falou: “por que a gente não faz alguma coisa, chamamos nossas mães, tomamos uma benção”. Só meu marido para me trazer essa ideia maravilhosa (risos). Eu queria, mas não estava pensando nesse momento. E ele queria fazer um jantar com as famílias. Ele é lindinho no último! Eu topei, me organizei com antecedência e acabou virando um casamento só com pessoas muito íntimas e com a benção de um pastor, porque a gente já tinha assinado papéis. A emoção é juntar todas aquelas pessoas e dizer que queremos que elas sejam testemunhas do nosso comprometimento.
iG: E a jornada dupla ainda é um dilema ou já dá para a mulher dividir a vida com seu companheiro de igual para igual, sem peso na consciência?
Luana: Quem mais se cobra somos nós. Eu falo isso por minhas amigas. A gente que quer trabalhar e ser muito foda. A gente que quer ser muito gata, ter uma saúde de ferro e a gente quer ser mulherzinha, mãe… A vida é feita de escolhas e a gente quer tudo isso.
Georgiana: E nós somos responsáveis por nossas escolhas.
Luana: É corrido? É corrido, mas estou conseguindo dar conta. Eu tenho sorte, porque meu filho (Dom, de 1 ano e 8 meses) me ajuda muito. Ele nunca teve cólica, sempre dormiu bem, não tenho nenhum histórico de noites em claro, com uma criança gritando, problemas… A minha gestação só me trouxe coisa boa. Quando eu comecei a fazer novela, eu me esquematizei. Eles me deram tudo que eu precisava para estar com meu filho e amamentar no Projac. Foi difícil, às vezes me senti culpada, mas e aí? Ser mãe é lidar com culpa.
Georgiana: Eu quero super passar por esse momento. Eu sou madrinha, tenho cinco afilhados. Eu babo muito e todos muito fofos e próximos. É necessário ter criança por perto, eu gosto da energia, acho uma renovação total e tenho muita vontade de ser mãe.
CARREIRA
iG: Para vocês, o que significa ser atriz no Brasil hoje?
Georgiana: Até muito pouco tempo - digo, três gerações -, a carteira de atriz e prostituta era a mesma. Quando as nossas avós queriam ser atrizes, elas eram expulsas de casa, tratadas como meretrizes. E hoje em dia qual é a menina, de qualquer classe social, que não pensa em ser atriz ou modelo? Acho uma mudança muito radical, mostra um comportamento muito rápido. É uma mudança da mulher muito rápida. Tem a coisa da televisão, o negócio da celebridade… Para mim, ser atriz no Brasil é ter um comprometimento com a minha arte, que é das coisas que mais gosto de fazer na vida. Meu compromisso é com o trabalho. Nunca fui muito para esse lado do glamour, da celebridade, porque foi assim que meu caminho aconteceu. Eu acredito que a arte é capaz de mudar as pessoas e o ator tem esse compromisso. Eu tenho esse romantismo. Eu tenho essa busca de ser, como dizia Shakespeare no “Hamlet”, uma crônica do meu tempo. Eu gosto de pensar dessa forma.
Luana: Eu confesso que não sei muito o que dizer. Eu concordo com tudo que ela disse. Na verdade, eu descobri ser atriz com o teatro, porque eu fiz “Sex Appeal” em 1993, com 16 anos, e não gostei. Eu fiz, fui protagonista, quando acabou eles queriam me contratar para outra novela e eu agradeci e quis voltar para minha casa em São Paulo. Eu não queria nada daquilo para mim. Daí, quando fiz minha primeira peça de teatro, eu descobri que queria ser atriz e que aquilo alimentava minha alma. Foi ali que eu descobri a minha missão.
Acho sagrado alguém ter escolhido uma roupa, pagado um dinheiro para escutar uma história. E eu estar aqui dando meu tempo para ela para contar essa história" (Luana)
iG: O que é fazer teatro para você?
Luana: Teatro não é só entretenimento. É você dividir, levantar questionamentos e também entreter. Mas acho simplista achar que teatro é só entretenimento. Depois, foi me dada a graça de ter descoberto o teatro infantil, que é genial. As crianças são futuros eleitores. Eu faço questão de fazer teatro de conteúdo e qualidade, de receber todas as crianças depois de cada espetáculo, porque eu quero que elas acreditem naquilo, que elas entendam, troquem, que tenham vontade de voltar. A gente tem que ter educação e cultura, tem que dar essa oportunidade, tem que representar as coisas que estão acontecendo na nossa sociedade para que as pessoas se identifiquem. É quase análise. Você, às vezes, precisa se escutar falando para dar conta daquilo.
Georgiana: E nós, muitas vezes, temos o poder de falar para as pessoas o que às vezes elas não têm coragem de se dizer.
Luana: Eu amo muito o que eu faço em todas as artes. E eu gosto muito de gente. Eu gosto de conversar, me comunicar. Por isso que sou louca pelo teatro. É a pessoa ao vivo. Eu acho sagrado alguém ter escolhido uma roupa, pagado um dinheiro para escutar uma história. E eu estar aqui dando meu tempo para ela para contar essa história. Eu até acho que se não fosse atriz eu conseguiria fazer outra coisa, mas não iria me sentir tão realizada como ser humano.
GRANDES MULHERES
iG: Temos uma mulher no poder do País. O que vocês acham de Dilma Rousseff?
Luana: Ela é uma mulher corajosa, mas ser corajosa não é tudo. Não adianta você ter coragem e não ter o resto todo. No começo eu fiquei feliz com ela, mas confesso que estou bem decepcionada.
Georgiana: É… Mas, sem dúvida, é uma mulher muito forte. Passou por diversas coisas para chegar ali, inclusive doença e tudo mais. É um desafio muito grande.
Luana: Na minha opinião, está dando mole demais…
iG: O que deve mudar no Brasil?
Georgiana: O que tem que mudar é a educação. É a base de tudo. Enquanto os professores não forem respeitados, enquanto a escola não for prioridade, não vai mudar nada. Não adianta, isso é básico.
Luana: É perder tempo… Fazer estádio é perder tempo… Tudo é perder tempo. Precisa de educação para a pessoa se saber como indivíduo e saber que ele tem seus direitos e seus deveres.
iG: Para finalizar, gostaria que vocês escolhessem uma mulher forte que seja importante para suas vidas.
Luana: A minha mãe (Francis) é sinistra. Ela mudou a vida dela. Ela era muito pobre. Na minha infância, a gente era pobre, daí viramos classe média baixa, eu comecei a trabalhar quando a gente estava virando classe média alta, e hoje, graças a Deus, a gente tem uma vida que eu digo que é de rei, porque minha referência é essa. Hoje, digamos, a gente não faz conta. E ela não tinha faculdade. Ela me teve com 21 anos, começou trabalhando no almoxarifado do banco, virou caixa, subgerente, gerente, se aposentou, fez Direito, se formou e hoje é minha advogada e é sinistra. Ela é meu exemplo maior. Eu só sou quem eu sou porque a vida inteira ela olhou para mim e disse: “filha, para tudo que você quiser, você estuda, aprende e faz. Você pode tudo que você quiser”. Não tinha como eu não acreditar em mim, não tinha como eu achar que algo não daria certo. Hoje, cada vez que eu conquisto alguma coisa, eu já olho lá para frente, para o próximo alvo. Eu não acho que vai ser impossível, independentemente da distância para o que eu quero. Eu acho que sou capaz e isso é primordial em uma educação. Os pais precisam apostar nos filhos, sempre.
Georgiana: A minha mãe (Graça Coutinho) também é um exemplo. Ela perdeu a mãe dela aos 16 anos, então ela foi mãe sem referência de mãe. E é uma puta mãe. Eu e minha irmã (a atriz  e apresentadora Micaela Góes) temos certeza que podemos contar em qualquer situação. Ela não tem essa história de batalhar muito na vida, porque já veio de uma família bacana, meu avô era intelectual, membro da Academia Brasileira de Letras (Afrânio Coutinho), e tal. Mas essa coisa de ser mãe sem ter referência e criar as suas próprias é lindo. Eu sou muito grata ao amor, afeto e apoio que ela me dá até hoje. Outra pessoa que pensei também, que é uma das minhas grandes inspirações como atriz e exemplo de fortaleza, é a Drica Moraes. Ela é uma puta atriz, uma mulher incrível que foi e voltou, né, gente? A gente tem que fazer reverência sempre.
Serviço:
“Sonhos de um Sedutor”
Teatro Ipanema
R. Prudente Morais, 824B - Ipanema - Rio de Janeiro
Quintas, sextas e sábados às 21h, e domingos às 20h
Temporada até 8/12. Retoma em 17 de janeiro até 23 de fevereiro

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ELAS

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