Facebook muda nosso comportamento social,“ aproxima quem está distante e distancia quem está próximo”
Em 1996, um grupo de pesquisadores da Universidade de Carnegie Mellon iniciou um estudo sobre os efeitos do uso da Internet no bem-estar psicológico e envolvimento social dos usuários. Há quase duas décadas o uso doméstico da Internet estava apenas engatinhando, e isso não permitiu uma ampla conclusão por parte dos pesquisadores.
Mesmo assim, eles nomearam seus resultados como "Paradox Internet" (Internet do Paradoxo em tradução livre), relatando que, embora a Internet fosse uma tecnologia social, a maior utilização dela diminui a interação com a família e amplifica a solidão. Sim, é a máxima do “Aproxima quem está distante e distancia quem está próximo”.
O estudo tem sido duramente criticado por sua pequena amostragem. Mas a pergunta a ser respondida é a mesma. Acessar a Internet torna as pessoas mais solitárias ou as pessoas que são mais solitárias acessam a Internet com maior frequência?
Embora existam inúmeras formas das pessoas socializarem online - o Facebook, por exemplo, a maior rede social do mundo -, cada vez mais estudos aparecem dizendo como as redes sociais torna as pessoas mais infelizes, solitárias, narcisistas, ciumentas e tristes. Nossa cultura está permeada por um sentimento de que para tudo que é ganho, algo é perdido.
Facebook está intimamente ligado a depressão
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental, 16 milhões de adultos americanos sofreram um episódio de depressão em 2012, número equivalente a quase 7% do total de usuários do Facebook.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental, 16 milhões de adultos americanos sofreram um episódio de depressão em 2012, número equivalente a quase 7% do total de usuários do Facebook.
O Facebook e a depressão estão intimamente ligados é a conclusão tirada de uma série de estudos recentes. Cientistas apontam para a comparação social que a rede social traz. Ora, se um amigo seu - ou qualquer outra pessoa - se mostra em melhores condições de vida, isso acaba afetando o comportamento emocional. É a "teoria da competição social".
Pode ser que gastar muito tempo imerso em fotos e atualizações de status nos deixe com a impressão de que estamos sendo socialmente superados. Até por que ninguém compartilha dor ou sofrimento: a maioria das pessoas que estão no Facebook querem mostrar o seu sucesso.
Facilita reencontros, mas incita a infidelidade
A psicóloga PhD Nancy Kalish começou a estudar romances no início dos anos 90. Inicialmente, ela analisou o que acontece quando as pessoas que se relacionaram na infância/adolescência se separaram, mas reataram a relação anos mais tarde. Surpreendentemente os resultados revelaram a potente resiliência do primeiro amor adolescente. Os estudos de Kalish são de antes do boom das redes sociais, e mesmo assim, as pessoas nunca tiveram muita dificuldade em reencontrar um amor da infância. Com a chegada do Facebook, a reaproximação se tornou bem mais fácil. Mas isso deixou um rastro alarmante: a traição. Muitas pessoas que reecontraram seu primeiro amor, já estavam casadas (com outra pessoa) e acabavam traindo seu cônjuge com o primeiro amor.
A psicóloga PhD Nancy Kalish começou a estudar romances no início dos anos 90. Inicialmente, ela analisou o que acontece quando as pessoas que se relacionaram na infância/adolescência se separaram, mas reataram a relação anos mais tarde. Surpreendentemente os resultados revelaram a potente resiliência do primeiro amor adolescente. Os estudos de Kalish são de antes do boom das redes sociais, e mesmo assim, as pessoas nunca tiveram muita dificuldade em reencontrar um amor da infância. Com a chegada do Facebook, a reaproximação se tornou bem mais fácil. Mas isso deixou um rastro alarmante: a traição. Muitas pessoas que reecontraram seu primeiro amor, já estavam casadas (com outra pessoa) e acabavam traindo seu cônjuge com o primeiro amor.
Kalish espera que sua pesquisa incentive os pais a levarem mais a sério os relacionamentos adolescentes a fim de evitar futuras traições. E, se há uma esperança, é que isso pode ser uma época de passagem: os voluntários de Kalish eram adolescentes na era pré-Facebook. No futuro, provavelmente a população já estará mais acostumada com os efeitos das mídia sociais, e, naturalmente, estará prevenida deles.
A construção de identidade
Em 2008, sociólogos da Universidade de Temple, publicaram um artigo sobre a construção da identidade online diferentemente da offline (sim, estamos falando das diferenças sobre o você do Facebook e o você da vida real).
Em 2008, sociólogos da Universidade de Temple, publicaram um artigo sobre a construção da identidade online diferentemente da offline (sim, estamos falando das diferenças sobre o você do Facebook e o você da vida real).
Foram analisadas 63 perfis no Facebook e chegaram a conclusão dos pesquisadores é que dá pra conhecer melhor uma pessoa através de fotos, postagens e páginas curtidas do que o "sobre mim” - um campo destinado exatamente para contar quem é o usuário.
Os usuários usam as fotos para evidenciaram desejabilidade social. Perceba como as fotos tendem a mostrar pessoas felizes fazendo coisas boas. Ao mesmo tempo, as postagens são cheias de reflexões e frases clichês de efeito.
Os pesquisadores concluíram que o Facebook retrata as pessoas como elas gostariam de ser na vida real. Muitos (ou a maioria) não são realmente populares, reflexivos e bem articulados como mostram na rede, mas gostariam de ser.
Isso significa que você não é a mesma pessoa que aparenta ser em seu Facebook. O seu perfil é apenas uma personificação de como você realmente gostaria de ser. A partir de agora, as análises psicológicas deveriam levar em consideração os diferentes ‘eu online’ e ‘eu offline’.
Via Kernel
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