CRISE EM SJC: Por investimentos GM quer congelar salários e postergar PLR, veja o pacote completo...
Plano que será debatido nos próximos 60 dias inclui ainda demissão de 100 por mês e redução da PLR
Chico PereiraSão José dos Campos
A General Motors propôs à direção do Sindicato dos Metalúrgicos ‘congelar’ por três anos reajustes salariais para os funcionários da planta da montadora em São José dos Campos, como uma das medidas para viabilizar possíveis novos investimentos na unidade industrial.
A empresa também colocou à mesa de negociação a postergação do pagamento da segunda parcela da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) deste ano, prevista para janeiro de 2013, redução do valor das próximas PLRs e do adicional noturno, de 30% para 25%, conforme prevê a legislação trabalhista, rediscussão da estabilidade para os empregados lesionados e a possibilidade de demitir até 100 funcionários por mês, o chamado ‘turnover’, que é a rotatividade de mão de obra.
Além desses, a empresa também quer adotar nova grade salarial, redução de salários, criação de banco de horas e flexibilização da jornada de trabalho.
Esses são alguns dos 17 pontos do pacote apresentado pela empresa para negociar com o sindicato eventuais novos investimentos na planta de São José.
As reivindicações da montadora foram divulgadas ontem pela direção do sindicato na assembleia que reuniu um grupo de cerca de 100 dos 925 empregados que terão o contrato de trabalho suspenso, denominado ‘layoff’, a partir da próxima segunda-feira.
O secretário-geral da entidade, Luiz Carlos Prates, o Mancha, disse que o pacote da GM foi apresentado pela primeira vez na reunião do dia 4 de agosto entre a empresa e o sindicato, que resultou no acordo que evitou, temporariamente, a demissão de 1.840 funcionários da unidade industrial.
Prates afirmou que as mesmas propostas foram reafirmadas pela GM na primeira rodada de negociações ocorrida na quinta-feira, para tratar de um possível novo acordo que resulte em investimentos na planta.
Conversação. “Essas são as condições apresentadas pela empresa, o que não significa que o sindicato concorda”, afirmou o dirigente.
Como as conversações estão no início, as propostas serão debatidas nas próximas reuniões, já que as partes concordaram em se encontrar semanalmente para tratar da questão.
Aos trabalhadores, Prates relatou que a GM considera a planta de São José dos Campos a de custo mais elevado do grupo no país.
“Ela (GM) quer todas essas flexibilizações, mas não garante que irá fazer novos investimentos em São José. Por isso, temos que continuar a nossa mobilização”, afirmou o sindicalista aos empregados.
Outro lado. A GM já informou por meio de sua assessoria, que não vai comentar as negociações com o sindicato.
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