A Polícia Civil ouviu nesta terça-feira (5) os depoimentos de dois guardas patrimoniais e dois supervisores de segurança do Zoológico de Cascavel, no oeste do Paraná, onde um menino foi atacado por um tigre. Segundo o delegado Denis Merino, os funcionários afirmaram que faziam ronda em outros locais do estabelecimento no momento do ataque.
O menino foi atacado pelo tigre no dia 30 de julho. Ele estava acompanhado do pai, e teve o braço direito amputado após o acidente. A polícia investiga se houve omissão por parte do pai ou do zoológico.
"A prioridade é ouvir os responsáveis pelo recinto do felinos", afirmou o delegado. Segundo Merino, os funcionários contaram sobre a rotina no zoológico, e informaram que não estavam próximos à jaula do tigre no momento do acidente. "Eles estavam fazendo ronda em outro local, como é rotina do trabalho no zoológico, e tão logo souberam do ataque voltaram para prestar socorro", disse o delegado. Ainda de acordo com o depoimento, um dos guardas era responsável por três áreas do zoológico, incluindo a dos felinos.
De acordo com Merino, o pai deve voltar a depor ainda nesta semana ."Mesmo que o menino receba alta do hospital, o pai já foi intimado e vai comparecer a delegacia". Marcos do Carmo Rocha já havia prestado depoimento no dia do ataque. Nenhum depoimento deve ser colhido na quarta-feira (6), pois o delegado estará fora cidade.Merino pede aos visitantes que presenciaram o ataque que compareçam à delegacia. "É de extrema importância que essas pessoas prestem depoimento para que possa ser avaliado se o pai colocou, ou tomou conhecimento de que o garoto estava em um local proibido, perto da jaula", explicou.
A polícia tem 30 dias para concluir as investigações sobre a responsabilidade do acidente, mas o prazo pode ser prorrogado. "O código penal prevê que, quando o responsável legal é omisso, ele responde pelo resultado - no caso, o resultado foi uma lesão corporal grave. O pai e a guarda patrimonial - que deveria guardar o local para evitar o acesso de qualquer visitante naquela área - podem responder pelo crime de lesão corporal. A pena é de 2 a 5 anos", disse.
O garoto atacado segue internado no Hospital Universitário (HU) e deve receber alta ainda esta semana. Ele está sendo avaliado por pediatra, ortopedista e psiquiatra, que vão determinar quando será dada a alta hospitalar. Assm que sair, a criança deve passar por exames no Instituto Médico-Legal (IML).
Nesta terça-feira (5) , o tigre voltou a ser exposto no zoológico. O animal ficou cinco dias isolado como medida preventiva por causa do incidente. Ataque
O garoto estava em uma área proibida, próximo à jaula do felino na hora do ataque. Ele ficou gravemente ferido e precisou ter o braço direito amputado na altura do ombro. Segundo o hospital, o estado de saúde da criança é estável.
Em entrevista ao Fantástico, o pai do menino, Marcos Carmo Rocha, disse que a primeira coisa que o filho falou depois do acidente foi um pedido para que ele não matasse o tigre. "Sabe o que ele gritou, a primeira hora que ele falou que estava sem o braço? Ele falou assim: 'não mata o tigre'. Sem o braço! Ele só pensou no tigre em primeiro lugar". O zoológico já descartou a possibilidade de sacrificar o animal.
Rocha diz que não viu o filho pular a cerca para se aproximar do leão, mas que o viu com o animal e achou a situação tranquila. "Quando eu vi a situação, eu vi que estava sob controle. O leão estava muito tranquilo com ele e as pessoas envolvidas com a situação de certa maneira assim, gostando, eu digo. O leão estava muito manso, eu estava prestando atenção nele, cuidado dele, com o pequeno no colo, mas achei uma situação tranquila”.
O Delegado Denis Merino disse que em depoimento o pai afirmou que não viu o menino perto da jaula. "O pai do menino disse que estava cuidando do outro filho dele, de três anos, que reside aqui em Cascavel, quando o maior, de 11 anos, se desvencilhou e estava nas proximidades. Tão logo ele percebeu que o animal atacou a criança, ele o socorreu", contou o delegado.
O diretor da Guarda Municipal de Cascavel, Lauri Dallagnol, disse que o guarda patrimonial não viu o garoto na área restrita porque estava fazendo ronda em outro local do zoológico. “Ele estava fazendo ronda no recinto dos macacos. Ele cuida de três recintos, então ele vem, faz a ronda neste local e vai para outro, faz a ronda e volta. Ele só viu a situação depois do fato consumado”, explicou.
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