A mudança do perfil do consumidor de carro no Brasil reflete diretamente na lista dos modelos mais vendidos do País. Líder de mercado nos últimos 27 anos, oVolkswagen Gol perdeu o reinado para o Fiat Palio em 2014. As razões pelas quais isso aconteceu você pode acompanhar pela reportagem de Car and Driver.Mas esse não é o único sinal dos novos ventos que sopram no mercado brasileiro. O sucesso do Onix é outro.
Lançado em outubro de 2012, o hatch da GM vem mostrado desempenho cada vez melhor nas lojas. Enquanto o mercado de automóveis caiu 6,9%, entre 2013 e 2014, as vendas do modelo aumentaram 23,2% (122.339 ante 150.829, uma diferença de 28.490 unidades), segundo os números da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos). E em janeiro último, o carro ficou próximo do líder Palio(13.462 unidades do GM ante 14.432 do Fiat). Mas por que o Onix vende tão bem? Aqui, estão os cinco motivos apontados por consultores de mercado ouvidos por Car and Driver.
1º Pioneirismo do Mylink
Os smartphones começaram a invadir de vez o dia a dia dos brasileiros junto com a chegada da central multimídia Mylink ao mercado. Com ela, os rádios com toca-discos ficaram no passado. A conectividade com os celulares passou a ser a bola da vez e a GM pegou a crista dessa onda com o Onix.
Em 2013, em torno de 70% das unidades vendidas tinham o equipamento, porcentagem que subiu para cerca de 80% no ano seguinte, de acordo com a fabricante. O item vem de série na versão topo de linha LTZ e opcional na LT. Tem preço sugerido de R$ 1.460.
2º Consumidor mais exigente
Todas as versões do Onix contam com direção assistida, ar-condicionado e banco do motorista com regulagem de altura. Além disso, o modelo com motor 1.4, pode contar com câmbio automático de seis marchas, ao contrário dos rivais.
"O consumidor resolveu pagar um pouco mais caro por algo mais sofisticado, um bem com o qual vai ficar por, pelo menos, três anos", explica o consultor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa. Ele também explica que essa tendência está se espalhando em modelos tradicionais, como o Palio, que começou a vir com ar-condicionado de série em todas as versões na linha 2015. Há outros exemplos, como o novo Ford Ka, encontrado apenas com, no mínimo, ar, direção e conjunto elétrico.
3º Valor de revenda
Na hora de comprar o carro, um dos fatores que influenciam bastante na decisão de compra é o valor de revenda. Com apenas 8,5% de depreciação em um ano, o hatch da Chevrolet foi o automóvel melhor avaliado no Prêmio Maior Valor de Revenda, da Agência AutoInforme. Outros quinze veículos foram contemplados e a pesquisa considerou os 100 modelos novos mais vendidos.
De acordo com Joel Leite, idealizador do prêmio e diretor da Agência Autoinforme, “a depreciação depende de vários fatores: do tamanho do carro, da marca, da rede de revendedores, do cuidado que a marca tem em relação ao pós-vendas, ao segmento, a origem, ao fato de ter grande volume de venda, à sua aceitação no mercado”, enfatiza Leite.
4º Saída do Agile
Os clientes do hatch Agile acabaram migrando para o Onix a partir de setembro do ano passado, quando o modelo ainda feito na Argentina deixou de ser vendido no Brasil. Nos oito primeiros meses de 2014, o Agile teve 9.547 unidades vendidas.
No seu último ano cheio no mercado brasileiro, o argentino teve 30.120 unidades comercializadas, segundo a Fenabrave. Se boa parte desses compradores passaram para o Onix já temos mais um impulso nas vendas do novo hatch daGM.
5º Ofertas
As boas vendas do Onix também se explicam pelas grandes promoções dos últimos anos. Umas das maiores delas, com destaque nos principais espaços da mídia nacional, foi a do início de 2014, que promoveu uma agressiva redução de preços de seus produtos.
O apelo do marketing foi o seguinte: os preços de seus carros foram os mesmos que a montadora ofereceu a seus funcionários. Com isso, um Onix LTZ 1.4 que custava R$ 48.296 passou a ser vendido por R$ 43.450, um desconto de R$ 4.846.
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