Enquanto o governador de São Paulo ,Geraldo Alckmin (PSDB), e o secretário de Educação, Herman Voorwald, anunciavam o adiamento do projeto de reestruturação das escolas de São Paulo, um grupo de jovens comemorava em frente ao portão do Palácio do Governo de São Paulo. “Estamos muito felizes. É uma grande vitória”, disse Camila Lanes, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). “Só não é a hora de baixar a guarda ainda. Vamos ver se cumprirão o que prometem”.Segundo os números da secretaria da Educação, até ontem havia 191 escolas ocupadas em todo o estado. Nas contas do sindicato dos professores, o número chegava a 220. O movimento começou há vinte e seis dias, com a ocupação da Escola Estadual Diadema, de forma gradativa. Nos últimos doze dias o número de escolas ocupadas saltou de três dezenas para duas centenas.Representantes de 120 escolas ocupadas na capital planejam se reunir em assembleia hoje, no fim da tarde. A assembleia geral está marcada para domingo, dia 6, na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, quando será discutida a desocupação das escolas. “Não confiamos no governo. Precisamos ter certeza de que não voltarão atrás”, diz Camila.
O próximo passo, depois das desocupações, será definir o calendário de reposições. Se o governo de São Paulo não criar mecanismos para efetivamente implantar o diálogo, essa simples operação de datas pode virar outra crise. Os alunos já afirmaram que querem participar das decisões, inclusive da definição do calendário. “Vamos ver se o governador realmente está disposto a nos ouvir. Não aceitaremos a imposição das datas de reposição”, diz Camila.O governador Geraldo Alckmin finalizou a sua breve coletiva de imprensa com uma frase do Papa Francisco: “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo”. Ao dizer isso, virou as costas e saiu. Ninguém pode fazer qualquer pergunta (ou iniciar algum diálogo).
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