Pular para o conteúdo principal

Alerta! Por que os jovens bebem até morrer

Cerveja
Numa festa universitária, alunos são desafiados a beber uma dose de vodca a cada 60 segundos. É claro que isso terminaria mal, mas o desfecho da competição em Bauru, interior de São Paulo, foi particularmente desastroso: Humberto Moura Fonseca, 23 anos, estudante de engenharia da Unesp, morreu após tomar 30 doses - 1 litro e meio, ou 600 ml de álcool puro. Outros três jovens foram hospitalizados em estado grave.
O caso, dado seu absurdo, transformou-se numa oportunidade de emplacar um discurso antigo, que prega todo tipo de restrição ao álcool. Ame ou odeie os arautos da sobriedade, porém, o fato é que uma postura policialesca simplesmente não funciona - mesmo nas teocracias islâmicas, onde beber é crime, o alcoolismo é um problema.
Por outro lado, o caso de Bauru serve de alerta para outra realidade: o brasileiro bebe muito. Formulando melhor: o brasileiro que bebe exagera na dose. Temos uma percepção distorcida desse fato porque as estatísticas mais divulgadas diluem o volume de álcool consumido por toda a população. Elas incluem os abstêmios: 42% dos brasileiros. Segundo esse critério, ocupamos a 53ª posição do ranking mundial da Organização Mundial de Saúde, com 8,7 litros de álcool puro anuais por habitante. Mas, se levarmos em conta somente os bebedores, temos um consumo per capita de 15,1 litros. Dá 18 latas de cerveja por semana, ou duas doses diárias de birita forte, como cachaça ou vodca, por dia. Isso é o dobro do que o corpo consegue assimilar sem que você tenha problemas de saúde. E coloca os cachaceiros do Brasil à frente até dos da etílica Irlanda no ranking da beberagem. Pois é. No país onde até café se toma com uísque, e que tem um índice de abstinência de apenas 19%, os bebedores entornam "só" 14,7 litros de álcool puro por ano.  
Eu mesmo sou um cara que bebe muito. Na época de faculdade, embora não houvesse competições cretinas como a de Bauru, fui protagonista de episódios nada edificantes - que envolveram vômito no sapato alheio e completo blecaute. Como Humberto, era um ingênuo com um copo na mão. Ao contrário de Humberto, sobrevivi. O tempo me amaciou, a exemplo do uísque que envelhece em barris. Ainda hoje meu consumo de álcool é maior do que o recomendado para uma vida saudável. Mas muito raramente fico bêbado. Parei de ter amnésia alcoólica, de apagar em público. Parei de fazer merda, enfim. Aprendi a distinguir e apreciar os sabores e aromas. Tornei-me jornalista especializado em bebidas e até tirei diploma de sommelier de cerveja.
Mas a tragédia de Bauru escancara verdades que nós, que escrevemos sobre bebida, não gostamos de admitir. Nossa classe depende de uma relação amistosa com a indústria para se sustentar. Compra o discurso dessa indústria, torna-se um instrumento dela e vive no autoengano. Passa a crer que as pessoas bebem cerveja por causa dos lúpulos aromáticos da Nova Inglaterra e tomam uísque para sentir o aroma defumado dos maltes de Islay, na Escócia.
Cascata.
As pessoas gostam dos efeitos do álcool. Começam a beber para se drogar. Mesmo quando aprendem a apreciar o sabor da bebida, nunca abandonam o prazer de ficar meio altas depois de alguns copos. Não fosse assim, os cursos de degustação de café e chá concorreriam em popularidade com os de vinho e cerveja.
A indústria, espremida por limitações e obrigações legais, cria uma imagem pública de combate ao consumo precoce e irresponsável. Mas sua atuação vai na contramão desse discurso. Como todo negócio, o ramo da bebida busca crescer, ampliar o lucro e conquistar mais clientes. Interessa-lhe ganhar a simpatia dos adolescentes que acabaram de fazer 18 anos ou estão próximos disso. Assim, toda a estratégia de comunicação das marcas populares de cerveja e de vodca é dirigida ao público jovem.
Entre as ações de marketing dessas companhias, está o patrocínio de eventos cheios de adolescentes, como os carnavais de rua. E, claro, de festas universitárias como a de Bauru. Os produtos parecem ser feitos sob medida para os pós-pubescentes. Nas cervejarias, busca-se um líquido refrescante, de baixo amargor, leve, fácil de beber e, principalmente, barato. Ideal para quem tem pouco dinheiro, paladar infantil e muita sede.
A exceção nessa indústria vai para os setores de cerveja artesanal, de vinhos finos e para as companhias dedicadas exclusivamente ao segmento do alto luxo. Essas miram o consumidor adulto, que só vai morrer de beber caso tenha muito mais dinheiro do que cérebro.
Retomando o episódio de Bauru: ele ultrapassa qualquer noção de bebedeira irresponsável. Irresponsável é tomar quatro cervejas e voltar para casa de carro. O que aconteceu com o rapaz foi brutal - consequência de um comportamento que precisa ser combatido. Mas como? Criar mais proibições não adianta. Jovens sempre dão um jeito de burlar barreiras. Mais impostos? O efeito de uma alta nos preços é um tanto previsível no padrão de consumo: a molecada vai simplesmente migrar para uma bebida mais barata, e provavelmente mais tóxica.
Ações de redução de danos parecem uma alternativa melhor. O hábito de beber é um traço inerente à maior parte das culturas.  Colocá-lo no mesmo balaio das drogas pesadas é uma abordagem míope. A indústria, se fosse banida, seria substituída por outra indústria, clandestina e sem controle algum. Mas que tal então impedir que conglomerados cervejeiros banquem festas de faculdade e eventos culturais que atraem adolescentes? Que tal vetar campanhas publicitárias que estimulam o consumo de álcool como lubrificante social (e sexual)?
Outro caminho, mais difícil, é a educação. Em algum momento da vida, o sujeito descobre que ficar doidão não é o único prazer envolvido no ato de beber. Ele passa, sim, a sentir gostos e aromas na bebida. Torna-se mais seletivo. Toma mais tempo entre um gole e outro. Escolhe bebidas mais caras. Como consequência, bebe menos. E é melhor que esse processo aconteça cedo.
Que fique entre nós: se a sua filha ou o seu filho toma muita bebida vagabunda, você não vai conseguir forçá-lo a virar abstêmio. Então apresente-lhe um bom vinho ou cerveja (caso ele tenha mais de 18, claro). E, se você é o jovem bêbado em questão, experimente coisas mais elaboradas. Uma hora ou outra a transformação da quantidade para a qualidade acontece. É um caminho sem volta - e muito, mas muito mais seguro.
fonte: 

Comentários

ᘉOTÍᑕIᗩS ᗰᗩIS ᐯISTᗩS

A grande farsa

  “Amigos, há um momento, na vida dos povos, em que o país tem de ser anunciado, promovido e profetizado”. (Nelson Rodrigues). A Globo e o Consorcio de Imprensa que ela comanda, inventaram uma grande farsa: a crise na Seleção Brasileira. Dela participaram Tite, Casemiro, Renan como bonequinhos de ventríloquo, que vocalizaram as “dores” que os pobres atletas-europeus estavam sentindo. Por tabela, entra Rogério Caboclo, um “homem mau”, namorador, que precisava ser eliminado urgentemente da CBF, segundo deixa entender a Globo. No núcleo central da trama a Copa América e o vírus que provoca a epidemia.Acompanhe o desenrolar da trama, digna de uma novela mexicana: Casemiro, a quem o técnico Tite entregou a braçadeira de capitão da Seleção, perguntado pelo repórter Eric Faria, da TV Globo, “se a posição que ele pretende externar após o jogo de terça é compartilhada pelos companheiros, ele garantiu que fala pelo grupo”, disse: – “Nós iremos falar, o Tite explicou a situação, eu como capitão,

Volkswagen anuncia que pretende adotar férias coletivas para trabalhadores de três fábricas no Brasil

  A montadora alemã  Volkswagen  confirmou, na tarde desta segunda-feira (13), que pode adotar  um período de férias coletivas ainda neste mês   por possível impacto da produção pela tragédia que atinge o Rio Grande do Sul.  Temporais causaram grandes enchentes no estado e  mais de 140 pessoas morreram até o momento. Em nota enviada para a imprensa nesta segunda, a Volks afirmou que "protocolou férias coletivas de forma preventiva para as fábricas Anchieta de  São Bernardo do Campo (SP) ,  Taubaté (SP)  e  São Carlos (SP) , as três unidades no estado de São Paulo, que poderão entrar em férias coletivas a partir de 20 de maio, com o atual cenário". A empresa afirma que "em função das fortes chuvas que acometem o estado do Rio Grande do Sul e o povo gaúcho, alguns fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir nesse momento". Ainda segundo a Volks, as fábricas Anchieta e Taubaté devem ter 10 dias de

Invasões do MST chegam a 24 áreas em 10 Estados e no DF

24 propriedades já foram invadidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 11 estados do país durante o chamado Abril Vermelho, segundo dados divulgados na manhã desta terça (16) pelo grupo. As ocupações começaram ainda no fim de semana e, de acordo com o movimento, devem se estender até sexta (19) na Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. Além das invasões, o grupo promoveu outras seis ações diversas como montagem de acampamentos em alguns estados, assembleias e manifestações. As ações ocorrem mesmo após o  anúncio de um programa do governo federal para a reforma agrária que vai destinar R$ 520 milhões  para a compra de propriedades ainda neste ano para assentar cerca de 70 mil famílias do movimento. Entre os estados que tiveram invasões a propriedades estão Pernambuco – com a terceira ocupação de uma área da Embrapa –, Sergipe, Paraná, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, entre outros. “Até o momento, a Jornada contabiliza a realização de 30 aç

Eduardo Leite é criticado por dizer que ‘grande volume de doações’ vai prejudicar o comércio do RS

  O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), está enfrentando críticas nas redes sociais após afirmar que o “reerguimento do comércio” do estado pode ser prejudicado pelas doações feitas pelos brasileiros para ajudar a população gaúcha afetada pelas enchentes, que já resultaram em 149 mortes. Em entrevista à Rádio Band News FM, Leite mencionou a necessidade de estruturar ferramentas e canais para que as pessoas interessadas em fazer doações também possam apoiar o comércio local, que foi impactado. Ele expressou preocupação com o grande volume de doações físicas chegando ao estado e como isso pode afetar a recuperação do setor comercial, considerando que muitos desses itens vêm de outras regiões do país. A declaração do governador gerou debates sobre prioridades e a importância de equilibrar o apoio às vítimas com o impacto econômico local. Informações: Terra Brasil Notícias/ https://terrabrasilnoticias.com/2024/05/eduardo-leite-e-criticado-por-dizer-que-grande-volume-de-d

Morre Silvio Luiz, narrador esportivo, aos 89 anos

  Morreu nesta quinta-feira (16) o narrador esportivo Silvio Luiz, de 89 anos. Ele estava internado no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, desde o dia 8 de maio. Silvio sofreu um AVC durante a transmissão do jogo entre Palmeiras e Santos, pela final do Campeonato Paulista, em abril. Contratado da TV Record, o locutor liderava a equipe de transmissões das plataformas digitais da emissora desde 2022. Silvio Luiz estava em coma induzido, intubado e impossibilitado de fazer hemodiálise devido à fragilidade decorrente da idade. Ele enfrentava problemas renais. Sylvio Luiz Perez Machado de Sousa era o nome de batismo de Silvio Luiz. Nascido em 14 de julho de 1934, começou a carreira em 1952, fazendo participações em radionovelas. Como locutor, iniciou sua trajetória na Rádio Record. Passou pela Rádio Bandeirantes e, na extinta TV Paulista, foi o primeiro repórter de campo da imprensa esportiva brasileira. Silvio também foi árbitro de futebol. Ele foi um dos assistentes na partida de inaugur

Urgentíssimo! Por favor, assista a este vídeo!

  Créditos: Silas Malafaia/https://www.youtube.com/watch?v=5JKG5sXauxA Silas Malafaia Oficial Silas Malafaia Oficial

Aparição de Extraterrestre?

  fonte;   The History Channel Brasil

NIO Factory Tour - China production

  Créditos:  NIO Factory Tour - China producti on/ https://www.youtube.com/watch?v=IRW0Aj-BBBM KondorCars

No meio da tragédia no RS, caminhão do Exército invade a contramão e deixa três mortos

  Informações que chegam do RS dão conta de que três pessoas morreram e outras duas ficaram gravemente feridas em um acidente na BR-448, em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O caso envolvendo um caminhão do Exército, que estava na contramão, foi registrado às 19h desta quarta-feira (8), no km 4 da via, sentido Interior-Capital.  Houve bloqueio total no trecho para realização de perícia, o que impediu um resgate de cavalos na região. A rodovia havia sido liberada na manhã desta quarta para circulação de veículos, após as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul.  Segundo a CCR ViaSul, concessionária que administra a 448, todas as vítimas são homens, incluindo os feridas, posteriormente encaminhados para o hospital São Camilo, em Esteio. O Exército disse estar apurando as informações sobre a ocorrência, mas confirma que foi uma colisão. Tanto a CCR ViaSul quanto a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda não divulgaram os nomes e as idades das vítimas. A dinâmica do acidente