Depois de um ano e quatro meses afastados pelo lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) 1.000, dos 2.300 funcionários da linha de produção da General Motors, devem voltar às atividades até segunda-feira, dia 7.
Essa informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, que em reunião com a diretoria da montadora conseguiu negociar a reintegração dos operários. “Já é uma notícia bastante positiva, tendo em vista que no início da semana tínhamos conseguido que apenas 300 a 400 trabalhadores voltassem”, declara o presidente do sindicato Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.Em entrevista ao Diário, Cidão informou na terça-feira que 600 operários retornariam à ativa, mas que faria nova reunião na tarde de ontem, a fim de tentar ampliar o contingente para 1.000 operários, o que acabou sendo negociado com a GM.
A retomada das atividades deve acontecer gradativamente até o dia 7, já que, de acordo com o sindicato, o segundo turno de produção de veículos zero-quilômetros, que estava desativado desde outubro do ano passado – o que não ocorria desde 1981 – , deve voltar nessa data.
Os trabalhadores que retornem deverão integrar a linha de montagem de automóveis e abastecimento de peças para a produção de novos carros, como o modelo Onix, que, conforme a equipe do Diário apurou, a GM está modernizando a fábrica de São Caetano para iniciar, em meados deste ano, a produção do modelo, que foi o mais vendido em todo o País em 2015.
Entretanto, o mercado automotivo continua em queda, como atesta o levantamento realizado pela Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores) e divulgado na terça-feira, ao apontar queda de 21,06% na venda total de novos veículos em fevereiro, comparado ao mesmo mês de 2015, totalizando 146.783 unidades comercializadas. No bimestre, o recuo é de 31,31% ante os dois primeiros meses do ano passado.
SUSPENSÃO - Apesar do retorno gradativo de 1.000 empregados, ainda restam 1.300 com contrato de trabalho suspenso, que estão sem um futuro definido.
Na terça-feira, o sindicato já havia afirmado que o período de lay-off, que deveria acabar em 7 de março, foi prorrogado para 7 de abril, o que possibilita mais 30 dias de negociação com a montadora, que até então havia anunciado, por meio da entidade, que pretendia demitir 1.500 pessoas – 16,3% do total do efetivo da planta são-caetanense, de 9.200 profissionais.
“Durante esses 30 dias apresentaremos à GM diversas opções para que os funcionários sejam penalizados o mínimo possível”, assegurou Cidão, que não tem previsão das próximas reuniões com a fabricante de veículos. O PPE (Programa de Proteção ao Emprego), plano criado pelo governo federal como alternativa em momentos de crise, segue fora de cogitação. Procurada, a GM não quis se pronunciar.
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