A greve dos trabalhadores da Scania chegou ao fim ontem, após uma semana de duração. No entanto, hoje acontece plebiscito para confirmar o resultado da assembleia, que teve votação apertada. Dependendo do que for definido, a paralisação pode ser retomada. A maioria dos funcionários da montadora aceitou a nova proposta da empresa, no entanto, hoje haverá tira-teima com votos individuais, ao longo do dia, em urnas localizadas no interior da fábrica.
A oferta, válida para dois anos, propõe reajuste salarial de 5%, retroativo a 1º de setembro (data base da categoria), mais abono de R$ 4.000 pago em janeiro de 2017, além da recomposição integral do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos salários em 2017.
As principais mudanças em relação à proposta inicial são a extensão do período de estabilidade por mais três meses – até dezembro de 2017 –, a renovação dos contratos de trabalhadores temporários e a antecipação do pagamento de 50% do 13º salário do ano que vem em fevereiro. Os tópicos foram alinhados no fim de semana entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a direção da Scania.
De acordo com o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Caramelo, a vantagem da oferta está nos outros aspectos contemplados, além do econômico. No entanto, ele afirma que a composição de 5% de aumento com o abono de R$ 4.000 atinge os 9,62% de inflação, cuja correção era exigida pelos funcionários, apesar de não incorporar nos valores de férias, 13º salário e aposentadoria. Ele destaca os avanços sociais na proposta, como a aprovação da convenção coletiva. “Conseguimos equiparar auxílio-creche para pais e mães, o que é importante, pois temos muitos pais que, por decisão judicial, ou por serem viúvos, cuidam sozinhos do filho.”
Para Caramelo, que também é operário da Scania, o plebiscito deve reforçar o resultado da assembleia. “A ideia é tirar dúvidas dos trabalhadores para garantir que o processo fique no campo democrático”. Se o resultado da votação mudar a posição da assembleia, o sindicato voltará a conversar com a empresa em busca de nova alternativa.
O acordo também garante um adicional nos salários, aplicado em janeiro de 2018 e 2019, com base na produção. Se for atingida a meta de 16 mil unidades de caminhões e ônibus anuais haverá aumento no valor de 0,5% nos salários a cada 1.000 unidades produzidas a mais.
Os dias parados serão incluídos no banco de horas do trabalhador. Apesar de o movimento ter cinco dias de duração, serão incluídos apenas quatro.
A Scania informou que a proposta aprovada em assembleia foi a melhor possível oferecida pela empresa, e que atende às necessidades de ambos os lados, considerando o atual cenário econômico.
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