A onda dos sedãs e, mais recentemente, dos SUVs compactos botou os hatches médios para escanteio no Brasil. Ainda assim, alguns modelos – Volkswagen Golf, Ford Focus e Peugeot 308 – resistem bravamente. O bolo é pequeno, mas tem mais um competidor louco para entrar na disputa por uma fatia: o novo Cruze hatch.
Sabe-se lá o motivo, mas o nome oficial permanece o mesmo da geração anterior: Cruze Sport6. Para nós, assim como para o consumidor, segue o nome consagrado: Cruze hatch. O que importa mesmo é que ele seguiu seu irmão maior e deu um enorme salto evolutivo.
O motor é o competente quatro cilindros 1.4 turbo flex de 153/150 cv. Para a avaliação do novo modelo, a Chevrolet abriu o Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA), em Indaiatuba (SP), mas proibiu os testes instrumentados durante a avaliação. Mesmo assim, o test-drive foi bastante proveitoso.
De acordo com a fábrica, a versão hatch é cerca de 15 kg mais leve que a sedã, o que antecipa números muito próximos. Em nossa pista de testes, o Cruze sedã havia cravado (sempre com gasolina) a aceleração de 0 a 100 km/h em 9 segundos e o consumo de 11,8 km/l na cidade e de 15,9 km/l na estrada.
Motor 1.4 turbo é o destaque, com até 153 cv e 24,5 mkgf (Pedro Bicudo)
Durante o contato com o hatch, dirigimos também um sedã. A experiência nos permitiu perceber o trabalho da engenharia da Chevrolet ao deixar a suspensão do hatchback um pouco mais rígida. Ou seja, para atender à clientela mais jovem dos hatches, a GM priorizou a esportividade em detrimento de parte da maciez.
O sistema de assistência da direção também foi recalibrado de acordo com esse raciocínio. Ainda assim, dificilmente alguém reclamará de dureza excessiva da suspensão ou da direção. Pelo contrário: dinamicamente, esse Cruze pode encarar o Golf e o Focus sem medo – e olha que, nesse quesito, essa dupla sempre foi a referência do segmento.
Até a porta traseira, a carroceria do Cruze hatch é a mesma do sedã. A grande diferença, obviamente, está na região do porta-malas. Enquanto no sedã a placa de identificação é fixada na tampa, no hatch ela vai em um espaço trapezoidal no para-choque.
Este, por sua vez, tem desenho claramente mais esportivo, com porção inferior remetendo a um extrator de ar e placas refletoras (olhos de gato) embutidas em sinuosas molduras nas laterais.
As lanternas, como no sedã, são bipartidas, fixadas na tampa e na carroceria. No topo, o aerofólio com brake light no centro reforça o estilo jovial.
Parece, mas não é
Na frente, o hatch mostra um para-choque diferente do sedã. É uma peça baseada na da versão RS vendida no mercado norte-americano, mas com suporte de placa incorporado que, diga-se, causa menos estranheza
Cabine é exatamente igual à do Cruze sedã (Pedro Bicudo)
do que a peça adaptada aplicada no sedã.
A grade principal é dividida em seis andares e a linha inferior exibe faróis de neblina horizontais – no sedã, a grade tem cinco níveis e faróis redondos, com lente tipo olho de peixe.
No perfil, pneus com as mesmas medidas vistas no sedã (215/50 R17), porém montados em rodas com desenho exclusivo. As cores Azul Petróleo e Vermelho Glory (como a do modelo fotografado) também só serão oferecidas no hatch.
Com as vendas já iniciadas, o lançamento segue o catálogo do sedã. Ou seja, traz como versão de entrada a LT, seguida da mais completa LTZ. A primeira parte de R$ 89.990 e tem como destaque airbags laterais, interior preto, ESP, câmera de ré, monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado automático, assistente de partida em rampa, volante multifuncional, start-stop, piloto automático e sistema multimídia MyLink com tela de 7 polegadas.
Espaço no banco traseiro é o mesmo (Pedro Bicudo)
O primeiro nível da LTZ (R$ 101.190) acrescenta airbags de cortina, interior bicolor, faróis com projetor e leds, sensor de estacionamento dianteiro, detalhes externos cromados, chave presencial, sensor de faróis e chuva, retrovisor interno eletrocrômico e externos com rebatimento elétrico, GPS, tapetes de carpete e MyLink com tela de 8 polegadas.
Já o alerta para situações de risco de colisão frontal, detector de veículos em ponto cego, sistema de permanência em faixa de rolamento, carregador de celular sem fio e banco do motorista com ajustes elétricos compõem o pacote de itens do segundo nível da LTZ (no site da Chevrolet, trata-se do pacote R7N, por R$ 9.800 adicionais, totalizando R$ 110.990).
O teto solar, indisponível, no sedã, vem de série no hatch, nos dois LTZ. Já o porta-malas reserva uma má surpresa: segundo a GM, são apenas 290 litros de capacidade até o tampão – a geração anterior do Cruze hatch oferecia 402 litros.
Assim como no sedã, bateria e central da injeção viajam no porta-malas (Pedro Bicudo)
Porta-malas tem volume divulgado de apenas 290 litros (Pedro Bicudo)
Veredicto QUATRO RODAS
Tal qual seu irmão maior, o Cruze hatch agrada, sobretudo, pelo eficiente powertrain e pelo rico pacote de equipamentos desde a versão de entrada.
Ficha técnica
Motor | gas., diant., transv., 4 cilindros, 1.399 cm3, 16V, 153/150 cv a 5.200/5.600 rpm, 24,5/24 mkgf a 2.000/2.100 rpm |
Câmbio | automático, 6 marchas, tração dianteira |
Suspensão | McPherson(diant.) / eixo de torção (tras.) |
Freios | discos vent. (diant.) / discos sólidos (tras.) |
Direção | elétrica |
Rodas e pneus | 215/50 R17 |
Dimensões | 444,8 cm; largura, 180,7 cm; altura, 148,4 cm; entre-eixos, 270 cm; peso (aproximado), 1.306 kg; tanque, 52 l; porta-malas, |
Preço | R$ 110.990 (LTZ com pacote R7N) fonte:http://quatrorodas.abril.com.br/testes/impressoes-ao-dirigir-novo-chevrolet-cruze-hatch/ |
Comentários