CRISE EM SJC: A reunião desta quinta-feira (6) entre a General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos termina sem acordo

A reunião desta quinta-feira (6) entre a General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior de São Paulo, cujo objetivo era pôr fim ao impasse que ameaça 1.535 postos de trabalho na montadora joseense, terminou sem acordo.

A menos de dois meses do fim do prazo do 'layoff' (suspensão temporária dos contratos de trabalho) de 798 funcionários, este encontro, o último do ano, marca também o início da intensificação das mobilizações da categoria pela manutenção dos empregos. Uma passeata está programada para às 9h desta sexta-feira (7) no centro.

De acordo com o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o 'Macapá', a reunião desta manhã durou três horas, mas não avançou. A empresa não teria apresentado novas propostas para tonar a planta de São José mais competitiva e não descartou demitir em massa após o dia 26 de janeiro - ocasião do fim do layoff. "A empresa vai fechar o MVA e ela não recua desta idéia. Nós já apresentamos diversas propostas e eles não aceitam nenhuma. Estamos dependendo da intervenção do governo e da nossa capacidade de mobilização", disse Macapá ao G1.

O setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA) empregava 1.840 trabalhadores no primeiro semestre deste ano e produzia quatro veículos - Classic, Meriva, Zafira e Corsa Hatch. Com o fechamento das três últimas linhas em agosto, e a intenção de parar de produzir o Classic em janeiro, a GM considera a mão de obra do setor excedente.

O Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela empresa teve a adesão des 305 funcionários, o que reduziu a projeção de demissões, desde 4 de agosto, de 1.840 para 1.535 postos.

Horas-extrasOs sindicalistas questionam um suposto excesso de horas-extras feito pelos funcionários da fábrica de motores, powertrain e estamparia. "Na fábrica de motores, por exemplo, todos os funcionários estão fazendo uma hora extra a mais todos os dias. Queremos que a empresa explique essa contradição: quer demitir, mas sobrecarrega quem está trabalhando?", questionou o líder sindical.

A General Motors foi procurada, por meio de sua assessoria de imprensa, mas mantém a postura de não comentar as negociações.

ApreensãoPara os funcionários em layoff, retornar ao trabalho é uma possibilidade remota. Eles já começam a planejar o futuro após 26 de janeiro. "Eu tenho sido realista, acho que só voltaremos por milagre. Como eu tenho uma reserva de dinheiro, meu pensamento está voltado agora para me tornar autônomo", disse um funcionário da S-10, há 15 na empresa, que pediu para não ser identificado.

Na mesma situação está outro funcionário há 16 vinculado à GM de São José. "Meu Natal neste ano vai ser diferente. Eu e todos os outros trabalhadores estamos sofrendo o impacto negativo dessa licença", afirmou.

FONTE:http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2012/12/ultima-reuniao-do-ano-entre-gm-e-sindicato-termina-sem-acordo.html

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