A produção de veículos sofreu nova queda em agosto. Com 216,4 mil veículos saídos das fábricas, houve redução de 3,5% na comparação com julho e de expressivos 18,2% sobre o mesmo mês do ano passado. Os dados foram divulgados pela Anfavea, entidade que representa os fabricantes do setor, na sexta-feira, 4. No acumulado dos oito meses do ano a queda é de 16,9%, para 1,73 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
-Veja aqui os dados da Anfavea
A associação assume que a situação deve continuar a se agravar. “Setembro e outubro serão meses de produção mais reduzida para ajustar estoques”, admite Luiz Moan, presidente da organização. Em agosto, mesmo com a redução do ritmo das fábricas o volume de carros armazenados cresceu mais uma vez. O mês terminou com 348 mil unidades armazenadas entre a rede de concessionárias e os pátios das montadoras.
O volume é o suficiente para 52 dias de vendas. Moan aponta que o ideal era que o número não superasse a marca de 30 dias. “Este é o padrão mundial, mas o Brasil tem características únicas, com 63 marcas no mercado que ofertam mais de 2,8 mil modelos e versões. Por isso, o nosso estoque já é naturalmente mais alto”, ameniza.
O executivo esclarece que há dois caminhos para reduzir o número de veículos armazenados nos pátios: aumentar as vendas ou reduzir a produção. Ele lembra que a primeira opção é bastante improvável para o momento e, portanto, será necessário diminuir ainda mais a atividade nas fábricas instalados no Brasil.
CAMINHÕES PUXAM QUEDA
No acumulado do ano houve contração de dois dígitos na produção em todos os segmentos. A mais severa aconteceu entre as fabricantes de caminhões, que reduziram em 46,7% o número de veículos saídos das linhas de montagem, para apenas 53,4 mil unidades até agosto. A queda no segmento de ônibus foi um pouco menor, de 32,5%, para 16,8 mil chassis. Entre os veículos leves, a contração foi puxada pelos comerciais leves, cuja produção caiu 24,3% ao longo do ano, para 228,7 mil unidades. Já a fabricação de automóveis diminuiu 13,5% e foi para 1,43 milhão de carros.
ESFORÇO PARA MANTER EMPREGOS
Acompanhando a redução da produção, o nível de emprego nas montadoras diminuiu mais uma vez. Foram cortadas 1,4 vagas e o número de trabalhadores das fábricas de veículos caiu 1% entre julho e agosto, para 134,3 mil. Moan garante que há esforço das empresas para manter seus funcionários. “São pessoas muito treinadas. Há um empenho grande para não demitir”, assegura.
Segundo ele, prova disso é que setembro começa com 27,4 mil trabalhadores afastados de suas funções nas fábricas de veículos por meio de férias coletivas ou layoffs, a suspensão temporária dos contratos de trabalho. Sem detalhar nomes, Moan aponta que pelo menos três montadoras negociam adesão ao PPE, o Programa de Proteção ao Emprego que permite flexibilizar jornada e salários.
EXPECTATIVAS
A Anfavea sustenta a projeção de que a produção chegue a 2,58 milhões de veículos este ano, queda de 17,8% na comparação com 2014. A entidade aponta que devem ser feitos no Brasil 2,46 milhões de veículos leves e 118 mil pesados. Para chegar a este nível a indústria terá de aproveitar os 81 dias úteis que restam até o fim do ano e fabricar mais de 213 mil unidades em cada um dos próximos quatro meses.
O volume não é elevado para os padrões brasileiros dos últimos anos. Até mesmo em 2015 a produção superou este patamar em cinco meses: março, abril, maio, julho e agosto. Apesar disso, com a perspectiva de que setembro e outubro apresentem novas quedas, a projeção parece cada vez mais desafiadora.
fonte:http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2015/09/veja-lista-de-vitimas-de-acidente-com-onibus-em-paraty-rj.html
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