Em meio à crise econômica, noivas de todo o Brasil têm um interesse em comum: economizar. Negociar descontos com envolvimento emocional, no entanto, não é nada fácil. Pensando nessa lacuna não preenchida, surge a primeira personal pechincha do Brasil, Cristiane Vieira. Ela batalha por descontos e, se conseguir, divide o “lucro” com os noivos.
A história de Cristiane surgiu quando ela começou a construir sua casa. “Tinha o sonho de ter uma casa linda e maravilhosa, daquelas de revista”, conta ela. O problema era que o orçamento que ela havia estipulado não atenderia às suas necessidades. “Vi que teria de batalhar por descontos para conseguir esse preço de qualquer maneira. Consegui uma economia de 30% na minha casa e, com isso, comprei os móveis, que ainda não tinha”, diz.
A estratégia fez com que algumas amigas a procurassem para negociações dos seus casamentos. Cristiane conseguiu até 30% de descontos também e, então, surgiu a ideia de tornar a pechincha algo profissional. Sem cobrar do cliente
“Fazemos essa negociação em eventos, construção, qualquer coisa, e não cobramos nada do cliente para fazer”, conta ela, que, se conseguir desconto, divide o valor abatido com o cliente.
“Se eu conseguir dois mil reais de desconto, mil reais ficam para mim e mil, para o cliente”. Além disso, ela afirma que não muda uma vírgula no orçamento. O melhor desconto que Cristiane conseguiu foi reduzir em 50% o custo em um serviço de foto e vídeo.
Crise = bons negócios
Segundo a "personal pechincha", a procura para esse serviço – que está na ativa desde abril deste ano – aumentou por causa da crise. “Só a ideia de não ter de pagar nada logo de cara já é um atrativo. O cliente não precisa desembolsar nada, só vou cobrar se eu economizar. Se não conseguir desconto, ele não precisa pagar”, diz. “É uma ideia inovadora que está dando supercerto, todo mundo está precisando reduzir custos”.
"Não demonstre emoções"
O distanciamento emocional com o serviço contratado é uma das chaves para o sucesso de Cristiane em suas negociações. Ela, que trabalhou 12 anos em uma multinacional reduzindo custos, dá a dica de não mostrar muito entusiasmo na hora da compra. “Não demonstre emoção”, recomenda ela.
Além disso, ela diz que é preciso ter uma meta de quanto pode gastar para fazer o casamento. “É preciso pesquisar e não fechar logo de cara, além de jamais ceder à pressão dos fornecedores”, aconselha. “Comparar preços é preciso, já que há muita diferença entre os valores”. Cristiane conta que alguns fornecedores são mais duros na queda, mas “se a noiva planejar com antecedência, vai ter mais tempo e mais economia porque não vai fechar nada na pressa”.
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A sexta-feira e o sábado são os dias mais caros para casar. Se ela tiver a flexibilidade de abrir mão da data, o preço cai muito"
Além disso, ela dá a dica para as noivas casarem em dia de semana ou aos domingos. “A sexta-feira e o sábado são os dias mais caros para casar. Se ela tiver a flexibilidade de abrir mão da data, o preço cai muito”.
Cursos
Diante da demanda, Cristiane, que costuma atender de 30 a 40 noivas simultaneamente, resolveu treinar pessoas para fazer o mesmo trabalho dela, usando a sua marca. “Já formamos uma turma em setembro e, em novembro, teremos outra turma. A procura está sendo tão grande que vamos expandir para o Brasil inteiro. Queremos formar um exército de 'personais pechincha' no Brasil”, diverte-se ela.
Quem quiser ser treinado para pechinchar, pagará R$ 137 reais por mês de curso. À vista, Cristiane pode dar 5% de desconto. “Mas apenas para aquele que pechinchar”, brinca.
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