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25 anos perdidos, a famigerada máquina remarcadora de preços esta de volta


Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou, mesmo que a duras penas, mais do que qualquer outro país em desenvolvimento. O setor financeiro floresceu. Grandes grupos nacionais se tornaram gigantes globais. Milhões de brasileiros ascenderam socialmente. Uma nova e pujante classe média despontou. Desde 2014, porém, as conquistas que pareciam consolidadas começaram a entrar em colapso. Um retrato preciso desse declínio surgiu na semana passada com a divulgação do PIB do terceiro trimestre. A economia brasileira encolheu 4,5% ante igual período de 2014. Foi o sexto semestre seguido de queda, o que configura a maior recessão desde a virada da década de 80 para 90. Não é só. A média das projeções aponta para um recuo de 3,7% da riqueza nacional em 2015. Para alguns analistas, o drama pode ser maior, com um tombo de 4% do PIB. A última vez que a economia do País sofreu um baque dessa magnitude foi em 1990, com retração de 4,3%. Do ponto de vista econômico, significa que o Brasil retrocedeu 25 anos. “O quadro é trágico”, diz o economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e sócio da Corretora Rio Bravo Investimentos. “É a maior recessão da história do País, e sem nenhuma guerra, revolução ou choque externo. Eu vejo um deserto pela frente.”
Falar em maior recessão da história não é uma figura de retórica. Uma estimativa do Banco Itaú aponta para uma queda recorde de 6,1% do PIB no biênio 2015-2016. O pior resultado de todos os tempos foi o de 1930-1931, quando houve uma retração de 5,3%. Seria exagero dizer que o Brasil recuou quase um século na história, mas o quadro atual tem semelhanças com o início da década de 90. Para começar, o País estava às voltas com uma instabilidade política que culminaria no impeachment do presidente Fernando Collor. Agora, a presidente Dilma não consegue, a exemplo de Collor no passado, dialogar com o Congresso e seu governo provoca fissuras em todos os setores da sociedade, assim como o presidente de 25 anos atrás.
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NOSTALGIA
Pessoas procuram vagas de trabalho em jornais no final dos anos 80 (acima), 
quando o desemprego era alto como agora. Abaixo, votação com cédulas
de papel em 1989, em Curitiba. Com o corte de gastos do
governo, velha cena pode reaparecer
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Na economia, o País está hoje distante da hiperinflação dos anos 90, mas a alta de preços vem mostrando agora certo descontrole, superando em 2015, pela primeira vez em 13 anos, a casa dos dois dígitos. O cenário de hoje traz muitas conexões com o passado. “Os investimentos vem caindo sucessivamente nos últimos nove trimestres, o que não ocorria desde o início da década de 90”, afirma o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do BC no governo Fernando Henrique Cardoso e sócio da Tendências Consultoria. Como há 25 anos, o desemprego se tornou generalizado, atingindo profissionais de todos os setores da economia. Em 2015, funcionários de diversas montadoras do ABC entraram em greve contra a escalada de demissões. Os protestos dos empregados lembraram as imagens clássicas do passado, quando o mesmo ABC viu nascer o movimento sindicalista. A crise atual poderá trazer de volta até cenas prosaicas, como o voto em papel. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o novo contingenciamento de despesas do governo federal inviabiliza o voto eletrônico. As velhas cédulas poderão ser usadas nas eleições de 2016.
Como superar um cenário tão devastador. Para Gustavo Loyola, há uma saída. “A reversão das expectativas somente ocorrerá caso a crise política seja superada e a governabilidade seja restaurada”, diz o economista. “Nesse contexto, a aprovação pelo Congresso das medidas de ajuste é imprescindível.” Mesmo assim, as perspectivas são nebulosas. A recessão deverá durar mais quatro ou cinco trimestres. Ou seja, uma possível retomada ficará para 2016. Até lá, o País terá que conviver com os fantasmas do passado.
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Com reportagem de Ludmilla Amaral
Foto: Sergio vieira 

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